domingo, 2 de junho de 2013

Gente da terra, do rio e do mar. Por Carlos Barros.



Os nossos  históricos pescadores de Esposende descansando no banco do mercado, ouvindo o "soletrar" do "zumbido" do mar, ameaçando "mau tempo".
O vento frio e forte que se faz soprar, é tempestade pela certa!...
João Careca, Milo, sr. David Loureiro e Paulo Fá conversam sobre as condições atmosféricas que se avizinham, sob o olhar atento do Carlinhos da jandira que se ausentou da fotografia, por razões táticas...

Comemorações do Dia do Pescador


POSTO DE TURISMO DE ESPOENDE/MIGUEL GOMES/AURORA LIMA

MENOS LIXO, MAIS ESPOSENDE.


sexta-feira, 31 de maio de 2013

CARLOS BARROS - A Srª Maria Fifas

A Srª Maria Fifas:

   Nos meados da década de sessenta,  tive o privilégio de possuir uma cana de pesca de "nylon", comprada na casa "Gazcidla" do Samuel, na rua Narciso Ferreira, já que a minha mãe me premiou com esta prenda, uma vez que  tinha  passado de ano e as "notas" no Externato Infante Sagres tinham sido razoáveis.
  Com essa cana, passei alguns anos a pescar à boinha, nos areais e no lodo, quando a maré subia, era "só tocar"!... O cacifre enchia rapidamente  e onde comprava eu a isca?
   Precisamente, à senhora Maria Fifas que morava na terceira casa, a contar do sul para norte, do  bairro de S. Vicente Paulo. 
   Com "cinco croas", dadas pela minha mãe, chamava pela srª Maria e lá vinha esta simpática pessoa, com o caixote da isca, muito cobertinha com um saco de linhagem húmido para melhor se  conservar vivinha.
   A dose era sempre bem "aviada" e  melhor que  o embrulho da isca, era o sorriso e a simpatia contagiante da srª Maria.
   Era uma isca "sagrada" recebida  das mãos da senhora Maria e os "irigos" e mujos  não resistiam e com aqueles anzóis número onze, era uma pesca fatídica e de sucesso. Só ia para casa com o cacifre a transbordar e tinha de dar peixe aos vizinhos, tal era a quantidade de peixe pescado.
   A senhora Maria recolhia a isca, apanhada pelos filhos no lodo, -Santos , Serafim, Abílio  e filhas,- em sua casa, um pecúlio  importante para o sustento da família.
    O Santos era rápido  a cavar no lodo, com a sua enxada porque  o futebol na ribeira esperava-o. Entregava sempre o dinheirinho à mãe que o felicitava.
    O Serafim era lento já que de bola não era grande "às", ao contrário do Abílio que era um guarda-redes de elevados recursos, entre os varais  da ribeira ou mesmo no futebol.
    A senhora Maria "partiu" e Esposende ficou mais empobrecido porque esta senhora foi uma mãe esmerada, boa esposa e  os filhos para ela, eram "tesouros" que guardava no seu coração.
    Adorava os netos e falava-me sempre da Joaninha, da Maria dos Anjos-antigas jogadoras do Sul, em futebol-, filhas do Serafim, assim como dos demais netinhos e netinhas.
    A família era o "Centro do Mundo", para esta maravilhosa senhora que teve uma dedicação inexcedível, com elevado sentido de responsabilidade e seriedade, na Igreja da Misericórdia que vigiava  pela sua  segurança.
   O  "BÓIAS", aquele rapazinho que teve o privilégio de ser cliente da isca da senhora Maria,  envia  os sentidos pêsames aos filhos  netos  e familiares na convicção plena que a senhora Maria estará sempre nos nossos corações.
   Que Deus a ampare nos seus "Aposentos Celestiais".

CMLB-"O BÓIAS"