Esposende assinalou o Centenário do Farol de Esposende, numa atividade
cultural decorrente da parceria entre o Município e o Museu Marítimo de
Esposende que pretende enfatizar a ligação do guia dos navegantes à
comunidade e à própria definição da paisagem local.
A cerimónia contou com as conferências proferidas pelo faroleiro-chefe
aposentado Armindo Nogueira da Silva (que prestou serviço no farol de
Esposende entre 1986 e 1990) e pelo Capitão-de-mar-e-guerra, Pedro
Miranda de Castro, diretor de Faróis.
Rui Losa, vereador da Cultura da Câmara Municipal de Esposende assinalou
a “referência incontornável que é o farol na paisagem de Esposende,
sendo um marco para a comunidade. A construção de um farol em Esposende
foi um gesto de compromisso com aqueles que
trabalham no mar, mas também um sinal de que Esposende sempre soube
olhar para o futuro”.
Aludindo ao projeto da Câmara Municipal de Esposende para o Forte S.
João Baptista que permitirá conferir outro enquadramento ao farol e
alicerçar estudos a ele associados, Rui Losa reafirmou o compromisso de
“preservar o património cultural marítimo e desenvolver
ações que levem este património ao conhecimento da população”.
Fernando Ferreira, diretor do Museu Marítimo de Esposende, enalteceu
todo o papel dos inúmeros faroleiros que prestaram serviço neste
equipamento e que “criaram laços com a comunidade local”.
Armindo Nogueira da Silva, Chefe de Farol aposentado, contextualizou a
constituição do museu dedicado aos faróis e sob a alçada da Direção de
Faróis. Foram as peças que faziam parte do espólio do farol de Esposende
que serviram de base ao acervo agora ali exposto”.
Por seu turno, Pedro Miranda de Castro, diretor de Faróis, sublinhou o
interesse que esta temática desperta junto das comunidades ligadas ao
mar e aos rios. “A origem da construção dos faróis está associada à fé e
à salvação das almas”, lembrou, remetendo posteriormente
para um decreto de Marquês de Pombal que, após o terramoto de 1755, num
alvará datado de 1758, estabeleceu a construção de faróis como uma
responsabilidade oficial.
O diretor de Faróis informou que existem 53 faróis em Portugal (30 dos
quais no continente) e que o sistema de segurança da costa integra,
ainda, 260 farolins, 63 boias, 21 balizas e 8 sinais sonoros,
vulgarmente denominados “ronca”, sendo que está em fase
de desativação este último equipamento.
O atual farol de Esposende entrou em funcionamento a 10 de Abril de
1925. Antes, entre 1866 e 1925, funcionou na barra de Esposende um
"farolim lenticular", montado num candelabro de ferro, dentro do forte, à
entrada da barra”.
Com esta ação, o Município de Esposende está a contribuir para o
cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda
2030 da ONU, metas transversais a todas as áreas de gestão municipal.