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segunda-feira, 31 de agosto de 2009
E o abraço de hoje vai para os amigos:
-Manuel Pinto;
-Carlinhos;
-José Rego;
-Abel;
-Toninho
e Famílias
8.400 acessos
Aos que nos acompanham em Portugal e em outros países, o nosso muito obrigado pela visita.
Aos amigos e colaboradores, a nossa gratidão.
(janeiras)
Por Esposende, sempre.
Férias
Consegui uns dias de férias e estou no sertão.
Colinas é uma simpática cidade de aproximadamente 37 mil habitantes, é conhecida como a “princesinha do alto sertão maranhense” e o seu povo é bastante acolhedor.
Não resistirei a postar algumas contribuições que me chegam da nossa cidade.
sábado, 29 de agosto de 2009
Dica para assistir os vídeos:
1. No vídeo que se encontra no “post” clique na logomarca do YouTube no canto inferior direito;
2. Você foi direcionado para o YouTube e o vídeo começou a ser rodado imediatamente, mas o vídeo sofrerá interrupções(o vídeo, neste momento, está sendo armazenado – carregado - na sua máquina);
3. Aguarde (tenha paciência), tecle logo no botão “pause” e espere que a barra fique completamente vermelha;
4. Por último, é só pressionar o botão “play” e curta o seu vídeo sem interrupções.
Espero ter ajudado.
FOGO (I): Sra. da Saúde - ESPOSENDE
Banda B.V.E. (II): Sra. da Saúde - ESPOSENDE
Aos Esposendenses no mundo e aos da ribeira
Aos esposendenses da urbe e aos da diáspora.
Em nome de todos, muito obrigado.
Fogo (II) - Sra. da Saúde - Esposende
Vídeo: LINO REI
Todos os direitos reservados
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Bela Esposende
"Bela Esposende"
Raquel Rego (Voz) / Lino Rei (Sintetizador)
Vídeo: LINO REI
Todos os direitos reservados
FORA DOS AUTOS: Uma assessoria especial
(vale a pena ler e soltar umas boas risadas)
Durante sessão da 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, no ano passado, o ministro Herman Benjamin pediu ao desembargador convocado Carlos Mathias, já aposentado, que explicasse a base de sua decisão. Para Benjamin, o fundamento não estava claro.
Católico praticante, Carlos Mathias justificou — O fundamento da minha decisão é bíblico.
Herman Benjamin — Como ministro? Eu não estou entendendo! Seu fundamento é bíblico?
Carlos Mathias — Isso mesmo. Indeferi o recurso com base na Bíblia.
Benjamin — E o quê ela diz a respeito de indeferimento em sede preliminar de uma petição?
Mathias — A Epístola de Tiago nos ensina que muitas vezes pedimos e não recebemos porque pedimos mal. Basta ler o capítulo 4, versículo 3, que consta: “Pedis e não recebeis porque pedis mal, para o gastardes em vossos prazeres”. Foi com base nisso que decidi. Vossa Excelência discorda?
Benjamin — Eu pensei que o voto tivesse sido exclusivamente seu, mas levando em consideração que foi São Tiago que lhe assessorou, não tenho condições de contrariá-lo. Retiro o destaque e voto com o relator.
Texto extraído da Coluna Haidar(www.conjur.com.br)
Intervalo
4º Festival Gastronómico de Esposende
organizado pela Associação Desportiva de Esposende
Vídeo: Mais Portugal TV
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Programa “Verão Total” da RTP esteve em Esposende
Entre as 10h00 e as 13h00 e das 15h30 às 18h00, vários foram os convidados que passaram pelo programa, entre os quais o Presidente da Câmara Municipal de Esposende, no sentido de dar a conhecer o concelho, um “privilégio da Natureza”, como ficou bem demonstrado através das imagens difundidas. João Cepa apontou as potencialidades turísticas do Município, salientado a aposta autárquica na criação de espaços e equipamentos lúdicos para fruição da população, de todas as faixas etárias.
