segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Fotos de ANTÓNIO EDUARDO LOSA FARIA

ANTIGAMENTE ERA ASSIM

ESPOSENDENSES - NA RIBEIRA OU NO MUNDO
O encontro de todos os filhos ou rendidos ao Privilégio da Natureza
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sexta-feira, 31 de julho de 2015

ÍDOLO QUE NÃO SE ESQUECE

Por António Pinto

Decorria a época de 1954/55 e a equipa de Esposende Sport Clube disputava os Regionais da A.F.B, e de seguida o Nacional da lllª Divisão.
Devido à extraordinária prestação da equipa, os Esposendenses viviam empolgados e eufóricos, não só pelos resultados, mas também pelo facto da equipa ser composta essencialmente por muita juventude.


Hoje presto aqui uma simples, mas sentida homenagem a um dos meus maiores ídolos da época, Joaquim Ferreira da Cruz, mais conhecido pelo "Quim do Arroz".
Não é difícil falar do Cruz. Como desportista foi eclético. Em todas as modalidades, e não foram poucas as que praticava, fazia-o com mestria e dedicação.
Foi velejador: Lusitos e Sharpes, com João Eduardo, Sampaio e Cruz; no remo com Costa A. Guimarães, Sampaio, Cruz, e o timoneiro Engº Zé Areias.  Mas foi no futebol onde o Cruz mais se notabilizou e evidenciou.
Jogador com uma capacidade enorme, de técnica refinada, as suas fintas e passes causavam sensação. A sua inteligência e a leitura do jogo eram fora do comum. Dois excelentes pés, por onde passava espalhava a arte de bem jogar.
Começou muito jovem a dar nas vistas. Fez parte da equipa de Juniores do Sporting Clube de Braga, com Tamanqueiro, Farol e M. Losa. De seguida veio a tropa, Base Aérea de S. Jacinto, fazendo parte da Equipa Militar, que na ocasião disputavam campeonatos. Foi abordado para jogar no Beira-Mar da 1ª Divisão, só que o Capitão não o dispensou, queria-o na Equipa Militar.
Surgiu depois a hipótese de Cruz e Farol rumarem ao Vitória de Guimarães. Fizeram um treino numa 6ª feira. Era treinador o consagrado Fernando Vaz e presidente do clube o pai de Pimenta Machado que meteu-lhes no bolso 500$00 escudos a cada um, e compromissados de comparecerem na 3ª feira seguinte para novo treino. Entretanto surgiu-lhe em casa dois dirigentes do Académico do Porto que militava na 2ª Divisão  e o "raptaram", nem teve tempo de fazer a mala.
O destino estava traçado, uma enorme carreira passou ao seu lado!
Acabou a sua carreira no Porto. Mas que pena!
Dizia-me um dia destes, se naquela época tivesse o equipamento que existe hoje. Campos relvados, bolas quase sem peso, botas sofisticadas. Com ironia disse: “metia a bola no bolso dos calções do guarda-redes".
Vi nele uma nostalgia enorme a falar do antigamente, dos colegas de equipa, dos dirigentes, do inconfundível P. Moreira, etc...
A certa altura diz-me, tenho os meus cabelos em pé, mas que saudade eu tenho, dos tempos antigos, do E.S.C.. Os seus/nossos olhos começaram a lacrimejar num misto de alegria e tristeza.
Hoje, vive em V.N. de Gaia, com 81 anos, mas sempre que pode cá está junto da Família e dos Amigos. Quem nasceu neste “Privilégio” dificilmente o esquece...
Obrigado Amigo Cruz por me teres dado oportunidade de conversar contigo, recordando o passado e dizer-te,  podes ter a certeza que também tu ficarás para a História Desportiva da nossa Terra.
Esta é a História de um HOMEM simples que marcou uma geração de ouro a quem Esposende está Grato, e  a quem a sorte lhe passou ao lado.
Um abraço cordial,

a.pinto (lucas)