Outras Páginas
- PÁGINA INICIAL
- BLOGUE - CONTACTOS
- INFORMAÇÕES ÚTEIS
- MEMORIAMEDIA
- OBITUÁRIO
- GENTE DA TERRA
- ESPOSENDE-ENSAIO URBANO
- C. INTERPRETATIVO DE S. LOURENÇO
- CÂMARA MUNICIPAL DE ESPOSENDE
- POSTAIS DE...
- EVENTOS / FESTAS
- ANTÓNIO PINTO
- PROF. CARLOS BARROS
- CANTINHO DOS LOBOS DO MAR
- VOZ DESPORTIVA DO JANDIRINHA
- FORUM ESPOSENDENSE
- MUSEU MARÍTIMO
- COLABORADORES
- MARCADORES
sexta-feira, 10 de julho de 2015
Município de Esposende
Município de Esposende e Liga Portuguesa Contra o Cancro garantem apoio psicológico a doentes e familiares
Os doentes oncológicos e os seus familiares podem recorrer ao apoio psicológico que é disponibilizado gratuitamente pelo Município de Esposende, no âmbito do protocolo de colaboração estabelecido com a Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC) – Núcleo Regional do Norte.
O Serviço de Psico-Oncologia funciona no Centro de Saúde de Esposende e o atendimento tem lugar quinzenalmente, à quarta-feira, entre as 10h00 e as 16h00, mediante marcação prévia, através do telefone 253 969 740. As consultas são asseguradas por especialistas de saúde mental da Liga Portuguesa Contra o Cancro.
Para além dos tão fundamentais tratamentos médicos, é essencial que os doentes oncológicos tenham acesso a um minucioso acompanhamento psicológico ao longo de todas as fases da doença, que permita minorar as elevadas taxas de perturbações psicopatológicas, que dificultam bastante o processo de recuperação integral. Para além dos doentes, também as famílias podem usufruir deste apoio, sem necessidade de se deslocarem a grandes centros urbanos, na medida em que a Câmara Municipal assegura a deslocação dos técnicos a Esposende. O objetivo principal deste serviço é facilitar o acompanhamento psicológico necessário aos doentes e respetivas famílias, procurando potenciar a sua qualidade de vida.
quinta-feira, 9 de julho de 2015
quarta-feira, 8 de julho de 2015
Esposende desportivamente ficou mais pobre, mais uma velha Glória que desaparece
FALECEU MAIS UMA GLÓRIA DO ESPOSENDE SPORT CLUB
O meu pensamento foi, Esposende perdeu um
grande ser humano, um grande desportista e um exemplar chefe de Família.
Artur Alves Miquelino foi pescador de profissão, mais
tarde e durante décadas foi Patrão do Salva Vidas de Esposende.
Conhecedor profundo da nossa barra, baixios, assoreamentos
e correntes, onde muitas vezes aplicou a sua sabedoria, socorrendo náufragos nesse
mar tenebroso que tantas vidas tem ceifado.
Falar com o A. Miquelino era algo motivador, porque
as suas palavras eram meigas, e a propósito, assim como a sua boa disposição
contagiava as pessoas, o seu sentido de humor era uma constante.
A. Miquelino também se notabilizou como
desportista, no Futebol e Remo.
Em pé(da esquerda para a direita): Catora, Saganito(pai), Fernando Cardoso, Sousa, Miquelino, João Café(Porto Alegre/BR) e Jaime.
No Futebol fez parte de uma geração de Elite do
Glorioso Esposende Sport Clube, foto nos anos 40/50.
Nessas épocas o E.S.C. disputou muitas vezes o
Nacional de 3ª Divisão e as equipas como Gil Vicente, Régua, Mirandela, Chaves,
Vianense, Famalicão, Cabeceirense, etc.,etc., era o único clube que existia no
concelho, por conseguinte a euforia era generalizada.
Tornou-se uma constante, sempre que o E.S.C. ganhava fora,
a equipa era recebida com banda de música na Senhora da Saúde, vindo depois em
cortejo até a sede no Largo dos Peixinhos, o qual terminava sempre em apoteose.
Como eu recordo, com os meus 6/7 anos, andar a
cantarolar “Ó Miquelino defende a bola, não tenhas medo de sujar a camisola...”,
assim como, “no Domingo à tardinha entra em campo a nossa linha com a bola a
saltitar, diz o povo cá de fora sr. Árbitro está na hora...”, que
nostalgia!
No Remo, foi onde o Artur mais se notabilizou,
fazendo parte de uma equipa verdadeiramente fantástica (foto), anos 40/50, grandes
proezas cometeu esta equipa.