Do artesanato à gastronomia, passando pelo turismo e cultura, de tudo um pouco se fez a emissão, que atraiu centenas de populares ao Largo Rodrigues Sampaio, ao longo de todo o programa, que, além dos convidados que estiveram à conversa com Sónia Araújo e Hélder Reis, integrou também a emissão de diversas reportagens efectuadas em diferentes locais do concelho.
Esposende passou a imagem de um concelho desenvolvido, dinâmico e repleto de potencialidades, num cartão de visita que, certamente, terá cativado todos quantos assistiram ao programa em Portugal e além fronteiras.
Fonte: Gabinete de Relações Públicas do Munícipio de Esposende.
S. Bartolomeu do Mar: Banho Santo
Clique aqui para ler a notícia no Jornal de Notícias.
A reinauguração do "Salva-Vidas" vira notícia no Correio do Minho
Clique aqui e leia a notícia na íntegra.
Carta de Esposende - Prof. Carlinhos: "Os Pioneiros"
Festival «Sons de Verão 2009»: Rui Veloso
YouTube: 220 exibições (25/08/2009).
Veja, também, a galeria de fotos:
Petição: Mãe luta contra entrega dos filhos para adopção.
Para: Ministério da Justiça e Ministério da Segurança Social.
"A Susana nutre pelos seus filhos um amor incondicional, no entanto assistimos com indignação a forma como tem sido subestimada e reduzida a nada. O seu esforço e dedicação para reaver os seus filhos não conhece limites, apesar de para muitos todo esse esforço ter sido insuficiente. A Susana é uma pessoa com uma escolaridade baixa e educação modesta, cresceu num ambiente nem sempre considerado ideal, circunstâncias que fizeram dela a mulher e mãe que é hoje, mas será que a sua condição modesta faz dela uma má mãe?
A Susana transmite aquilo que aprendeu, aquilo que ela própria teve oportunidade de aprender ao longo da sua infância. Infelizmente nem todos têm as mesmas oportunidades de vida! Contudo e apesar de todas as dificuldades é inegável que a Susana tem vindo a evoluir no seu papel de mãe, e a verdade é que ao longo de todo este tempo verificou-se uma grande evolução na sua vida enquanto mãe. Por exigência das técnicas da acção social deixou o companheiro e pai dos seus filhos, mudou de casa para uma com melhores condições, comprou mobiliário adequado aos menores, frequentou aulas de parentalidade, reaproximou-se da sua família e inscreveu-se num curso das Novas Oportunidades, tudo isto no pressuposto de ter os seus filhos de volta. A Susana é uma mãe sozinha e trabalhadora, trabalha incansavelmente doze horas por dia no ramo da hotelaria para poder proporcionar uma vida minimamente confortável aos seus filhos. A Susana visita religiosamente os seus filhos na instituição onde permanecem. A Susana é pobre? É. Tem dificuldades? Tem. Precisa de ajuda? Sem dúvida que sim. Mas que ninguém duvide do seu amor e o seu esforço por os seus filhos!
Isto é sem duvida um apelo as pessoas que possam e queiram ajudar a Susana a não perder os seus filhos tão injustamente. Por favor assine pela Susana, pelo Francisco e pelo João Pedro para que possam ser uma família feliz e unida. As crianças têm direito antes de mais a uma família natural que respeite a sua identidade e personalidade. Os signatários."
Leia a notícia no site da RTP. Clique aqui.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
«Mãe luta contra entrega dos filhos para adopção.»
Acabei de ler e assinar esta petição online:
«Mãe luta contra entrega dos filhos para adopção.»
http://www.peticaopublica.com/?pi=P2009N268
Eu pessoalmente concordo com esta petição e acho que também podes concordar.
Subscreve a petição aqui http://www.peticaopublica.com/?pi=P2009N268 e divulga-a pelos teus contactos.
Obrigado.
Carta de Esposende - Prof. Carlinhos: 46º jogo histórico Norte X Sul
Saudações amistosas
Informo-te que se efectuou o 46º jogo histórico NORTE-SUL no Estádio Padre Sá Pereira com o resultado (o menos importante...) de 6-5 a favor do Sul. O árbitro foi o Touca Branca (Àlvaro Paquete), coadjuvado pelo Cordinhas - filho do Zé da Vila - e Adélio Pézinho - e no final houve um excelente convívio entre os esposendenses presentes (50 protagonistas) no bar do estádio...
