domingo, 21 de abril de 2013

I - "Voz desportiva do Jandirinha"



Campeonato Nacional da 3ª Divisão-série A-
           - manutenção (descida)-
                      4ª jornada

Esposende   3 Merelinense      1
Melgacense 0 Maria da Fonte  3
Monção        2 Ponte da Barca 0


Classificação: 4ª jornada:- série A- 4ª jornada
               21 maio de 2013

1º-Maria da Fonte... 23 pontos
2º-Merelinense ..........  21    "
3º-Ponte da Barca......  15     "
4º-Esposende............. 14     "
5º-Monção ................13      "
6º-Melgacense....... 10 pontos

Simulacro nas Torres de Ofir revela dificuldades nas comunicações

Jornal de Notícias

Um "mega simulacro" numa das Torres de Ofir, em Fão, Esposende, revelou "algumas dificuldades" no sistema de comunicações, durante a simulação de uma situação de incêndio num sétimo andar, do qual "resultou" um morto, sete feridos graves e 12 ...

sábado, 20 de abril de 2013

Esposende - Agenda: Abril 2013


CARLOS BARROS - CANTINHO DOS LOBOS DO MAR


CARLOS BARROS - CANTINHO DOS LOBOS DO MAR: O afogado que ressuscitou…

  O afogado que ressuscitou…


        O Verão, no dia quatro de agosto,  de mil novecentos e sessenta e quatro, chegou à então pacata vila de Esposende, com todo o seu esplendor, com muito sol e uma temperatura ideal para a praia e para  uns  mergulhos no rio, junto às escadinhas, perto  do  Salva-Vidas.
        O rio era a piscina natural da criançada, sempre pronta  para os mergulhanços  da ordem, longe dos olhares dos pais.
        Com o rio a beijar o sol, aperfumado, por uma ligeira brisa, alguns pescadores  “foram para a vida”, lançando as redes das solhas para as águas do Cávado que ainda estava adormecido, e que “acordara” com o barulho do chapinhar dos pés dos jovens pescadores.
        O Zé Pechichola, tendo como companhia o “Atita”  tinha saído de casa todo apressado, com um saco de serapilheira às costas, para  umas surtidas às croas-areais- para fazer uns lanços com a rede das solhas.
Já nas “croas”, repletas de assustados maçaricos e andorinhas do mar,  estes dois amigos lançaram as redes, fixas  num pau e começaram a  sua faina levando a rede para um local do rio mais fundo.
        Com a água pelo  pescoço o Pechichola começou  a bater com a vara no fundo do areal, empurrando as solhas que deslizavam inadvertidamente, para as redes.
 Na rampa do cais sul, encontrava-se uma catraia ancorada-amarrada-, e o Quico do Arroz- Francisco Domingos Ferreira da Cruz, vindo recentemente de férias da França, resolveu, em calções, dar um mergulho no baixinho mas, esse baixinho tornou-se fundo-fundão-,  e com um pé em falso, o Quico caiu ao rio desamparado.

        O Quico do Arroz, que sabia nadar muito pouco, começou a esbracejar aflito porque já não tinha pé e desapareceu das águas, empurrado pela vazante da  “corrente”.
        O Pechichola que observava esta cena, foi de imediato em socorro do  amigo, e ainda conseguiu segurá-lo, por uns segundos, mas teve que o largar porque  já estava prestes a afogar-se, embora nadasse como “um peixe”.
        Começaram os gritos de socorro e o Fernando Rosário que estava no cais pegou num barco, com o Dimas, remando com  uns improvisados remos, “paneiros”, foi socorrer o Quico do Arroz que já tinha desaparecido das águas cristalinas do Cávado.

        Entretanto, os Bombeiros foram avisados e a ambulância, a bela mas lenta Chevrolet, chegou num ápice com os “soldados da Paz” , em direção à ribeira, já com muita gente aglomerada, entre eles, o Carlinhos da Jandira,  o Tarrio, o Nibra, Augusto, Tachi, Paulo Fá, Mário da Barrega, David Miquelino, Zé Pancas, Armindo Murraca, Zé Conainas, entre outros, que interromperam um jogo de futebol que se estava a realizar na ribeira, em frente da Faustina, a “cinco croas”.
        O Quico do Arroz foi arrastado pela corrente, até às escadinhas perante os gritos e aflição da criançada que assistia a uma iminente tragédia.
        O Orlando Russo, sempre homem destemido, que se encontrava no cais a pescar à cana, com o seu velho Sagarra,  mandou um mergulho para as profundezas das águas límpidas do nosso rio e conseguiu agarrar o Quico do Arroz e trazê-lo à superfície, agarrando-o firmemente pelo pescoço.
        O Quico mostrava poucos “sinais de vida” e urgia prestar os primeiros socorros de reanimação.
        O Quico foi transportado para a rampa sul e os bombeiros  fizeram a reanimação e o genro do senhor Porfírio, que estava a estudar Medicina, João Hildeberto B. Osório de Valdoleiros, casado com a professora Guiomar, estava presente  naquele momento no cais, e ministrou uma injeção ao “Quico” que foi imediatamente transportado para o Hospital Valentim Ribeiro, onde conseguiu recuperar , salvando-se “in extremis”.
O povo dizia que uma injeção, nestas situações de morte, chamava-se “injeção do desempata”…

        O Quico  confessou ao “BÓIAS” que teve consciência que iria morrer  e tinha largado o braço do Pechichola, sua derradeira bóia de salvação, porque não queria que ele também morresse afogado, soltando-o no derradeiro  momento.
        O Orlando Russo foi um amigo de coragem, tendo arriscado a vida para salvar o seu amigo Quico do Arroz que, felizmente, ainda vive em Esposende, convivendo com os seus amigos na marginal ou  junto à igreja Matriz, em conversas amenas com o amigo Sotero- jogador de futebol-, uma  “velha glória” do ESC.
        Para o Quico do Arroz, os mergulhos acabaram para sempre e banhos só na banheira em casa…

“O CANTINHO DOS LOBOS DO MAR”
         Carlos Manuel de Lima Barros
                 20 de abril de 2013

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