Mia Couto vence
Prémio Literário Manuel de Boaventura 2021
O escritor
moçambicano Mia Couto, com o romance “O Mapeador de Ausências”, foi o vencedor
da edição de 2021 do Prémio Literário Manuel de Boaventura, promovido pelo
Município de Esposende.
A decisão, tomada por maioria do júri, que hoje, dia 25 de fevereiro, reuniu por videoconferência, é justificada “por se tratar de uma narrativa de elevada maturidade literária que, com particular sensibilidade, consegue cruzar tempos distintos da realidade moçambicana, oferecendo ao leitor uma expressiva representação do país no período colonial e pós-colonial”.
Nesta edição,
em conformidade com o Regulamento em vigor, apresentaram-se a concurso 104
obras provenientes de vários países de língua portuguesa, 13 das quais do
Brasil. O júri, composto pelos professores Sérgio Guimarães de Sousa, da
Universidade do Minho, na qualidade de presidente, e Pedro Eiras, da
Universidade do Porto, na qualidade de vogal, e, ainda, a bibliotecária Maria
Luísa Leite da Silva, da Câmara Municipal de Esposende, na qualidade de vogal,
manifestou satisfação por tão elevado número de obras a concurso.
Não sendo o
Prémio atribuído por unanimidade, o júri entende revelar a posição do professor
Pedro Eiras, que votou na obra As Telefones, de Djaimilia Pereira de Almeida,
pela criativa exploração da sensibilidade de duas mulheres, mãe e filha,
afastadas pela distância e unidas pela mais densa intimidade.
O Prémio
Literário Manuel de Boaventura foi instituído pela Câmara Municipal de
Esposende, com o intuito de homenagear e divulgar este escritor e homem de
cultura, natural de Vila Chã, Esposende. De periodicidade bienal e com o valor
pecuniário de 7 500 euros, contempla a modalidade da criação narrativa de
Romances ou de Contos da autoria de escritores de língua portuguesa.
Na primeira
edição, em 2017, o Prémio foi ganho pela escritora Ana Margarida de Carvalho com
a obra “Não se pode morar nos olhos de um gato” e, em 2019, por Filipa Martins,
com o livro “Na Memória dos Rouxinóis”. Mia Couto vence a edição de 2021 com a
obra “O Mapeador de Ausências”, que retrata a história do regresso de Diogo
Santiago, prestigiado e respeitado intelectual moçambicano, professor
universitário e poeta, à sua terra natal, a cidade da Beira, nas vésperas do
ciclone que a arrasou em 2019, para receber uma homenagem que os seus
concidadãos lhe querem prestar.
Mia Couto
nasceu na Beira, em Moçambique, em 1955. Foi jornalista e professor, e é,
atualmente, biólogo e escritor. Está traduzido em diversas línguas e conta com
vários prémios e distinções.
A entrega do Prémio ocorrerá em
Esposende, em data a determinar.
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