Era proibido beber água e aquilo foi uma alegria transbordante: cantares, danças, música improvisada onde se notabilizou, o Alfredinho, o Mocas, o Paulo Chouriça, Luís Menina, os Miquelinos entre outros.
Tenho inúmeras fotos e cada jogador recebeu a foto da sua equipa. Para o próximo ano haverá o 47º jogo NORTE-SUL que terá cobertura da Imprensa regional,-Jornal "Farol de Esposende" e Jornal de Esposende - que esteve presente neste último prélio.
Um abraço grande do Carlos: desportivo entre os "gigantes do caruncho".
Carlos Barros
Festival «Sons de Verão 2009»
Promovido anualmente pela Câmara Municipal de Esposende, no Largo dos Bombeiros, bem no centro da cidade, este evento integra os festivais de Verão registando, ano após ano, um cada vez maior número de espectadores. Terão assistido à edição deste ano 45 mil pessoas, superando em termos de público as edições anteriores, sendo que, em 2008, o Festival registou a presença de 35 mil pessoas.
O Sons de Verão 2009 teve início, no dia 19 de Agosto, com o concerto de Rui Veloso, verificando–se então a primeira enchente. No dia 20 subiu ao palco Ricardo Azevedo e, no dia 21, fez–se ouvir o fado na voz de Camané. No dia 22, o Largo dos Bombeiros tornou–se, mais uma vez, pequeno para acolher os milhares de pessoas que vieram assistir a cerca de duas horas de espectáculo de um dos maiores grupos de rock português, Xutos & Pontapés.
Com um cartaz que apontava para as melhores expectativas, o Festival “Sons de Verão 2009” superou em toda a linha. O Presidente da Câmara Municipal refere que “ficou mais uma vez provado que esta é uma aposta ganha, que atrai a Esposende milhares de pessoas, o que, para além de ser um excelente cartaz turístico, resulta também em benefício para o comércio local”. João Cepa defende que este evento deve ter continuidade, tanto mais que constitui um veículo de promoção da música portuguesa.
Fonte: site da CME. Notícia do Gabinete de Relações Públicas do Munícipio de Esposende.
“Verão Total”
No dia 25 de Agosto, terça–feira, o programa da RTP «Verão Total» vai ser transmitido em directo de Esposende, a partir do Largo Rodrigues Sampaio.
Assim, entre as 10h00 e as 13h00 e das 15h30 às 18h00, vários convidados locais falarão da gastronomia, do artesanato, do turismo e da cultura do concelho de Esposende.
Além dos jogos, passatempos, conversas, momentos de música e de humor, o programa da RTP 1, que está a percorrer o país até o final de Agosto, vai dar a conhecer “Esposende, um Privilégio da Natureza”.
Fonte: site da CME. Notícia do Gabinete de Relações Públicas do Munícipio de Esposende.
Minha rua… meu mundo -MAX
A filha tinha chegado de um passeio de finalistas a Paris.
Vinha eufórica, extasiada, como que queria contar tudo de supetão enquanto esperava pelo saco de viagem, algures perdido na confusão dos restantes na bagageira do autocarro. Finalmente, lá apareceu.
Beijos e abraços de boas vindas entre filhos, pais e avós, mais parecia uma romaria, mesmo que o santo de ocasião nem beato fosse, aliás, vinham cheios de catedrais e outras coisas tais.
- Pai, digo-te uma coisa, fiquei bué de contente. Nunca tinha visto uma cidade tão grande e com tanto de bonito e grandioso. Adorei Notre Dame, a Torre Eiffel, mas o que mais me encheu foi a Disneylândia. Sabes que esperamos quase três horas na fila só para entrar?
A viagem até casa foi rápida mas os irmãos logo atacaram:
- Trouxeste-me aquilo que te pedi? – Perguntou-lhe a irmãzita mais nova.
- Esperai até verdes. Há recordações para todos.
Já em casa, naquele final de tarde e até quase à meia-noite, foi o desembrulhar de prendas e prendinhas, à mistura com a descrição pormenorizada do filme do passeio.
