APÚLIA
Ó praia azul, das mãos de El-Rei herdada
Quem te roubar não deu à Pátria ouvidos.
E os filhos dela, em branca revoada,
Exigem os espólios, devolvidos.
Nestas paragens há bezerros de oiro
Que, em vão, procuram ébrios, ajoilhados.
O Povo, aqui, é principesco e loiro
E guarda o culto dos antepassados.
Apúlia eterna! Apúlia independente!
Muro a deter toda a invasão secreta.
Não sou ninguém, mas sou alguém que sente
Em vós, Irmãos, minha alma de poeta.
Deixem-nos, sós, viver livres, ao menos,
Se deram vida (a sua vida!) ao mar.
Ai! Sargaceiros já não têm terrenos
Onde os seus barcos possam descansar!
PEDRO HOMEM DE MELLO
Junho de 1973
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