Jornalista Victor M. Pinto (texto e fotos)
- Acha que o país hoje é uma espécie de Setúbal em ponto grande?
- Já me têm perguntado isso. Tem alguns traços comuns. Trata-se de uma crise económica, com vertentes sociais e morais. A crise de Setúbal foi localizada, mas tinha umas características muito mais cruéis do que a que estamos a viver no país inteiro. A palavra que mais se pronunciava era a palavra fome. As famílias eram uma população de remediada para baixo. Os empresários vinham de fora e havia ricos, como em todo o lado. 70 por cento das pessoas não eram de lá, foram à procura de trabalho e foram vítimas do encerramento sucessivo de fábricas, sobretudo na área da metalomecânica. Para trás deixaram os seus quintais e as suas capoeiras e outros recursos da aldeia. Ali, em Setúbal, viviam privadas disso. Eu não considerava aquela gente emigrante, mas tinha o espírito de emigrante. Passavam por pessoas bem sucedidas. Não admitiam que as famílias pensassem outra coisa. Tantas situações me bateram à porta e eu tentava esse aconselhamento. E diziam-me: “que nunca cheguem a saber”.
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Colaboração: Rogério Rites
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