(…)
Alex reviu-se na filha e no tempo após dar-se conta que o seu relógio tinha parado.
Recuou-se na memória.
Na escola primária da vila, os Passeios/Visitas de Estudo eram quase uma raridade e só nos finais da Quarta Classe. Eram ali à Penha ou ao Castelo de Guimarães, ao Bom Jesus ou Sameiro, lá para Braga, à Santa Luzia, em Viana, e mais distante, para os lados do Porto ou arredores pois havia que chegar a horas, em estradas únicas e sem alternativas pois se fazia filas havia que desesperar. E seria uma sorte ir todos da classe pois os míseros escudos para as camionetas do “Linhares” ou da “Viúva” tinham que ser poupados, tostão a tostão, desde o Natal. Alguma subscrição entre todos, ou o mecenato da professora, lá fazia com que os mais necessitados também pudessem conhecer outros Esposendes maiores que a sua terrinha que, para a maioria, era ali que começava e acabava o seu pequeno mundo.
Mas, fora isso, e estes pequenos extras, a prendarem um exame quase impecável de Quarta Classe - que obrigava a decorar os cursos de todos os rios, caminhos de ferro, Geografia e História de Portugal, fora os problemas, os cubos e os trapézios, os hectolitros e as rasas, mais ainda as lições com frases cheias de curvas e de Moral do “Livro da Quarta Classe”, e sei lá que coisas mais… - brincadeiras de criança não faltavam na sua rua.
Aliás, o seu pequeno mundo passava-se ali, fora dos tempos da escola.
Na vila de então, onde todos se conheciam, os apelidos eram mais que muitos numa simbiose de “matrículas” associadas que quase seria preciso notário especializado para se lhes chegar à origem.
Havia um rol de “etiquetas” para toda a gente e até o carteiro guiava-se por tal “código” onomástico.
Aquela rua era na sua imaginação de criança, muito superior a toda a Disneylândia das Franças e arredores. Aqui, toda a gente falava a mesma língua e toda a criançada brincava às mesmas brincadeiras. Então nas tardes de Verão aquilo virava Feira Medieval, à mistura com jogos circences, cantigas de “amigo” e algumas de “maldizer”, sobretudo quando à nicada, o peão, estreadinho de ser comprado no António da Leocádia da esquina, ficava guilhotinado pelos carrascos dos compinchas. Mas, de ser homem, até as lágrimas se lhe secavam ao sair.
Mais além, era o jogo do botão com as cacholas a dominarem. Havia a “banca” de botões pois cinco de quatro buraquinhos minúsculos das camisas de noite das mães - quem as tinha, porca miséria? - custavam, no “câmbio negro”, um tostão!
Aqui, as moças disputavam, na corda, a perícia das entradas, saltitando a solo ou aos pares, fazendo esvoaçar os vestidos que pudicamente aconchegavam. Outras jogavam ao “Reloginho” e à “Macaca” desenhado o chão, a lembrar Cristo, na forma dos ponteiros do relógio, ou em cruz, e pulando os respectivos quadrados com um ou os dois pés.
- Pisaste. Perdeste! – Arbitrou a Licas e ao mesmo tempo concorrente na brincadeira.
- Num pisei nada, aldrabona. Viste, Taina?
E logo entrava ali uma política de interesses, de compadrios e de virar de olhos que funcionava em pleno.
No jogo da malha, “Made in próprio”, de ardósias bem torneadas e arredondadas pelos godos, disputava-se os três pontos de cada “mecada” mais a terminação do ponto de aproximação, até aos trinta. Malha de ferro era um luxo e só para os graúdos.
Mesmo à porta da “ti Caveira”, no jogo das latas, as bolas de meias velhas e farrapos faziam chinfrinar toda aquela latoada, que abalada na sua estrutura de Pisa desmoronava-se, assustando rafeiros e gatada que fugia a sete pés.
Pelo meio, e de caminho do fontanário, a Belinhas, nas suas quinze viçosas Primaveras, de rodilha à cabeça, equilibrava o seu cântaro de barro, salpicando água e olhares, pela pressa em chegar a casa, meio ruborizada pela choque do “Zé Tremedeiras”, o “peixarão” lá do sítio:
- Olá, “faneca”, queres vir na minha catraia?
