por Carlos Barros
As
peixeiras de Esposende!
A roda do tempo, sempre em
andamento ritmado, nem sempre constante, estacionou momentaneamente, nas décadas
de sessenta e setenta, revivendo as peixeiras de Esposende, essas mulheres heroínas que trabalhavam estoicamente, vendendo o peixe
nas suas gamelas, pelas portas, com os “pregões” a serem disparados das
suas gargantas ressequidas, em todas as
direções.
As coloridas rodilhas gastas pelo tempo, são testemunhas
disso mesmo…
Algumas delas, autênticas
maratonistas, percorriam quilómetros
infindos, até Gandra, Palmeira, Perelhal, Curvos, Forjães, Barcelos até à
“longínqua cidade de Braga.
Peixeiras como a Angelina
Eiras, Antónia da Rodilha, A. Doninha, Silvana, Maria Pelada, Tina da Solha,
Isabel Caveira, Maria da Batata, Inocência, Antónia e Dina da Galga, Inocência,
Amélia Pichela, Maria Olívia, Tia Dores, Graça da Pequenina e tantas outras ,
“amigas do asfalto e das calçadas” do nosso concelho de Esposende, lutavam pela
vida amealhando uns “tostões” para alimentar as suas numerosas famílias.