COP15
SOBRE
BIODIVERSIDADE
EM MONTREAL É UM PASSO POSITIVO
MAS
OS VERDES NÃO MANDAM FOGUETES ANTES DO FIM DA MARCHA
Os Verdes consideram que foi dado
um passo positivo com a aprovação de um acordo em relação à preservação e ao
restauro da Biodiversidade, na COP15 que terminou no passado dia 19, em
Montreal. No entanto, não nos juntaremos aos
foguetes lançados pela Presidente da Comissão
Europeia, Ursula Von Der Leyen, e pelo Secretário de Estado da Natureza,
João Paulo Catarino, sobre o caráter "histórico"deste acordo.
Esta posição do PEV não advém de
um qualquer ceticismo ecologista crónico e abstrato,
mas sim da ponderação de factos concretos:
· Este acordo foca-se muito no
alargamento das áreas protegidas até 30% da superfície do
Planeta, o que é positivo, mas fica muito aquém
da aprovação de medidas concretas, necessárias e
urgentes que permitam a articulação da preservação das áreas classificadas
com toda a superfície do Planeta, sendo esta uma questão crucial para
preservar a biodiversidade e repor o equilíbrio ecológico. O documento global
ficou muito fragilizado com a rejeição de documentos que visavam este objetivo,
nomeadamente no que se relaciona com as medidas sobre o uso dos agrotóxicos ou
do impacto das alterações climáticas sobre a biodiversidade
· Sendo este Acordo um primeiro passo,
resta agora uma longa marcha pela frente, na qual, estamos convictos, não
faltarão os obstáculos para impedir a sua plena concretização até 2030. O mais
fácil é estabelecer metas, mas a história tem demonstrado que a vontade
política para a sua concretização é nula, o que ficou plenamente provado pelo
não cumprimento das metas e objetivos do acordo anterior;