Onda de contestação dos professores em 2023 vira metáfora num livro
infantil, pela mão de um menino de 10 anos. Visão e interpretação da
conjuntura vivida no país, inspira o jovem a inscrever um texto, no
âmbito de uma atividade escolar para a celebração dos direitos humanos.
Permitam-me apresentar um livro infantil que será lançado no próximo dia 27
de janeiro na Biblioteca Municipal de Barcelos, de autoria de Martim Fernandes,
um talentoso jovem barcelense de apenas 11 anos. Este projeto nasceu de um
pequeno texto elaborado durante um desafio individual proposto pela professora
de Português na turma de Martim. O texto original, sem alterações, foi
cuidadosamente analisado pela editora "Flamingo Edições", preservando
assim a essência e o propósito da história.
"A Revolta dos Dedos do Escritor", criada por Martim Fernandes,
um menino de 11 anos (com 10 anos à época da escrita), possui um encanto
singular. Esta narrativa vai além do universo infantil; é um mergulho profundo
na imaginação, expondo valores fundamentais que influenciam a nossa via
em comunidade como a resiliência, liberdade de expressão, trabalho em equipa,
direito a greve e tempo de descanso.
Os protagonistas desta história são os dedos de um escritor que decidem
fazer greve para reivindicar seus direitos de descanso. Essa narrativa foi
concebida durante a celebração do Dia Mundial dos Direitos Humanos, na escola
frequentada por Martim (Rosa Ramalho, em Barcelinhos). Ele habilmente utiliza
essa metáfora para refletir sobre as batalhas diárias enfrentadas por muitos,
enfatizando a importância da luta por direitos e valores fundamentais para uma
sociedade justa e igualitária.
É notável o contexto social que inspirou esta história. O Martim encontrou
inspiração na onda de contestação dos professores, um momento marcante que
gerou várias reflexões sobre os direitos e deveres de cada cidadão. Os dedos
representam os professores e o escritor, o Ministério da Educação. Este livro
torna-se uma analogia envolvente e acessível a essa situação, sendo uma
ferramenta valiosa para promover debates e reflexões sobre ativismo e direitos
humanos entre os jovens.
Márcio Fernandes Pai e educador de Martim Fernandes