quarta-feira, 21 de maio de 2014

Apresentado Achado Arqueológico da Praia de Belinho

Município de Esposende quer potenciar património 

como mais-valia turística

O Município de Esposende deu hoje a conhecer, em sessão que decorreu no Fórum Municipal Rodrigues Sampaio, integrada nas Comemorações do Dia Europeu do Mar, o Achado Arqueológico da Praia de Belinho.

Em causa está um vasto conjunto de artefactos, provenientes de um provável galeão quinhentista, que deram à costa na Praia de Belinho, na sequência do mau tempo do último inverno, entre os quais se incluem partes da embarcação e da carga, com destaque para as munições e grande quantidade de artefactos em estanho e latão. 

O alerta para este achado foi dado por quatro esposendenses - Luís Miguel Calheiros, João Filipe Sá, Emanuel Sá e Alexandre Sá, que, percebendo estar perante um achado de considerável valor histórico-arqueológico, alertaram as entidades de tutela do património cultural, acompanhando desde a primeira hora e debaixo de condições climatéricas muito adversas, dado o forte temporal que se fazia sentir e graças ao qual a erosão expôs o achado, todas as missões de resgate que têm decorrido desde janeiro.

Até ao momento, do material resgatado da Época Moderna (contemporânea dos Descobrimentos Portugueses) inclui-se parte de uma embarcação – mais de sessenta madeirames – e da carga, da qual se destaca cerca de duas centenas de pratos em estanho, duas dezenas de pratos em latão (pratos de oferendas) e duas dezenas de balas de canhão em pedra (pelouros). Foram ainda recuperadas cerca de nove centenas de fragmentos de ânforas, correspondentes a um naufrágio da Época Romana.

O Presidente da Câmara Municipal de Esposende assinalou que se trata de um achado da maior importância e de elevado valor patrimonial, quer para a região quer para o país, o qual o Município pretende potenciar a nível turístico. Benjamim Pereira referiu que, a par da vertente cultural, o Município deverá apostar na valorização e promoção da elevada riqueza natural do concelho, nomeadamente do Parque Natural do Litoral Norte, no sentido de captar turistas e visitantes. 


O Presidente Benjamim Pereira assegurou que o Município está empenhado na salvaguarda do património concelhio, razão pela qual estabeleceu um conjunto de parcerias, nomeadamente com a comunidade científica. “Estamos com um espírito de colaboração, temos que trabalhar em rede, porque temos um território excecional para promover”, afirmou, manifestando total disponibilidade do Município para se associar às comemorações do Bimilenário da Morte do Imperador Augusto.

Aproveitou a oportunidade para esclarecer que o Centro de Investigação e Documentação do Mar, a desenvolver em parceria com a Associação Forum Esposendense, vai avançar, ainda que tenha sido readaptado, nomeadamente no que concerne à localização. O Autarca adiantou que foi, entretanto, aprovada uma candidatura a fundos comunitários, no montante de 160 mil euros, apresentada em parceria com o Forum Esposendense, que permitirá adquirir equipamento não só para a deteção de “redes fantasma” e artes de pesca como de vestígios arqueológicos submersos.

A terminar a sua intervenção, Benjamim Pereira deixou um conjunto de agradecimentos, nomeadamente aos quatro esposendenses que descobriram o Achado Arqueológico de Belinho, assim como à Direção Geral do Património Cultural, através do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática, Parque Natural do Litoral Norte, Capitania do Porto de Viana do Castelo e a União de Freguesias de Belinho e Mar, Policia Marítima, Delegação Marítima de Esposende, GNR-Posto Territorial de Esposende e Subdestacamento de Controlo Costeiro de Caminha.

Em representação da Direção Regional da Cultura do Norte, esteve presente o Diretor de Serviços dos Bens Culturais, Miguel Rodrigues, que realçou que a preservação do património é uma tarefa de todos, no sentido da preservação da memória coletiva, pelo que agradeceu a postura dos cidadãos que descobriram o Achado Arqueológico da Praia de Belinho.

Miguel Rodrigues elogiou o trabalho desenvolvido pela Autarquia relativamente à valorização do património arqueológico do concelho, nomeadamente as escavações no Castro de S. Lourenço que, em 2015, assinalam 30 anos.

Terminou garantindo a colaboração e o empenho da Direção Regional da Cultura do Norte na preservação e valorização do património.


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