É com orgulho e estima pessoal pela dona desta empresa artesanal, a Senhora Berta Castilho, que dedico este post! Há alguns anos atrás, eu tinha visitado a sua empresa, até porque a sua filha mais velha (A Bárbara) tinha sido minha aluna e obviamente, o contacto foi por isso, bastante facilitado! O seu método manteve-se até hoje e a batedeira industrial de natas, que talvez para muitos seja uma peça de museu, continuou a funcionar até aos nossos dias, graças ao empenho dos seus trabalhadores, que argutamente arranjam peças para trocar, quando estas são necessárias. Até me parece que é algo semelhante ao tipo de conserto feito pelos cubanos relativamente aos seus veículos antigos, que são autênticas relíquias do passado. Certo é que a Dona Berta não se deixou impressionar pela globalização, nem pelos tubarões económicos! Há pouco tempo, bateu mesmo o pé, à grande cadeia de distribuição - "Jerónimo Martins", que possivelmente exigiria custos de produção mais reduzidos, para colocar no Pingo Doce e noutras cadeias de hipermercados, a manteiga e o queijo das Marinhas. Ela não se importou que a sua preciosa manteiga fosse retirada das prateleiras desses hipermercados. Concerteza que protegeu os seus trabalhadores e blindou a sua empresa a ataques das grandes cadeias de distribuição. Para mim, já venceu essa "guerra económica" e o seu prestígio é inabalável! A consagrada "Wallpaper" do Reino Unido distinguiu mesmo a manteiga das Marinhas como sendo das 13 melhores do mundo e esse galardão, não lhe é atribuído por favor, mas por mérito, quando são provadas centenas de lacticínios de todo o mundo. Apenas com 37 trabalhadores, a indústria tem sobrevivido às crises, graças à qualidade dos seus produtos alimentares. O empreendedorismo da proprietária impressiona pelo seu poder de decisão que é tão forte, quanto uma outra "dama de ferro" de outros tempos, a Senhora Ferreirinha do Douro. A sua manteiga embrulhada em papel vegetal é única no mundo e fora conhecida pelos ingleses nos vários Hotéis do Douro, uma manteiga gourmet considerada indispensável, ao nível do vale que é património mundial. (...)