Republicação
Um recreio atribulado…
Já
em pleno Julho de 1962, com o sol a suspirar a neblina matinal, a Escola Primária de Esposende respirava de entusiasmo e de alegria com os seus alunos
fervilhando a sua incontida
energia, nas suas correrias, jogo aos
ladrões e “aí vai peixe”, eram aqueles
minutos muito saborosos, fora da sala de aula e longe das canas e da repressiva palmatória que a “criançada” tanto
se atemorizava..
O professor Carlos M. estava a conversar com o
seu amigo João Conde, deambulando pelo pátio interno da escola, era o momento
certo para desfrutar da pouca liberdade que as crianças dispunham na escola e o
recreio era o espaço ideal para abraçar essa mesma liberdade tão desejada!
Com a mesa de “pingue pongue”, colocada ao
fundo do corredor da escola, o Romão, o Fernando Quintino e o Torradinhas,na
companhia de outros colegas, andavam à roda da mesa ao “apanhas”, com o
professor Carlos M. junto ao portão da entrada, despedindo-se do deu amigo João
Conde Evangelista. O Fernando, que andava com os seus socos,- calçava os
sapatos apenas aos domingos para ir à missa-, não esteve com “meias medidas”,
apontou a arma-soco- à cabeça do Torradinhas, que habilmente se esgueirou, e o
“projéctil”atingiu um dos vidros da Escola e foi uma “estardalhaço” que alvoraçou
toda a gente e, passados segundos, veio o professor Carlos M. , com o seu ar
altivo e “caústico” e mandou os “beligerantes” para a sala, menos o Torradinhas
que já tinha desaparecido a “sete léguas”no momento do incidente.Quando “cheirava
a esturro”, o amigo Torradinhas, fugia a “sete ventos”…