- Vai tu, seu viscoso. Vai-te afogar…
- Não me importava nada de me afogar no teu cantarinho, amor…
- Ai é? …Só me sai pilado de rasca! ‘Inda há-de vir o lavagante que me há-de encantar, seu mexilhão das pedras!
- Só agora, rapariga? – Vociferou a mãe, em chegada à porta - P’ra quem é que estavas a falar?
- Foi nada, mãe.
Em redor, e aproveitando a pista calcetada de pequenas lascas de lousa, vergalhau e terra areada, “Joaquins Agostinhos” contornavam bancas e banqueiros, nas suas motas de pau com travões a condizer, aros de bicicletas ferrugentas abandonadas ou simples arcos de gancheta, exímios em ultrapassagens automáticas por derrapagens perigosas, derrubando “donas Brancas” de ocasião que, para bem de todos, dispensavam peritagem oficiosa da Guarda Republicana.
Outras sinfonias:
- Manelinho, oh Manelinho … (?) Onde raio te meteste, filho? – Clamava a tia “Chora” – Aliás, toda a gente era tratada por tios e primos, naquela rua.
Que Manelinho, qualquer Manelinho!... O rapaz era um figurão. Então não era que o nosso sabido já era um Ás na Bisca e no “Sete e meio”? Ali, a banca funcionava a dois tostões o montinho. E o seu investimento já ia na moedinha das caravelas dos dois e quinhentos! – Sabia lá a mãe do curso de “Economia” do seu doutor!
- Nosso menino, num bistes o meu Manelinho ? – Angustiava-se a progenitora com lágrima à espreita.
- Eu não, tia “Chora”. Deve estar ali pró S. João…- apontou-lhe o “Caixa d’óculos”.
Ainda num último encore:
- Ma…ne...lin…………….ho … (?) – Ecoou, em ressonância, rua fora, aquela voz bombardina, estremecendo os vidros alanhados da janela vizinha.
Nada de Manelinho!(?)
Do fim da rua, perto do fontanário do Norte, e num falsete que fazia ofuscar qualquer Pavaroti:
- Já vôoooooooooo…u mãe – E o Manelinho “ressuscitava” daquela assombrosa desaparição.
Perdeu meio investimento de um escudo, mais dois tostões da “cruz de Cristo” pois a banca sugou-lhe três apostas seguidas, ao montinho. E que azar: dois Reis e uma Dama fizeram vassalagem a uma Manilha, um Ás e um Valete de Copas do banqueiro “Zé Tamanco” - um veterano nas suas polainas de carpinteiro e nos seus treze anos de aprendiz, no Vila Verde, pelo manejo do pinho e do carvalho.
Meio triste, zarpou até casa, por medo do pai.
O ti Manel, furioso por tanta gritaria da mulher, levantou-se chateado e cozeu-se à ré da porta, enquanto palitava os dentes das espinhas do congro cozido.
Esperou.
Como lagostim em garapau, ao deambular porta dentro, Manelinho, viu-se entre as manápulas do pai:
- Anda cá, meu estupor, não ouviste a tua mãe?
Sem aguardar resposta, alapou-lhe, mesmo ali, três tabefes tão bem assentes que, ao último, o puto abanou, inclinou, e voou corredor fora aterrando na mesa da cozinha.
Fartou-se de chorar que até comoveu o gato “Bigodes”.
Finalmente, lá trincou a comida meia fria.
A Feira Franca continuava no auge.
Ao lado, nos muros dos Sant’Antónios de pedra do mestre Quintino, outras moças disputavam a chupila, nos botões, com uma algazarra tão sopranina que abafava até as baritonices dos rapazes, agora em jogos de força:
- Eu posso mais que tu, oh “Trinca Espinhas”. Anda, assai-te, badejo podre… (?)
Tais “crismas” ultrajantes na canalha tinham o condão de a espevitar para a “honra perdida”, desde que o arcipreste a baptizara de santos e santas, em Zés, Tónes, Joões e Teões ou Fátimas, Lurdes, Saúdes e Laidas e de outros nomes de beatos em lista de espera de altares.
