O Cantinho dos Pescadores de Esposende foi
inaugurado hoje, dia 2 de outubro de 2013, pelas dezassete horas perante
uma numerosa e atenta assistência.
Os pescadores de
Esposende ficaram com uma nova estrutura de lazer e recreio graças ao empenho
da Autarquia de Esposende-Pres. da Câmara João Cepa,- , Pres. da Junta de
Freguesia Zé Feliz e Augusto Carneiro, Presidente da A.P.P.C.E.-
Estiveram
presentes o Vereador do Desporto e Turismo prof. Rui Pereira, Vereadora da
Cultura Dr. Jaqueline, Presidente do Forum Esposendense Fernando Pilar, entre
outras individualidades locais e concelhias.
Na
inauguração usaram a palavra o Presidente da Câmara de Esposende João
Cepa, Presidente da Junta de Freguesia José Felgueiras e Presidente da
Associação de Pescadores Profissionais do Concelho de Esposende-
A.P.P.C.E.- Augusto Carneiro.
Esta
estrutura foi benzida pelo novo Arcipreste de Esposende Padre Delfim
e posteriormente celebrou-se uma cerimónia religiosa.
O
Presidente da Câmara Municipal de Esposende João Cepa na sua intervenção,
realçou todo o seu empenho e dedicação em prol dos problemas da classe
piscatória- barra, assoreamento da marina sul...- e teceu sérias e frontais
críticas à classe política pelo incumprimento das promessas feitas para a
resolução da barra e assoreamento da marina.
João
Cepa, um amigo da classe dos pescadores e dos esposendenses em geral
e na sua despedida, pessoalmente, formulo votos de felicidades no seu
novo percurso profissional que se avizinha.
João
Cepa, um Autarca que muito fez por Esposende, mormente nestes seus dois últimos
mandatos, e que deixou uma obra que está à vista de todos nós.
Como Presidente da ADE em 2004/2005 as minhas relações com
a Autarquia não foram fáceis mas, reconheço que o João Cepa deu uma preciosa
ajuda, nesse ano, para a sobrevivência da ADE.
De minha parte,
se houve atitudes que desagradaram ao Presidente da Câmara de
Esposende, peço desculpa porque sempre defendi, intransigentemente,
os direitos e os interesses da ADE e espero e estou plenamente
confiante e convicto que o meu amigo Eng. Benjamim Pereira irá fazer um
excelente trabalho em Esposende.
Quando
um Autarca ouve os seus munícipes, a obra aparece...
Um até breve
CMLB-
"Amizade Esposende-Brasil, com as suas gentes!"
De: Carlos Barros
Firmino
Costa Terra:
O Firmino Costa Terra foi um ilustre pescador de
Esposende e era uma homem que impunha seriedade e verticalidade nas suas
atitudes e com ele, o respeito era uma norma que muito respeitava.
A esposa do senhor Firmino Terra, Maria José foi
governanta na casa do Dr. Joel Magalhães sita na Rua Barão de Esposende e, um
dia, partiu para o Brasil grávida da Maria José de sete meses
e mais tarde, regressou com a menina a Maria José que permaneceu em
Esposende até aos dez anos.
Com dez anos a Maria José partiu para o Brasil com os pais e permaneceu durante
longos e longos anos e, até que um dia, "teve um sonho",
regressar a Esposende, às sua origens e, acima de tudo, reencontrar
familiares que desconhecia.
Numa manhã de domingo, o Calinhos
da Jandira atravessou a rua para falar com o Sotero que estava sentado
no banco da igreja Matriz, conversando com amigos e deparou-se com seis pessoas
"estranhas" mas muito simpáticas, que falavam sotaque Brasileiro.
