sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Município de Esposende homenageou sete cidadãos e duas instituições
Na comemoração do Dia da Cidade e do Município, após as eleições autárquicas, o Presidente da Câmara Municipal de Esposende garantiu “entusiasmo, determinação e vontade de tornar este concelho cada vez melhor”.
Num discurso marcado por críticas face ao que chamou de ataque ao poder local, João Cepa manifestou preocupação, como autarca e como cidadão, pelo “estado a que o país chegou”, que faz com que nas Autarquias se vivam “tempos muito difíceis”. A título de exemplo, o Autarca lembrou a quebra de receitas e queixou-se dos cortes nas transferências da Administração Central por força do Plano de Estabilidade e Crescimento, “que este ano retirou ao Município de Esposende muito perto de 500 mil euros”.
Apesar da conjuntura desfavorável João Cepa assegurou que não se deixa cair em desânimo e que, não obstante “a preocupação de poupar ao cêntimo” e a necessidade de “continuar a implementar medidas de forte contenção”, a intenção é concretizar o programa sufragado, “de forma inequívoca”, em Outubro de 2009, para o que apelou à união de esforços e compreensão de todos.
Apesar da situação financeira difícil, o Município continua a investir, estando prevista para breve a inauguração do Centro de Educação Ambiental, “equipamento que será uma referência a nível regional”, afiançou o Autarca, adiantando que se encontra na fase final de construção o Centro Interpretativo do Castro de S. Lourenço. Em curso está a execução dos projectos contemplados no programa Polis Litoral, com a Requalificação dos Arruamentos do Pinhal de Ofir, seguindo-se uma nova fase de requalificação da Zona Ribeirinha de Esposende. João Cepa anunciou para a primeira semana de Setembro o lançamento da 1.ª pedra do Centro Educativo de Fão e a intenção de candidatar ao QREN, até final do ano, mais dois centros educativos. Até ao final do ano prevê-se também avançar com a execução da maior parte dos projectos do programa URBI-Esposende, “nomeadamente as intervenções de requalificação urbana, a construção do Centro de Segurança Pública, a construção do Parque Empresarial para a deslocalização de micro e pequenas empresas, a ampliação e remodelação do Mercado Municipal, a construção do Parque das Gerações, etc”.
Na sessão solene do Dia do Município, que considerou o momento oportuno para analisar e reflectir sobre o concelho e o país, o Presidente da Câmara Municipal manifestou preocupação sobre o futuro do Poder Local. “A verdade, triste verdade, é que ao longo da última década temos vindo a assistir a um ataque cerrado ao Poder Autárquico e a uma campanha de descredibilização daqueles que dedicam grande parte do seu tempo à causa pública e ao desenvolvimento das suas freguesias e dos seus concelhos”, afirmou, criticando a criação de leis, “que condicionaram sobremaneira o trabalho das autarquias e dos autarcas”, de que são exemplo a limitação de mandatos e do endividamento das autarquias, “quando esse endividamento só representa 2% da dívida pública, passando pelos cortes nas transferências financeiras para as Autarquias”.
Alertou ainda que “estão na forja novas leis de ataque à autonomia do Poder Local” e lançou o desafio: “querem a regionalização, avancem com a regionalização. Agora não o façam descredibilizando e condicionando o trabalho que, com grande esforço e sacrifício, realizamos nas autarquias”.
Na comemoração dos 438 anos do Município e do 17.º aniversário da cidade de Esposende, foram homenageados duas instituições e sete cidadãos, três dos quais a título póstumo, designadamente os bombeiros da corporação de Esposende Pedro Torres, Pedro Sousa e Paulo Lachado, falecidos num acidente de viação em serviço, a 27 de Setembro de 2009.
“Queremos homenagear e agradecer a três bombeiros exemplares a sua coragem, a sua determinação, a sua disponibilidade e o entusiasmo com que abraçaram a causa do voluntariado”, referiu João Cepa na entrega da medalha de Mérito Municipal, anunciando a contribuição da Câmara Municipal com 35 mil euros para comparticipar a aquisição da viatura perdida no referido acidente, atendendo a que “o Estado português vergonhosamente só comparticipa com 92 mil euros na aquisição de uma viatura que custará à associação 160 mil euros”.
Com a Medalha de Mérito Municipal foi também distinguido António Martins de Oliveira, o Presidente da Cruz Vermelha de Esposende, pelo trabalho desenvolvido ao longo dos 25 anos nesta Delegação, distinguida com o mesmo Galardão, “pela forma exemplar como tem trabalhado na promoção da solidariedade e dos cuidados de saúde no concelho”.
Numa homenagem extensível a todos os ex-combatentes do concelho, foi distinguido, igualmente com a Medalha de Mérito Municipal, o Tenente-Coronel António do Casal Martins, “pela sua dedicação à pátria, pela sua bravura, pela sua dimensão humana e pelas suas qualidades como combatente”.
A mesma distinção foi entregue também ao Padre Jaime Cepa Machado, como sinal de “agradecimento e reconhecimento pelos cinquenta anos de vida consagrados ao serviço a Deus, nomeadamente pela dedicação à paróquia de S. Bartolomeu do Mar”, bem como pelo “empenho na preservação e divulgação da História e Cultura locais”.
Do mesmo modo, foi distinguido o Padre Manuel Casado Neiva – que em breve irá assumir funções na paróquia de Balasar, Póvoa de Varzim –, “pelos 19 anos de dedicação à paróquia de Apúlia e mais recentemente à paróquia de Rio Tinto”, especialmente pela “grande obra material e espiritual” que realizou.
Na comemoração do 25.º aniversário, o Grupo Cultural, Desportivo e Recreativo de Gemeses recebeu a Medalha da Mérito Desportivo “pela dedicação, empenho, persistência e trabalho desenvolvido no fomento do desporto e na formação dos mais jovens”.
As cerimónias do Dia do Município incluíram ainda o concerto de José Cid & Big Band, no Largo dos Bombeiros, ao qual se seguiu uma sessão de fogo de artifício na Zona Ribeirinha de Esposende.
Portugal cansa! Preciso de mais férias
(...) "Voltei ao trabalho e ainda ontem fui contemplado com um retrato do nosso país da autoria do presidente da Câmara de Esposende. Disse João Cepa: «Vivemos hoje num país com défice de valores, com excesso de direitos e com uma enorme falta de sentido de responsabilidade no domínio da gestão pública. Vivemos num país que compra submarinos, mas que não tem meios suficientes para combater o flagelo dos fogos florestais;"
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