Realiza-se no próximo dia 28 de março, pelas 9h30, no Fórum Municipal Rodrigues Sampaio, em Esposende, o Seminário Internacional de Gastronomia Atlântica, no âmbito da programação do evento gastronómico “Março com Sabores do Mar”. As inscrições são gratuitas e limitadas, podendo ser realizadas até ao dia 26 de março, através do e-mail turismo@cm-esposende.pt
O Seminário Internacional de Gastronomia Atlântica terá um primeiro painel dedicado à nutrição atlântica, contando com a participação de Raquel Leitão, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo e Rosaura Leis, da Universidade de Santiago de Compostela. A moderação do painel estará a cargo de Rita Pinheiro, do Centro de Investigação e Desenvolvimento em Sistemas Agroalimentares e Sustentabilidade do Instituto Politécnico de Viana do Castelo.
O segundo painel será mais focado na visão antropológica e social do tema da alimentação atlântica, com a participação de José Costa, da Câmara Municipal de Esposende e Álvaro Campelo, antropólogo e docente na Universidade Fernando Pessoa. A moderação do painel será da responsabilidade de Eusébio Lima, da Escola Profissional de Esposende.
No final deste painel, a Escola Profissional de Esposende procederá ao lançamento e oferta da lunch box “Prova o nosso potencial”, sustentada em produtos de base endógena.
O programa prossegue, da parte da tarde, no Laboratório de Investigação e Sustentabilidade Alimentar do Politécnico do Cávado e do Ave, em Esposende. A sessão estará cargo de Filipe Pereira, Especialista em Ciência e Tecnologia dos Alimentos), com o tema “Fábrica das leguminosas: Inovação gastronómica com proteínas vegetais”, Taíssa Araújo (Doutorada em Ciências do Consumo Alimentar e Nutrição) que abordará a temática da “Nutrição e dieta atlântica: Fundamentos, Benefícios e Aplicações na Alimentação Saudável”.
A dieta atlântica é considerada a dieta tradicional dos povos ao longo do Atlântico Europeu, incluindo Portugal, Galiza, Espanha, França e Irlanda, com um padrão alimentar baseado em produtos da horta, pescados e carnes locais. Diferenciando-se da dieta mediterrânica, a dieta atlântica possui uma pirâmide alimentar distinta, destacando o consumo de peixes, a separação das carnes em gordas e magras e um maior uso de azeite.
Durante o Fórum de Gastronomia Atlântica que decorreu em Esposende, no ano transato, Manuela Vaz Velho, do Centro de Investigação e Desenvolvimento em Sistemas Agroalimentares e Sustentabilidade do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, destacou o facto de a dieta atlântica não se limitar aos alimentos, mas também considera fatores como a região, geografia, economia, cultura e estilo de vida. “Estudos demostraram que a adesão à dieta atlântica está associada a uma menor mortalidade por causa de doenças cardiovasculares, legitimando assim a sua importância para a saúde”, sustentou a investigadora.
Ainda no mesmo Fórum de Gastronomia Atlântica, Pedro Mendes, reconhecido Chef e autor de um livro de receitas sobre a dieta atlântica e o uso de algas nos vários pratos, considera ser a dieta atlântica “aquela que mais nos carateriza”, acrescentando que o mar não é só animal, mas também vegetal, e são cerca de 600 as espécies de algas já identificadas na nossa costa, onde nenhuma destas obteve resultados nos testes que possam ser nocivos ao ser humano”.
O Seminário Internacional de Gastronomia Atlântica é uma das ações que constam do Plano de Ação para a Sustentabilidade, Crescimento e Competitividade do Turismo em Esposende – 2023_2027, inserindo-se igualmente no âmbito das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.