A Maria José Mota desejava
conhecer a casa do Dr. Joel onde a sua mãe tinha sido governanta durante muitos
anos e mais algo sobre a vida deste ilustre e simples médico. O Carlinhos não
esteve com "meias medidas" e começou a orientar esta simpática
família - Maria José, Márcia, Fernando e Mónica- para o local onde
estava a Casa do Dr. Joel, foi a Casa do Zé Feliz, dirigiu-se a casa da
madrinha de batismo da Maria José na avenida do Hospital, deslocou-se ao
Fórum Esposendense, ao rio Cávado, aos Bombeiros, à Casa Terra-Fandino- em suma
fez outras "démarches", com inúmeras peripécias no
meio, a este Grupo familiar visando encontrar alguns familiares, o que se
conseguiu; família do Zé Feliz- Tio Feliz, Joana e demais filhas-, família
Terra e finalmente, o sorriso consolidou-se no seio destes ilustres
amigos.
Estes brasileiros ficaram espantados
pela beleza de Esposende, pelos Bombeiros V. Esposende, com os seus excelentes
recursos, afirmando que no Rio de Janeiro não havia nada parecido com estas
condições e recursos que os nossos Bombeiros dispunham.
O João Vilarinho, vice Presidente da
A.B.V. Esposende recebeu estes amigos com a simpatia e a cordialidade habitual
e, como lembrança, levaram umas simples recordações dos bombeiros de Esposende
para mais tarde recordar.
Naturalmente, que
foram visitar a fotografia do Dr. Joel ao gabinete de Direção e o antigo
consultório onde este singelo e humano médico deu inúmeras consultas em prol
dos necessitados.
O Carlinhos ficou feliz pelo desfecho desta situação e com a Ivone
e o Zé Feliz por perto, despediu-se destes amigos brasileiros com um até breve
e com a missão cumprida por tornar exequível o reencontro de
familiares da esposendense Maria José.
De Esposende, envio um abraço
fraterno ao Fernando Rites, Rita e Ritinha, um casal extremamente simpático que
esteve em férias em Esposende e que deixou, como sempre, a sua sublime
simpatia na minha pessoa e amigos.
Para o Brasil, um sorriso de simpatia
dos esposendenses para os esposendenses que vivem neste interessante e lindo
País.
Carlos M.
Lima Barros.
25 de
setembro de 2013
Inauguração do Centro de Informação Turística de
Esposende (C.I.T.E.)
Esposende
está projetado para o Mundo na vertente turística com a inauguração deste
importante e moderno equipamento onde impera a interatividade que
nos projeta para todo o Mundo.
Um
edifício remodelado, moderno e muito bonito este C.I.T.E. onde a inovação e a
investigação estão ao nosso serviço.
O
Turismo é uma importante força económica que urge rentabilizar e
"vender" este produto, com qualidade, é ajudar a
economia local e nacional.
Parabéns
à autarquia (Pres. da Câmara M. E., Vereador prof. Rui
Pereira) e aos projetistas, sem esquecer os trabalhadores que ergueram
este belo edifício: carpinteiros, eletricistas, técnicos informáticos, func. da
Câmara M. E., func. do CITE entre outros.
Esposende
está mais rico com este novo empreendimento turístico que terá projeção no
Mundo, sem esquecer o Brasil, onde estão muitos esposendenses (Fernando
Rites, A. Cruz, Gelinho,...).
Por
Esposende "respira-se" modernidade" turística com as suas
inovadoras plataformas interativas.
Carlos Barros
"O
fontanário da Igreja Matriz de Esposende"
Um
símbolo, uma história, um património um pouco esquecido, que as autoridades
autárquicas locais, teimam em descurar...
Neste
fontanário os jogadores da ribeira, nós na altura, ainda crianças, vínhamos
beber, matando a sede e limpando o suor de tanto jogar no Largo Rodrigues
Sampaio e na Ribeira.
As
nossas mães vinham aqui, com os seus cantaros, buscar a água para a comida e
para bebermos nas saudosas malgas de barro de Barcelos que a tia Louceira
nos vendia.
Cantaro
furado ou partido, a resina consertava... Não havia dinheiro para um novo!...
Um
fontanário sem bicas, até quando?
Porque
não jorra a água?
