Forte S. João Baptista acolhe exposição sobre os 500 anos
da viagem de circum-navegação
Abriu hoje, dia 6 de
agosto, ao público a exposição “Patrimónios Emersos e Submersos – Do Local ao
Global”, inserida nas comemorações dos 500 anos da primeira viagem de
circum-navegação do globo terrestre, iniciada por Fernão de Magalhães e
terminada por Sebastián Elcano. Além de assinalar “a abertura do Forte S. João
Baptista ao público”, o presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim
Pereira, vincou a vertente cultural que o espaço adquirirá, mostrando a “infindável
riqueza arqueológica do território, cuja descoberta, estudo e preservação
decorrem, em larga medida, da proteção que o Município de Esposende dedica”.
Aludindo à exposição que
integra o 5.º Centenário da Primeira Viagem de Circum-Navegação, Benjamim
Pereira recordou “a epopeia dos Descobrimentos, a importância que o porto de
Esposende teve na época, na construção de embarcações que abriram novos mundos
ao mundo”.
Benjamim Pereira referiu-se à missão de preservar, de estudar e de divulgar o Património Cultural, contando a exposição com referências à investigação multidisciplinar que tem como ponto central o Naufrágio Quinhentista descoberto em Belinho.
“Depois de descoberto o
navio Quinhentista, na praia de Belinho, e da descoberta de
diversos materiais líticos associados ao período da Pré-História Antiga e de fragmentos
de cerâmica, atribuídos ao período romano, na praia da foz do ribeiro de
Peralta, em Rio de Moinhos, fomos, recentemente, brindados com os vestígios da
Foz do Neiva, que remontarão à Idade Média ou à Época Romana e, na abertura do
canal intercetor, em Marinhas, foi descoberto um conjunto de artefactos
pré-históricos. Estas surpresas obrigam à reação rápida do Serviço de
Património Cultural, do Município de Esposende, que atua numa frente alargada e
multidisciplinar, e cuja ação tem contribuído para a preservação e a
divulgação, através de estudos sustentados pela comunidade académica”, destacou
o presidente da Câmara Municipal de Esposende.
Em representação da
comissão científica das ações “Circum-navegando… Do Local ao Global”, Amélia
Polónia, Professora no Departamento de História, Estudos Políticos e
Internacionais da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e coordenadora
científica do Centro Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória enquadrou o
projeto que “consubstancia a articulação do local
com o global”.
“Esta exposição
mostra-nos que, para além das rivalidades imperiais, os homens marítimos eram
os construtores de um mundo global. Esposende destaca-se, à sua maneira,
complementando outras vertentes locais, nomeadamente com a construção naval,
onde a criatividade humana soube adaptar-se às contingências”, disse Amélia
Apolónia.
Esta investigadora
espera que esta exposição faça com que “a comunidade se reveja nesta História e
permita recuperar saberes, transferência de conhecimento e qualificação”.
Enquanto representante
da comissão da exposição “Patrimónios Emersos e Submersos – Do Local ao
Global”, Susana Medina, da Universidade do Porto, elencou as bases que
sustentam este projeto, desde logo suportadas num trabalho multidisciplinar, de
base tecnológica que permite levar mais longe a investigação.
“Os achados
arqueológicos adquirem uma importância de universalidade que transcende a
região. Esta exposição permite, ainda, dar a conhecer a toda a comunidade, os
resultados de uma investigação que, muitas vezes, não chega ao cidadão comum. Destaco essa vontade do Município de Esposende
em devolver aos cidadãos o investimento feito na investigação”, sublinhou
Susana Medina.
A
exposição pode ser visitada de terça a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00
às 18h00 e a entrada é gratuita. Quem pretender efetuar visitas orientadas deve
solicitar, através do telefone 253 960 179 ou do e-mail arqueologia@cm-esposende.pt e observar as regras da DGS.
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