Culminava sempre na dita desforra verbal ou luta “greco-romana”, logo ali e no lugar.
- E (as)saio-me, “Zé ranheta”. Anda … “Zé ranheta”
Assistia-se então à subida do pódio das hierarquias, perante júris tão avalizados que após minutos de engalfinhamentos, calças rotas e camisas desbotoadas e com arranhadelas à mistura, decidiam logo ali.
Até à próxima desforra.
Já depois do jantar.
- Tóne, dá-me uma bucha … (?) – Como que lhe apedrejavam a cara os olhos do “Sêmeas”.
Numa de “santa irmandade”, o amigo das cavalitas, arreganhando a tacha amarelada, lá distribuía uma mísera côdea de pão ao “Sêmeas” que, em paga, o convidava para o jogo das corridas, descalços - “até ao S. João e vir”. No dia seguinte, o “Sêmeas” pagava com juros, deixando o amigo dar duas trincas na sêmea -“irmã” comprada, a cinco tostões, na tia Lucas da igreja. Pura fraternidade aquela!
Em casa, o candeeiro a petróleo lampejava sombras fantasmagóricas no teto de barrotes enquanto a mãe se afadigava tentando enfiar a filharada toda na cama. Cinco numa tarimba e ainda mais o pequenito no leito dos pais.
Pela madrugada, o ronca do farol amedrontava de sonhos e nevoeirada o sono justo desta geração de pobres-ricos.
“Tão …tão…tão …” – Ia repicando, lá do alto, o sino da matriz nas badaladas das horas também elas a precisarem de merecido descanso.
Por fim, a noite agasalhava tudo e todos no seu manto de silêncio.
Inauguração da recuperação do Salva-Vidas
O antigo edifício dos Estaleiros Navais de Esposende está em vias de passar para a alçada da Câmara Municipal de Esposende. A informação foi ontem avançada pelo Presidente João Cepa, na cerimónia de inauguração da recuperação da Estação Salva–Vidas de Esposende, que integrou as comemorações do Dia da Cidade e do Município. O Autarca revelou que, logo que seja formalizado o acordo para a cedência do edifício com o Instituto Marítimo–Portuário, a sua gestão passará para a Autarquia, cujo destino aponta para o complemento ao projecto de requalificação da Zona Ribeirinha, e manifestou o desejo de que o Forte de S. João Baptista possa integrar também este projecto.
Da responsabilidade do Forum Esposendense, a recuperação da Estação Salva–Vidas orçou em 450 mil euros, tendo a Câmara Municipal comparticipado com 100 mil euros, apoio justificado por João Cepa pela importância do equipamento para a cidade e para o concelho nos domínios patrimonial, cultural e do socorro marítimo, bem como pela “coragem do Forum Esposendense em assumir esse projecto”, sem ter a garantia do apoio da Autarquia. Felicitou por isso, na pessoa do Presidente Fernando Ferreira, toda a direcção da associação, fazendo votos de que o equipamento, que constitui “uma mais valia para esta zona, seja, essencialmente, um pólo de dinamização cultural da cidade”.
Num discurso tomado pela emoção, o Presidente do Forum Esposendense recordou os “momentos quase trágicos” que a Associação enfrentou ao assumir a tarefa de reconstruiu o “centenário edifício tão marcante e tão querido aos esposendenses”, nomeadamente as dificuldades em arranjar financiamento para a obra, concretizada ao abrigo de um protocolo celebrado com o Ministério da Defesa, que suportou 30% dos custos e cede o imóvel por um período de 20 anos ao Forum Esposendense. Ainda a aguardar a comparticipação de 66 mil euros da Direcção–Geral das Autarquias, Fernando Ferreira frisou que a obra “ainda não está totalmente paga”, lembrando que, no âmbito do protocolo de parceria estabelecido com a Autarquia para a concretização do programa URBI Esposende, que prevê a instalação do Centro Marítimo na recuperada Estação Salva–Vidas, o Forum Esposendense terá que suportar 30% do investimento.