Despeço-me
com três palavras: "incúria"... desmazelo... descaso...
CMLB
Um
testemunho….
Terminei
a minha quarta classe antiga, “construída” tijolo a tijolo, com os mestres
professores Agostinho, Carlos Martins, Beirão, Fernanda Pio e D. Isolina, dando
os primeiros passos na “passadeira da instrução” na Escola Primária de
Esposende, tendo em anexo, a Cantina Escolar de Rocha Gonçalves, local onde os
“pobres” amenizavam” a fome…
Deixei
a pasta de linhagem,/cutim, libertei-me das lousas e ferrões, dos velhos e
carunchosos livros escolares, cheinhos de moralidades e de ideologia que nos
tolhia a liberdade e disse à minha mãe:
-Quero
ir estudar para o Colégio Infante Sagres?
Então
vai meu Carlinhos porque quero que seja alguém na vida e sem estudos não se é
ninguém, respondeu-me a minha mãe, já com um pensamento moderno de vida.
Numa
terça-feira, a minha mãe, deixou a tenda e a costura, fazendo descansar a
agulha e o dedal, e lá foi ela falar, toda animada com o Dr. Reis.
-
Com a cédula em riste, folha de inscrição e a caderneta escolar
–Lisboa-Imprensa Nacional-1962, nº 93- preenchidas, pago o selo fiscal de sete
e quinhentos, a Jandirinha inscreveu o Carlinhos no Colégio I. Sagres, tendo
previamente, orçamentado todas as despesas para a minha futura educação. “A
Jandirinha criava um “porco” para reforço do trimestre e os outros proventos
vinham da sua atividade como feirante/comerciante.
Com
o material escolar e livros escolares organizados, comprados na Papelaria
Vieira e na Cávado, o Carlinhos entrou no Infante Sagres, todo aprumado,
botinhas de pneu de avião, untadas com sebo, a pedir futebol. Estávamos no ano
de 1963.
Como
meu encarregado de educação ficou o Dr. Agostinho da Rua Reis porque o meu pai
”esqueceu-se“ de ser pai…
No
Colégio Infante Sagres vivi a minha juventude, com alegria, paixão e entusiasmo
de ser alguém na vida.
Tive
imensos professores: Dr. Belchior, sr. Prior de Fão, Barros de Gandra, Dr. Alceu
Vinhas, Amélia, e o inevitável Dr. Reis, este sim, o que mais me marcou positivamente
sem, desprimor para os demais.
O
Dr. Reis foi meu professor de Inglês, Geografia e Francês, um professor polifacetado
e de uma cultura geral ímpar, onde na pedagogia nas aulas era Mestre, motivando
os alunos ao estudo e a serem aplicados nas aulas, todavia havia aqueles
“profissionais do colégio” que nada ligavam e os livros repousavam alguma
vezes, nas silvas, junto ao muro do Albano Laca, para o outro dia…
Nas
aulas o Dr. Reis era sinal de respeito e dotado de um extraordinário profissionalismo
e só faltava dormir no colégio.
Fiz
o meu segundo ano no dia 23 de julho de 1965 na Póvoa, levado para esse
”infernal Liceu” na camioneta do Linhares, com partida no Largo Rodrigues
Sampaio, com outros meus colegas tremendo de medo, pela ameaça do “chumbo”…
Em
mil novecentos e setenta deixei, finalmente, o Colégio Infante Sagres, com o
quinto ”na mala” que tanto jeito fez no serviço militar.
O
Dr Reis era amigo do seu amigo e quantos frequentaram o Infante Sagres
gratuitamente!... Era uma pessoa generosa por natureza e convivi muito com ele,
nestes maravilhosos anos de Colégio em que tive o Tozé Reis, seu filho, como
colega de carteira, no quinto ano,-dr. Zé Albino, Eng. Teixeira….- assim como,
mais tarde, no mesmo ano, a Drª Margarida Reis, sua filha. Como se depreende,
fui um “quintista repetente”….
