Regulamento do Prémio Literário Manuel de Boaventura em discussão pública
De acordo com anúncio publicado na edição de hoje do Diário da República, decorre até ao dia 22 de novembro, o prazo de consulta pública do Projeto de Regulamento do Prémio Literário Manuel de Boaventura, a instituir pelo Município de Esposende a partir de 2017, com periodicidade bienal.
Decorrido o período para apresentação de contributos para a elaboração do Regulamento, o executivo municipal aprovou, por unanimidade, o Projeto de Regulamento, submetendo-o, agora, à consulta pública, de modo a que qualquer interessado possa pronunciar-se sobre as normas definidas para atribuição do Prémio Literário.
Durante este período, o projeto de regulamento poderá ser consultado no Serviço de Atendimento Personalizado da Câmara Municipal ou no sítio institucional da Câmara Municipal de Esposende, em www.cm-esposende.pt. As reclamações, observações ou sugestões devem ser apresentadas por escrito, dirigidas ao Presidente da Câmara Municipal de Esposende, podendo ser remetidas por via postal, correio eletrónico, para o endereço biblioteca.municipal@cm-esposende.pt, ou entregues no Serviço de Atendimento Personalizado do Município, durante o horário normal de expediente, entre as 8h30 e as 16h00.
O Prémio, no valor pecuniário de 7 500 euros, pretende homenagear e divulgar o escritor e homem de cultura Manuel de Boaventura, natural do concelho de Esposende e patrono da Biblioteca Municipal desde 1996, bem como a incentivar a criatividade literária e o gosto pela escrita. Em cada edição deverá premiar uma obra, na modalidade de romance/conto, da autoria de escritores de língua portuguesa, maiores de 18 anos, sendo que apenas podem submetidas a concurso obras cuja 1.ª edição tenha ocorrido durante o ano civil anterior a que se refere o concurso, escritas em língua portuguesa.
O Júri que avaliará as obras a concurso será composto dois críticos literários de reconhecido mérito académico e por um representante da Câmara Municipal de Esposende.
Manuel Joaquim de Boaventura nasceu a 15 de agosto de 1885, na freguesia de Vila Chã, e faleceu a 25 de Abril de 1973. Com o casamento, em 1906, fixou residência no lugar de Susão, na freguesia de Palmeira de Faro, onde escreveu toda a sua obra literária, composta por dezenas de títulos e uma notável colaboração jornalística nas principais revistas e jornais nacionais. Foi professor, subinspetor e diretor escolar da região.
A sua paixão pela cultura local, pelos hábitos e costumes do Minho, pelo linguarejar típico, levaram-no a coligir e publicar, entre outras, uma extraordinária obra, Vocabulário Minhoto. Nos seus romances e contos, reconhece-se a escrita da terra, os vocábulos lugareiros, as romarias e festas, o mundo maravilhoso de lendas, bruxas, gnomos, lobisomens, fadas e diabos, a narrativa humorística e emotiva dos costumes e paisagens de Entre Douro e Minho, especialmente o seu “terrunho” natal.