Da esquerda para a direita:
Artur Miquelino, sota proa, Zé
da Lucas, proa, Barbosinha, timoneiro, A.Portela, sota voga, e M.Piedade, voga,
era treinador o comandante Firmino Loureiro.
|
Em 1948, voltaram a ser Campeões Nacionais,
espalhando pelo País a arte de bem remar, Caminha, V.Castelo, Porto, Aveiro, Figueira
da Foz, Lisboa, V.R.S. António, etc...
Esposende, como prova de gratidão, acompanhava
estes homens em camionetas, dando-lhes incentivo e carinho.
De salientar que toda esta equipa era oriunda da
classe piscatória.
Esposende deve muito a esta gente, simples e
humilde, que escreveu muitas linhas de ouro na História do Desporto em
Esposende.
Tivemos Campeões em Futebol e Vela, mas atingir o
patamar e projecção como esta equipa, prata da casa, não tenho memória.
Lentamente, ano após ano, a nossa História vai
ficando mais pobre, nunca, que eu me recorde, lhes foi prestada uma Homenagem
condizente e visível, com o seu verdadeiro valor, pois estes homens
prestigiaram e enalteceram, e muito, o nome da nossa terra.
Esta é parte de uma História de um verdadeiro
Campeão que nos acaba de deixar....
Esposende perde um grande desportista, a classe
piscatória perde uma referência.
Hoje o nevoeiro da nossa terra deixa lágrimas
varridas pela nortada, lembrando-nos o exemplo e a saudade de um
verdadeiro e genuíno HOMEM do nosso rio e do nosso mar, que sentia no seu
coração o palpitar constante das ondas do oceano.
Esta simples e humilde homenagem não retrata a
forma de vida de uma pessoa simples e modesta do nosso povo, sem pretensões na
vida, mas que Esposende se habitou a respeitar e admirar.
Até um dia destes Comandante, com as águas mais
calmas e serenas, sem as maresias do costume...
À numerosa Família enlutada e especialmente aos
seus Filhos, os meus sentidos pêsames.
A. Pinto
Faleceu o Sr. Artur Alves Miquelino.
É com profundo pesar que o blog comunica o
falecimento do Sr. Artur Alves Miquelino. Tinha 86 anos. O corpo está em câmara
ardente na Igreja Matriz, de onde vai sair amanhã, quinta-feira, dia 9, pelas
10h 30 para o Cemitério Municipal.
O “Blog
ESPOSENDE E O SEU CONCELHO” apresenta sentidos pêsames a toda família enlutada. Paz à sua alma.
Fonte:
Agência Funerária de Esposende - Telefones: 253962621-966031302
terça-feira, 7 de julho de 2015
CANTINHO DOS LOBOS DO MAR
por Carlos Barros
Uma
viagem atribulada…
A motora Filomena Antonieta,
foi a primeira motora que veio para Esposende, no ano de mil novecentos e
sessenta e dois, com uma tripulação de pescadores muito trabalhadores,
divertidos e “vinhaça” que se aproximasse deles, era “vinho evaporado”, num
abrir e fechar de olhos…
O João Careca era o mestre da
Filomena Antonieta, pescador experimentado e muito sereno, sendo a tripulação
constituída pelos esposendenses, Quico da Inocência, irmão do João Careca, Morrossol,
com a sua gravata garrida e elástica, o Tone Pirata, Anselmo Saganito, A.
Guimarães, Alfredo Muchacho, e o grande “ilusionista” Milo, também alcunhado de
“Rosas”, antigo guarda-redes do Leixões.
A Filomena Antonieta,
com os seus treze metros de comprimento era palco de muito trabalho e de
diversões com o Alfredo Muchacho, sempre a comandar as “tropas” com o seu
excelente espírito de humor e de oportunas malandrices.
Era habitual, durante o ano, separar “meia parte” do pescado da
motora, para custear as despesas para alguns passeios a Lisboa-Mafra-Nazaré…- e
a outros locais ,(volta ao Minho…) para que a “companha” se
distraísse um pouco, fazendo descansar o corpo e espírito, “corroído”
pelas longas e cansativas saídas para o mar.
No dia vinte e dois de
outubro, de mil novecentos e sessenta e sete, o João Careca organizou um
passeio a Lisboa, com passagem por Mafra e Nazaré. Após umas passeatas pelos
cafés/tascas no campo das cebolas , foram todos pernoitar à Pensão Varandas ,
curtir um pouco das “copaças” com uns tremoços e amendoins, de sabor bolorento,
a acompanhar…
O Morrossol, sempre aperaltado, tinha pedido, ao João Careca, no primeiro
dia na capital, se o autorizava a ir ter com uma tia e prima na baixa lisboeta
e o mestre, começou a esfregar a boina desconfiado mas, lá lhe deu autorização
desde que, no outro dia, estivesse junto à Pensão Varandas para a viagem de
regresso.