Para
além de professor emérito, “jubilado no meu coração”, o Dr. Reis era um amante
do desporto e do futebol em particular, e com ele, o Carlinhos não falava ou
dizia mal do Porto e só o fazia ao meu amigo Tozé porque nesse tempo, o Porto
pouco ganhava, e estava nas minhas “sete quintas”… se fosse agora…
caladinho!...
Tive
o privilégio de ter o Dr. Reis, nestes últimos anos, como vizinho –Rua Nª Srª
da Graça- e quando o via a tomar o seu cafezinho/pingo no “lotus”, acompanhado
sempre com a sua inseparável esposa D. Mariazinha, e a sua cunhada, o Carlinhos
ia sempre dar-lhe um abraço, como amigo e encarregado de educação no seu
Colégio Infante Sagres.
O
nosso quinto ano tínhamos uma equipa de futebol que fazia furor – Carlos
Barros, Zé Albino, Reis, Afonso, Licínio…- e naquele campinho relvado/careca do
Colégio eramos quase invencíveis e nos campeonatos que o Dr. Reis organizava, o
nosso quinto ano, era o Porto dos tempos de hoje… Quando o Dr. Reis assistia a
alguns “nacos” dos nossos jogos, a velocidade duplicava e os golos apareciam…
Ele dava-nos energia extra”. Era o nosso Mourinho, onde com a presença,
“dinamitava-nos” na arte de bem jogar futebol.
O
Dr. Reis foi um cidadão exemplar, ocupando inúmeros cargos, na sociedade civil
e desportiva esposendense o que comprova o seu valor, verticalidade, caráter,
responsabilidade, capacidade de trabalho e seriedade perante a sociedade que
tanto o admirava.
Um
dia, quando fiz o quinto ano, o meu encarregado de educação Dr. Reis disse-me:
-Carlinhos,
se a tua mãe não tiver dinheiro para estudares na Universidade, eu ajudo-te.
-Ficaram-me
estas palavras no coração, esses desejo de solidariedade, de humanismo de grandeza
no bem servir contudo, o serviço militar cortou-me as esperanças de continuar
os estudos e a Guiné, foi o meu destino mas, a mensagem do Dr. Reis guardei-a
no coração, como homem bom, sempre atento às necessidades do próximo.
Mais
tarde, em 1984/85 frequentei a Faculdade de Letras de Coimbra-Curso de
História- como trabalhador-estudante , durante cinco anos e tomei “um banho e
uma paixão por Coimbra que ainda hoje perdura..-O Dr. Reis, acompanhava-me no
meu íntimo, nesses tempos estudantis.
Este
testemunho, é apenas um desabafar de um trajeto de estudante no saudoso Colégio
Infante Sagres onde o Dr. Reis me ensinou a crescer, como jovem e adulto e na
rua, na saudação “especial”, dava-me quase sempre o “cachaço” amistoso da
ordem, afagando-me com o seu delicioso gesto e sorriso aberto, as minhas costas
ou “cachaço” habitual.
O
destino do Dr. Reis só poderá ser o Céu, “local” dos homens bons que honraram a
solidariedade e o bem servir, neste “curto mundo” em que vivemos e no futebol,
nos Bombeiros, no Colégio, no Forum Esposendense, na Câmara Municipal, e em
inúmeros outros lugares, o Dr. REIS, FOI ÚNICO e são estes ÚNICOS que merecem o
Reino dos Céus.
Os
ex-alunos do Colégio e professores que lá lecionaram, assim como funcionários,
jamais irão esquecer o Dr. Reis pela filantrópica causa educativa/pedagógica
que abraçou e que nos ajudou a sermos homens, cidadãos de pleno direito.
À
sua família, atingida com esta inesperada e profunda dor, os meus sentidos
pêsames e podem crer que os esposendenses jamais esquecerão o Dr. Agostinho da
Rua Reis.
Carlos
Manuel de Lima Barros
Testemunho
de um antigo aluno que tanto admirou e respeitou o Dr. Reis.