A mula desaparecida….
O verão, nos finais da década de sessenta, entrou com todo o seu esplendor na então vila
de Esposende, numa segunda feira , dia
de feira semanal, que estava instalada no Largo Rodrigues Sampaio,
estendendo-se pela ribeira onde um camião repleto de cobertores, lençóis e
outros artigos, acabava de chegar, junto aos varais, com o vendedor a exercitar a garganta para
rematar os produtos vendidos ao
desbarato, com ofertas aliciantes embora de qualidade suspeita!: “levem dois
cobertores, que ofereço um guarda-chuvas”, leiloava o vendedor com toda a sua
energia “gargantal”…
O gado
espalhava-se pela ribeira, sendo negociado e vendido, com os maços de nota a
saírem dos bolsos dos “pastores” dessa época…
As feiras
quinzenais enchiam-se de “gentes” que compravam um grande manancial de produtos: fazendas,
colchetes, rendas, lençóis, samarras, sapatos, socos, chancas, fervedores,
panelas de aluminio e de ferro, regadores, louças…