«Sob céus estranhos, uma artista
chamada Ilse» foi o tema do Seminário que a Câmara Municipal de Esposende levou
a efeito, no dia 9 de Abril, no Auditório Municipal de Esposende,
integrado nas comemorações do centenário de nascimento da escritora Ilse Losa.
A iniciativa reuniu um vasto leque de oradores da cultura portuguesa e contou com largas dezenas de participantes, entre os quais muitos jovens.
No arranque dos trabalhos, a Vereadora da Educação e Cultura da Câmara Municipal, Jaqueline Areias, salientou a importância de Ilse Losa no panorama da Literatura para a infância e a sua relação afectiva com Esposende pelo casamento com o arquitecto esposendense Arménio Losa.
A iniciativa reuniu um vasto leque de oradores da cultura portuguesa e contou com largas dezenas de participantes, entre os quais muitos jovens.
No arranque dos trabalhos, a Vereadora da Educação e Cultura da Câmara Municipal, Jaqueline Areias, salientou a importância de Ilse Losa no panorama da Literatura para a infância e a sua relação afectiva com Esposende pelo casamento com o arquitecto esposendense Arménio Losa.
José Manuel Mendes, escritor e presidente da Sociedade Portuguesa de Autores, começou por exaltar a realização do seminário e consequente debate, afirmando o seu júbilo pelo "momento de revisitação e de uma justa homenagem a uma escritora de pleno relevo das letras portuguesas". Partindo do registo afectivo de quem ainda teve o privilégio de conhecer Ilse Losa pessoalmente, com quem "pôde falar sobre literatura, política e das coisas da vida", José Manuel Mendes referiu a forma como conheceu Ilse, a sua obra, as traduções de autores alemães (Brecht e outros), as conversas em Esposende na companhia de Agustina Bessa – Luís, Eugénio de Andrade e outros e referiu o papel antifascista do casal Ilse e Arménio Losa, um "democrata indefectível", salientando que "Portugal muito deve a este casal".
José António Gomes, da Escola Superior de Educação do Porto, afirmou que "Esposende foi um cenário da vida e da ficção de Ilse Losa". Lamentando o facto da maior parte da obra da autora se encontrar há muito esgotada, só se encontrando em Bibliotecas, deixou o apelo para que as várias editoras reeditem a obra de Ilse Losa.
Ainda durante a manhã, Ana Cristina Vasconcelos, da Escola Superior de Educação do Porto, Ana Isabel Marques, do Instituto Politécnico de Leiria, Ana Margarida Ramos, da Universidade de Aveiro e Sara Reis da Silva, da Universidade do Minho, Professoras e investigadoras da literatura, partilharam o seu conhecimento sobre a vida e obra da escritora, com análises de obras como "Sob Céus Estranhos" e "O Mundo em que vivi", realçando o carácter inovador da sua obra e o texto dramático.
Já no período da tarde, houve lugar para a partilha de testemunhos e afectos de quem conviveu de perto com a escritora. Logo de início, o escritor António Mota, que teve Ilse Losa como sua mentora, afirmou que "ia visitá–la sempre que podia, era uma alegria () eu voltava consolado", falando da correspondência trocada entre ambos a propósito da sua obra e dos conselhos que recebia dela.
A ilustradora Manuela Bacelar abordou a relação de amizade pessoal e profissional que, ao longo da vida, as uniu, salientando o carácter de liberdade que se vivia na casa do casal Ilse e Arménio Losa.
Luís Ferreira Alves, fotógrafo e amigo do casal, invocou, num registo muito pessoal, o Porto dos anos 50 onde se juntavam à volta do casal alguns dos mais relevantes nomes da cultura nacional.
Encerrou o seminário o testemunho de Alexandra Losa, filha da escritora, que, numa conversa informal, respondeu a várias questões colocadas pelo público.
De referir que as comemorações do Centenário de Nascimento da escritora prosseguem na próxima segunda–feira, dia 15, pelas 10h30, na Biblioteca Municipal Manuel de Boaventura, com o lançamento nacional do selo filatélico Ilse losa e da edição do Postal evocativo do centenário.
O Serviço de Comunicação e Imagem da CME
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