terça-feira, 5 de agosto de 2014

Campanha em Esposende angariou mais de 7 toneladas de alimentos


A solidariedade saiu à rua, em Esposende, no último fim-de-semana. A Campanha de Recolha de Bens Alimentares “Porque há boas causas, Seja Solidário!”, realizada pela Rede Social de Esposende, arrecadou mais de 7 toneladas de alimentos para as famílias carenciadas do concelho, superando todas as expetativas e campanhas anteriores.

Com efeito, a população contribuiu generosamente para esta causa solidária, levada a cabo nos hipermercados do concelho, entre os dias 1 e 3 de agosto. No total, foram doados 7 250 Kg de alimentos, o que denota que a comunidade continua cada vez mais sensível à situação por que algumas famílias poderão estar a passar em virtude da atual conjuntura socioeconómica.

As campanhas de angariação de bens tiveram início em 2011, com a abertura da Loja Social Rede Solidária, ano em que foram angariadas 3,5 toneladas de alimentos, em 2012 foram arrecadadas 4,5 toneladas e o ano passado 5,5 toneladas, superando a meta definida de 5 toneladas, necessária para assegurar a sustentabilidade deste projeto concelhio, no que diz respeito aos bens alimentares.

Oficinas Férias de verão prosseguem em agosto no Centro de Educação Ambiental de Esposende


Cumprindo o seu papel de promotor de uma educação para a sustentabilidade, o Centro de Educação Ambiental de Esposende continua em intensa atividade, desenvolvendo as mais variadas atividades, direcionadas para diferentes públicos, com especial enfoque para as crianças e os jovens. Desde o final do ano letivo, este espaço educativo do Município de Esposende, localizado em Marinhas, recebeu mais um milhar de pessoas.

Tendo como objetivo a ocupação parcial dos tempos livres dos mais novos durante o período de verão, o Centro de Educação Ambiental tem vindo a desenvolver um conjunto diversificado de atividades. São as denominadas Oficinas Férias de verão, que abordam temáticas como a reutilização de materiais, a importância da biodiversidade e as questões energéticas. Neste âmbito, são realizados herbários, experiências sobre a energia solar, jogos lúdico-ambientais, jogos de tabuleiro com pasta de modelar e visitas à exposição permanente “Ambiente Interativo”.

Posição do PEV face à situação do BES


Contrariando todas as afirmações assumidas ainda há poucos dias pelo Primeiro Ministro, é mais uma vez aos dinheiros públicos que o Governo recorre para tapar o enorme buraco do BES gerado pelas mal feitorias e práticas criminosas e fraudulentas dos seus administradores.

Os impactos negativos decorrentes da canalização de mais de 4 mil milhões de euros do Fundo de Resgate para a capitalização do “Novo Banco” serão, mais uma vez, suportados pelos trabalhadores, famílias portuguesas e pelas pequenas e médias empresas do país.

domingo, 3 de agosto de 2014

CANTINHO DOS LOBOS DO MAR por Carlos Barros

    
Um pescador improvisado…

 A motora Torrão, cuja proprietária era a Berta Bichesa, estava  em mau estado de conservação e as tábuas do convés estavam um pouco esburacadas, “dançavam” e “chiavam” debaixo das galochas dos  tripulantes e o cheiro do gasóleo perfumava todo o porão e convés.
 Por esta motora, passaram inúmeros pescadores: “Ilhoca”, João Mona-emigrante brasileiro-, Manel Sapateiro-Rosário-, Rogério, Delfino Fifas, Luisinho, Alfredo Muchacho, Pedro, Zé dos Passos…
 O Luisinho era o mestre desta embarcação e com a sua experiência, lá ia fintando a fúria das  ondas do mar, na companhia do assustado Zé Pereira dos Passos-, mais conhecido na gíria dos pescadores por “Zé Tolo”.
  A noite saudava a tripulação, com o seu “manto de estrelas” e a lua iluminava a esperança destes  combativos e corajosos pescadores de Esposende.
  Era o momento de largar as redes e algumas “rascas” e todos trabalhavam afincadamente apenas, o Zé passava o tempo a “contar as estrelas”…
  Já em pleno mar, não muito longe da costa, o Pedro gritava:
   Tantos badejos, estão a monte irmãos!...
   O Alfredo Muchacho olhou para o mar e os badejos serpenteavam à superfície e estavam na “babuja”… Pedro pega na linha e vê se pescas algum, desafiou o tio Alfredo.
  Já com as mãos “traçadas” pela linha de tanto alar, o Pedro, durante uma hora, nada apanhou perante o desespero do Luisinho e do João Mona que queriam levar uns badejos para casa.
   O Tio Alfredo, nervoso, “arregaçou” a boina para trás, pegou na “cana do leme”  e com uma linha, anzol e isco, pôs na mão do Zé e disse-lhe para pescar, empurrando o Pedro que estava a embaraçar…
  Tio Alfredo, eu não sei pescar, se fosse tirar água da motora e encher umas gigas de fanecas, agora pescar, lamentava o Zé perante o ar ameaçador do tio Alfredo!
    Pesca e caluda, ameaçou o Tio Alfredo com cara de poucos amigos.
   O Ilhoca fumava o seu cigarrinho encostado à casa do leme, junto a uma bóia, encimada com uma  bandeirola amarela.
    O Pedro encostado à casa do leme mostrava-se envergonhado com o seu insucesso na pesca ao badejo…
     O Zé  começou a pescar, olhando sempre para o Tio Alfredo que estava com o galheiro na mão e o peixe começou a mordiscar o anzol e, passada uma hora, sob os olhares do Luisinho e da restante tripulação, o Zé tinha pescado doze valentes badejos e um deles de quase dois quilos de peso.
    Boa Zé, és o maior confortava-o o tio Delfino Fifas, todo encasacado, defendendo-se da brisa fria que se fazia sentir.
    O Tio Alfredo abraçou o Zé, todo radiante pela façanha do seu amigo, e olhou de canto para o Pedro  e disse-lhe:
     - Não tens vergonha! Não sei que andas aqui a fazer na motora, eu deveria era despachar-te, pôr-te a “penates” !
    O Zé rejubilava de contente, mostrando os inúmeros badejos que tinha pescado, reluzentes e escorregadios que iam deslizando na motora ao “sabor” do baloiçar da ondulação do mar.  Apanhou três cavalas que deram muita luta ao serem aladas e o Rogério Chana, ainda jovem, teve de dar uma ajudazita ao amigo Zé.
    O tio Alfredo, já no regresso à barra, deu um aperto de mão ao Zé e prometeu-lhe uma malguinha -vinho com gasosa- na tasca do Coutinho embora o Zé não fosse homem de beber.
     Já com a motora  junto ao cais, tripulada pelo Luisinho, o tio Alfredo, olhou para o Pedro e  desabafou:-
   - Não prestas para nada e se o Zé fosse tolo, como injustamente, lhe chamam, não pescava tantos badejos e só numa hora!...
   O Pedro envergonhado, ia olhando para a Capelinha de  S. Lourenço, para afagar a  tristeza que o invadia…Com tanto azar, ainda escorregou numa das cavalas e caiu desamparado, batendo com a cabeça no alador.
   O Torrão de regresso ao cais, atracou finalmente pela tardinha e toda a tripulação se dirigiu para as suas casas porque o mar esperava-os no dia seguinte e era preciso descansar e   “acumular “ energias para novas pescarias.