A conquista espacial….
Em pleno Outono, do ano de mil novecentos e
sessenta e quatro, com o carnaval já passado, na Casa de Fotografias Fotobazar,
rua Conde de Castro, vendia-se material escolar diverso, e também “as
bichinhas” e “bombas de Carnaval” e, passada a época carnavalesca, sobrava
sempre “arsenal pirotécnico” , que não se tinha vendido, nestes tempos de folia
popular.
Ao sul de Esposende, predominava a
“massa encefálica inteligente” com o José Alberto e o C. Miguel, “O Químico”, a
destacarem-se com os seus projectos de submarinos e foguetões, em ensaios
constantes, tendo como palco a ribeira ou mesmo a junqueira, com o seu campo de futebol para os nortistas, sulistas, jardinistas e
centrais, disputando os seus jogos sempre aguerridos que terminavam em mergulhos no rio Cávado, na companhia das
ratazanas, que abundavam e dos cardumes de barbos que proliferavam na
junqueira.
O C. Miguel sabia das habilidades
do Né Beleza, rebelde nortista, embora pacifista, com os seus barquinhos de
folheta, a navegarem a vapor, tendo como força motora uma vela de estearina que
aquecia um mini recipiente de água que, por sua vez, accionava uma hélice e a
embarcação foi sucesso na ribeira, tendo
como palco , como sempre, as águas do Cávado, junto à rampa sul.