Em matéria de agradecimentos, o dirigente saudou o Autarca João Cepa pela carinho com que abraçou o desafio e por ter compreendido a dimensão e importância estratégica do projecto para o concelho e para a região. Frisou, contudo, que o Forum Esposendense tem agora “outras tormentas pela frente”, nomeadamente proceder à activação do Centro Marítimo, “um imperativo cultural de grande importância para a população do concelho”, que visa a preservação dos testemunhos e do património marítimo. Neste sentido, apelou ao apoio da Câmara Municipal, no sentido de assegurar os recursos humanos necessários à manutenção do espaço museológico.
Na resposta João Cepa referiu que, dada a proximidade das eleições autárquicas, não possui “legitimidade para assumir compromissos em termos futuros”. Garantiu, contudo, que no que respeita ao URBI, a Autarquia assegurará os 30% do financiamento de cada um dos projectos, montante que teria que ser suportado por cada uma das entidades envolvidas. João Cepa revelou que esta era “uma decisão que estava tomada à partida”, recebendo uma estrondosa salva de palmas em resposta a este anúncio. Relativamente ao pedido de apoio para o Centro Marítimo, o Presidente da Autarquia referiu que não faria sentido que este núcleo museológico tivesse uma orientação diferenciada em relação aos outros dois museus municipais, pelo que disse acreditar que quem assumir os destinos do Município no próximo mandato autárquico “não deixará de ser sensível a esta necessidade”.
Fonte: notícia extraída do site da CME. Notícia do Gabinete de Relações Públicas do Munícipio de Esposende.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
SAUDADES QUEM AS NÃO SENTE?
Quem me dera ser poeta:
Em redondilha cantar
A saudade, a qual, a “heróicos”,
Já Camões cantou o mar.
Não é saudade o oceano?
A esp’rança um barco veleiro?
-Quem de nós não foi, será
Seu piloto ou seu gajeiro?
Não é só minha, a saudade;
Nem minha a esp’rança, sòmente:
Esp’ranças, quem as não tem?
Saudades, quem as não sente?
Páscoa, 1948. Quinta de Belinho.
D’OLIVEIRA, António Corrêa. Redondilhas. Porto: Livraria Figueirinhas, 1948.
Acervo do editor.
domingo, 23 de agosto de 2009
Álbum da minha cidade: a cidade maravilhosa
Álbum da minha cidade: a cidade em festa
Crónicas de Antigamente por Artur L. Costa
Farol de Esposende: Nº 410 - 18/08/2009
“Algumas preocupações do CDS-PP, de Esposende”;
“Delegação de Marinhas da CVP - Nova direcção traça novos objetivos”;
“Fão – Reabriu o Museu d’Arte”;
Parque empresarial de Fão candidato a fundos comunitários”;
“Dia da Cidade e do Município – Distinguindos três cidadãos e uma colectividade”;
“Desfile – Esposende, entre a Terra e o Mar”;
“Vila Chã – Campanha de escavações no Castro de são Lourenço”;
“Mais uma festa do idoso”;
“Dia Internacional da Juventude”;
“Câmara Municipal promoveu Festa do Livro”;
“Santa Maria dos Anjos – Embaixatriz”;
“Arte na Marginal”;
“Câmara apoiou a edição dedicada à Vila de Apúlia”;
“Sargaceiros de Apúlia – Candidatura a patrimônio imaterial da UNESCO”;
“Grupo Infantil recebe Medalha de Mérito Cultural”;
“Antas – Festa para os Emigrantes”;
“Rio Tinto – O Centro Cívico”;
“Petição – Mãe luta contra a entrega dos filhos para adopção”;
“Canoagem – Campeonato Regional de Maratonas”;
“Futebol – Jogo histórico Norte-Sul”;
“Próxima época do CF Fão”;
“Férias Desportivas”;
“Todos a andar na Avenida Marginal”;
“Banco Local de Voluntariado de Esposende”;
“Grupo de Câmara de Esposende realizou concerto”;
Farol de Esposende: Nº 410 - 18/08/2009
Director-Adjunto: Rua Reis
Capa da última edição do Farol de Esposende.
Clique nas imagens para ampliá-las.