No
dia em que arranca a Conferência das Nações Unidas para os Oceanos, no Parque
das Nações, Os Verdes esperam mais proteção e menos discurso.
Portugal, país costeiro com uma das maiores Zonas Económicas Exclusivas
Mundiais, tem sucessivamente negligenciado uma verdadeira política de
salvaguarda e proteção dos nossos mares, tendo levado a cabo opções políticas e
definido estratégias de costas voltadas para este mar imenso.
Desde logo, pela forma como o ordenamento da nossa costa continua a não ter em
conta a sua vulnerabilidade, a comprovar pelos inúmeros empreendimentos em
projeto ou construção em zonas que deveriam ser de proteção, colocando não só
em causa a mitigação às alterações climáticas, como deixando em risco, e em
grande vulnerabilidade as populações.
Pela continuada ocorrência de focos de poluição diversa, dos micro plásticos às
redes de pesca abandonadas, das descargas poluentes dos nossos rios face ao
inadequado tratamento de águas residuais, entre tantas outras fontes de
poluição.
Pela sucessiva perda de soberania derivada dos acordos comunitários ou de
pesca, com repercussões ao nível das competências e responsabilidades no que respeita
à exploração, a conservação e à gestão de recursos biológicos do mar.
Pela sobrepesca que já se verifica -e que não advém da nossa débil frota
pesqueira- a que se sobrepõe o grave aumento do número de espécies marinhas em
risco de extinção.
Pela forte ameaça de concessão privada de talhões oceânicos para exploração,
nomeadamente, dos fundos marinhos e dos seus recursos minerais, através de
atividades extractivistas destrutivas sem que se disponha de informação que
assegure a aferição clara de tais impactos para a biodiversidade, pelo que
avançar para este tipo de atividades resultaria num enorme risco para a já
débil saúde dos oceanos.