"Já lhe aconteceu, no seu núcleo mais próximo, sentir-se a mil quilómetros de distância apesar de estar mesmo ao seu lado? O Papa Francisco convida-nos a fazer uma pausa neste ano jubilar da esperança para nos encontrarmos."
Já alguma vez sentiu, ao caminhar por uma grande cidade, aquela sensação de anonimato no meio de uma multidão que se desloca a alta velocidade em todas as direções? E não sentiu o mesmo no seu núcleo mais próximo, ou seja, sentir-se a mil quilómetros de distância apesar de estar mesmo ao seu lado? O Papa Francisco convida-nos a fazer uma pausa neste ano jubilar da esperança:
“Isto faz crescer uma virtude, que é parente próxima da esperança: a paciência. Habituamo-nos a querer tudo e agora, num mundo onde a pressa se tornou uma constante. Já não há tempo para nos encontrarmos e, com frequência, as próprias famílias sentem dificuldade para se reunir e falar calmamente. A paciência foi posta em fuga pela pressa, causando grave dano às pessoas; com efeito sobrevêm a intolerância, o nervosismo e, por vezes, a violência gratuita, gerando insatisfação e isolamento.
… na era da internet, onde o espaço e o tempo são suplantados pelo «aqui e agora», a paciência deixou de ser de casa. Se ainda fôssemos capazes de admirar a criação… a alternância das estações com os seus frutos; observar a vida dos animais e os ciclos do respetivo desenvolvimento; ter os olhos simples de São Francisco, que… sentia a criação como uma grande família” Papa Francisco, Spes non confundit, 4.
Seguir os passos d’O Caminho do Coração ajuda-nos a aprofundar este convite de reservar tempo para o encontro, para testemunhar na vida quotidiana que o outro é importante. Mas isto pressupõe reservar tempo para o encontro com Jesus e sentir-se infinitamente amado e valorizado, para além das próprias misérias.
“A nossa maneira de viver na sociedade atual deve ser uma alternativa de estilo de vida que construa relações mais sãs e um mundo mais justo e mais fraterno.
Se acreditarmos um pouco mais na força do testemunho e no poder transformador que têm os nossos gestos no coração dos outros, esforçar-nos-emos para que o mundo continue a acreditar que Jesus está vivo no meio de nós. Ninguém se convence de que Cristo é uma boa notícia para o homem mediante discursos, tratados ou documentos. Quando, no Evangelho, as pessoas se encontram com o Mestre, sentem-se atraídas por Ele, porque Jesus manifesta um interesse autêntico e verdadeiro pelas suas vidas. Como havemos de proceder nós? Revelando, com os nossos gestos, que o outro é importante para nós. Esta atitude é fruto da oração e do encontro pessoal com Jesus, que nos faz olhar as pessoas com os seus olhos.
… é possível viver de maneira mais humana, numa sociedade onde se construa uma “cultura do encontro”. O nosso estilo de vida deve ajudar a desterrar da sociedade o crescimento da solidão, a incomunicabilidade e o pragmatismo nas relações”. O Caminho do Coração, Passo 8.
A beleza da vida está nestes momentos de conexão, onde o tempo para e o coração fala. Cada encontro é uma oportunidade para nos redescobrirmos; ofereça a si próprio o tempo necessário para o desfrutar.
Equipa Editorial Internacional
Rede Mundial de Oração do Papa