O Tone Pirata acenava para o senhor João para não o deixá ir porque nunca
mais regressaria, lembrando-se das “partidas”-aventuras- anteriores do
Morrossol.
O Tio Alfredo, com ar
tristonho, sentado num muro, junto à Pensão, desabafou:
- Adeus amigo Morrossol, nunca mais
te vejo!...Vai “alma perdida”….
No dia seguinte, quando os “turistas” iam partir de Lisboa, lá estava o
Morrossol, com dois grandes embrulhos, com frascos de perfumes e
roupa branquinha, mesmo a seu gosto …
O Tio
Alfredo, não resistiu, abeirou-se do seu amigo e começou a vasculhar os sacos,
procurando alguma garrafinha de tinto ou uma cerveja perdida mas,
infelizmente, nada disso existia, perante o desespero do Tone Pirata e do Tio
Aníbal Mó que tinham a garganta seca!
Já
em viagem de regresso, a velha e ferrugenta carrinha do Aníbal Mó, sócio da Motora
Maria Antonieta, que transportava estes pescadores de Esposende, numa curva
teve um pequeno despiste e avariou-se e gerou-se algum pânico entre
os “turistas”.
O
Milo foi projectado pela porta fora e caiu desamparado, com uma lata de óleo,
rasgando as calças, caindo num valado, cheio de urtigas. Esteve a
coçar-se durante muito tempo, com comichão, com o Tio Alfredo Muchacho a
rir-se perdidamente. O Milo, assustado, estava vermelho de tanto se
esfregar.
O Morrossol, dentro da carrinha, gritou:
- Irmãos estamos perdidos, vamos a
pé para Esposende por causa desta carripana maldita!
Todos
saíram da carrinha, e o Anselmo, com o susto que apanhou, cada vez
gaguejava mais, apesar do apoio do Tone Pirata que só pedia para pararem na
próxima tasca para beber uns valentes “ganázios”- malguinhas- de
vinho.
O Alfredo Muchacho, sempre na borga, pôs-se
ao volante, sem saber conduzir e destravou a carripana que começou a deslizar e
só parou junto a um muro, coberto de musgo e trepadeiras, que
amorteceu o choque.
Entretanto, a porta da
carrinha, que estava segura com cordas e arames, soltou-se e foi projectada,
deslizando sobre um extenso relvado, junto a um barracão de tijolo que se
encontrava abandonado apenas, dois gatos vadios saltavam entre ervas
verdejantes e dois tijolos abandonados...
O Milo que não bebia bebidas alcoólicas e
gritava a “sete foles”:
-Quero um pirolito, estou com uma
secura!
Entretanto a carrinha, com O Aníbal
Mó ao volante, já bem entornado, começou a trabalhar e logo a companha
enfiou-se dentro da viatura a caminho da Nazaré .
O Morrossol, de sapato branco,
gravata de elástico e casaco de xadrez, desviava-se do Alfredo Muchacho porque
este estava sempre a puxar pela gravata, esticando-a e largando-a, aleijando o
“caroço” ao infortunado Morrossol.
O Quico desesperado, olhava para o irmão João Careca e perguntava-lhe o que
iria fazer a estes “bebedolas” e, com a sua calma, o mestre olhou para ele e
disse-lhe:
- Vamos já para Esposende, e vamos
deixá-los na ribeira porque estou farto de aturar esta cambada, lamentava o
João Careca.
A carrinha em velocidade de cruzeiro, chegou a Esposende pela já madrugada, e parou
na ribeira, junto ao posto da Alfândega, com a intenção de os deixar lá, mas,
todos estavam despertos e saíram da viatura, cambaleando, em direcção às suas
casas onde as mulheres os esperavam com o caldo de farinha à mesa e uma
postinha de raia ou bacalhau frito.
Foi um passeio atribulado
mas, muito animado apesar das peripécias que tinham acontecido num passeio que
jamais poderia ser calmo porque o Tio Alfredo Muchacho, agitava aqueles jovens
e alegres pescadores que, apesar das brincadeiras, palhaçadas e maroteiras,
eram sempre amigos e bastante unidos na amizade e no trabalho.
“Pescador de histórias”
Assinar:
Postagens (Atom)