Filipa Martins recebeu Prémio
Literário Manuel de Boaventura
O
Município de Esposende entregou hoje o Prémio
Literário Manuel de Boaventura à escritora Filipa Martins que concorreu com o
romance “Na Memória dos Rouxinóis”. A
cerimónia decorreu no Fórum Municipal Rodrigues Sampaio, em Esposende, na presença do presidente da Câmara Municipal,
Benjamim Pereira e da vereadora da Cultura, Angélica Cruz e dos membros do
júri, Sérgio Guimarães de Sousa, da Universidade do Minho, e André Correa de Sá,
da Universidade de Santa Bárbara, Califórnia, Estados Unidos da América. Em
representação da família de Manuel de Boaventura marcou presença João Armando
Boaventura e Silva.
“Aposta
sublinhada e contínua na defesa da obra cultural”, assim percecionou a própria
galardoada, Filipa Martins, a ação da Câmara Municipal de Esposende que, nesta
segunda edição do Prémio Literário Manuel de Boaventura, contou com a apresentação
de 110 obras a concurso.
O
presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira, lembrou
que a ideia subjacente à criação deste
prémio literário “teve dois objetivos específicos como fundamento: a vontade de
homenagear e divulgar o autor que deu o nome ao prémio - Manuel de Boaventura -
e a necessidade de incentivar a criatividade literária e o gosto pela escrita e
pela leitura”. Porém, este prémio insere-se, ainda, na política de
desenvolvimento cultural do Município de
Esposende, nomeadamente na ação associada à leitura, reforçada com o Plano de
Combate da Iliteracia, em curso no concelho.
A
escritora Filipa Martins defendeu o papel da memória – fio condutor da sua obra
-, enquanto aliada da humanidade, para recordar que “na 2.ª Grande Guerra,
registaram-se 45 milhões de refugiados e, de 2015 até hoje, registaram-se 33
mil pessoas refugiadas e 12 mil morreram na rota migratória. Um continente que
foi ajudado vira agora costas à ajuda”, advertiu.
Filipa
Martins entende que “as memórias ligam-se umas às outras por caminhos
insondáveis”, razão pela qual estabeleceu o paralelismo com Manuel de
Boaventura “que foi reprodutor de lendas e narrativas e o meu romance tem a
linha condutora do esquecimento”.
Sérgio Guimarães de Sousa, do júri, destacou “a originalidade do enredo, num romance escrito com muita minúcia e domínio do estilo”. Já André Correa de Sá apontou o “domínio muito correto da narrativa, por parte da autora, ficando como lição deste livro a ideia que podemos encontrar sempre mecanismos de autocriação”.
João
Armando Boaventura e Silva revelou “gratidão e uma profunda emoção, pela iniciativa
do Município de Esposende que perpetua o nome de Manuel de Boaventura na
memória coletiva”.
O Prémio Literário Manuel de Boaventura foi criado com o intuito de homenagear e divulgar este escritor e homem de cultura, natural de Vila Chã, Esposende. No valor pecuniário de 7 500 euros, o Prémio tem periodicidade bienal, contemplando a modalidade da criação narrativa de Romances ou de Contos da autoria de escritores de língua portuguesa. A cerimónia foi complementada pela atuação de alunos da Escola de Música de Esposende.
Esta postura enquadra-se nos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, da Organização das Nações
Unidas, nomeadamente Educação de Qualidade, Cidades e Comunidades Sustentáveis.