Em pleno período natalício, o senhor David
Loureiro gozou um dia de folga e, como amante do mar, foi dar uma voltinha pelo
areal até Cepães, sempre à procura de novidades e oportunidades….
O
senhor David, antigo guarda fiscal, sempre gostou do rio e do mar e um dos seus
últimos barcos de pesca e recreio foi o ALVOR
que acabou por ser destruído pelas tumultuosas marés que se fizeram sentir no
passado inverno, no rio Cávado tendo a água do rio chegado a galgar a marginal,
lançando muito entulho para terra.
Este esposendense nas suas horas vagas, percorria
o rio Cávado lés-a-lés apanhando, à rede ou com recurso ao “carapau”, solhas e
irões, estes no meio do limo ou por debaixo dos pedregulhos.
O David, em sua casa, estava a conversar com
a mulher sobre o almoço para esse dia e, com a mão na cabeça, coçando-se de uma
mosca que lhe estava a atormentar, perguntou-lhe:
-Mulher, o que vamos comer ao nosso almoço?