Por Carlos Barros
O corvo
Vicente….
O “relógio do
tempo” calcorreava o “tapete” da
década de sessenta e por Esposende, reinava a serenidade, pouco efusiva, das
suas gentes que labutava na terra, no rio e no mar pugnando pelo sustento das
suas numerosas famílias.
O mês de maio,
apareceu nas entranhas do território esposendense com todo o se esplendor de
vida, acordado pelos insistentes “piares” das gaivotas e da beleza das poupas
que passeavam pelos campos, com as lavandiscas, patrulhando as ruas, à procura
de insectos e da mosquetada sempre presente…
A rua Direita,
naturalmente sempre torta, era o plasma do movimento que se verificava na vila com um inerte comércio e uma insípida agricultura que
nadava na sobrevivência dos agricultores.
Na casa da
Miquinhas da Faustina, sita na rua Direita, prolongando-se o seu quintal pela
travessa do Sr. dos Aflitos, a criançada visitava, à sucapa, os belos pavões
que deleitavam a sua vaidade, nos altos
muros da casa, com as pachorrentas galinhas e
os corpulentos galos, mirando-os da galinheiro, invejando as suas plumas multicolores, que abriam e fechavam num galanteio desafiador.