É com o maior gosto que presido à cerimónia de abertura do 4º Congresso Nacional dos Economistas.
Desde logo, por partilhar interesses profissionais, intelectuais e académicos com a maioria desta audiência.
Mas também pela oportunidade de estar presente na atribuição dos Prémios Carreira ao Dr. Murteira Nabo, ao Dr. Norberto Pilar e ao Dr. António de Almeida, a quem felicito, com apreço.
Este Congresso constitui, por outro lado, uma ocasião especial, devido à situação muito difícil em que Portugal se encontra. Vivemos um tempo em que muito se exige do talento e das capacidades dos nossos economistas.
Em audiência recente ao Senhor Bastonário da Ordem dos Economistas, tive ocasião de transmitir-lhe a minha visão sobre a responsabilidade acrescida que a Ordem assume no actual contexto histórico. Dos economistas espera-se, muito em particular, que contribuam com a sua reflexão para o debate sobre a execução do Programa de Assistência Financeira e para esclarecer e consciencializar os decisores políticos e a sociedade portuguesa sobre os desafios e as obrigações que Portugal enfrenta.
É essencial que, com o seu saber e com a sua experiência, os economistas dêem o seu contributo para que os Portugueses possuam uma informação mais adequada sobre a actual situação do seu País, as causas da crise que vivemos e as perspectivas de futuro que justificam os sacrifícios que agora têm de enfrentar.
Num tempo de incerteza, em que os resultados do esforço pedido aos Portugueses nem sempre são tangíveis ou imediatos, é dever dos economistas serem mensageiros rigorosos dos progressos alcançados, das dificuldades que ainda nos esperam ou da necessidade de repensarmos a trajectória seguida.
A esperança não deve ser confundida com o optimismo cego, nem com a aceitação acrítica de soluções ilusórias. O tempo que vivemos é um tempo de realismo. Todos sabemos que temos pela frente uma caminhada longa e com grandes obstáculos, pelo que o alarmismo, a desinformação ou a distorção da realidade em nada contribuirão para fomentar a confiança de que tanto necessitamos para o crescimento económico e a atracção de investimentos externos.
Senhoras e Senhores,
Este Congresso ocorre num tempo em que o País vive uma das crises mais profundas da história da nossa democracia.