A nossa terra, hoje, ficou mais pobre desportivamente.
Deixou-nos um grande Esposendense, um Homem singular, um grande
Desportista.
Júlio Magalhães de Faria.
Sinceramente, não sei mesmo como começar esta minha pequena e justa
homenagem a um dos meus maiores Amigos de Sempre!
Conheci o Júlio quando eu era muito jovem. Sempre tivemos uma relação
franca e aberta, um tratamento de mútuo respeito e de consideração.
Foi na condição de empresário, ele, e eu por dever de profissão que as nossas
relações se aprofundaram ainda mais. Era proprietário das bombas Gal em Gandra.
Júlio foi um desportista a sério. Foi ele que incrementou a prática do Rugby no Minho, mais propriamente no C.R.A.V. - Clube de Rugby Arcos de Valdevez. Fazia de tudo
por carolice. Chegou a levar atletas de Esposende para praticar Rugby nos Arcos.
Passou pelo Técnico de Lisboa, pelo CDUP, Porto. Foi internacional na
modalidade. A equipa onde jogava ganhou a 1ª Taça de Portugal em Rugby.
Foi nos Arcos de Valdevez que se notabilizou e onde passou cerca de 30 anos
dedicados ao Rugby.
Foi de tudo, dirigente, treinador e jogador. Um pouco de tudo e sempre
por muito amor à camisola. Sem nunca exigir um cêntimo, nem transportes queria
que lhe pagassem.
No início da A.D.E., logo após a sua fundação, não havia dinheiro para
nada. Era tudo prata da casa. Como responsável pela equipa Sénior, convidei o
Júlio para preparador físico da equipa, que prontamente acedeu. Era tão grande
e intenso o seu trabalho, que por vontade dos jogadores durou poucos meses,
tudo sempre por amor à camisola.
Dizia ele não era questão de dinheiro, mas questão de mentalidade.
O Júlio deixou-nos um legado enorme. Como desportista e como Homem. Era
um ser humano fantástico. O Minho do Rugby está de luto, mais
pobre. Eu perco um Grande Amigo. Sempre tivemos uma relação de grande amizade e
cordialidade.
"Na vida não importa como somos, mas que alguém nos aprecie pelo
que somos".
Esta é a minha simples Homenagem a um Homem Simples e Bom.
Bom Amigo, um até já!
a. pinto