CANTINHO DOS LOBOS DO MAR
por Carlos Barros
Bibliotecas itinerantes:
Estavamos num verão pujante,
ano de 1966, o ”rei-sol” espraiava, com o estendal dos seus raios e o seu
sublime calor, o Largo dos Peixinhos,
com a estátua do pintor Henrique Medina, com os seus estáticos lhos, a observar, as crianças, vindas da ribeira, saltavam os canteiros dos amores-perfeitos
que deslumbravam este espaço ensaibrado, palco de imensas e infinitas brincadeiras: pião,
corda, mata-mata, “ladrões”, bilharda, “escondidinhas”, “às Nações”, ao botão,
ao arco acionado por uma gancheta…
Todas esperavam pela carrinha da Biblioteca Caloust
Gulbenkian para requisitar uns livros, de preferência de “covoiada”-Farwest- ou
de Aventuras e, na espera, alguns ousados, pegavam num fósforo apagado e
desvaziavam os pneus das camionetes do Linhares, estacionadas no Largo dos Peixinhos, junto à Misericórdia.