Esposende inaugurou polo de exposição da 4.ª Bienal Internacional de Artes de Gaia
O Presidente da Câmara Municipal de Esposende reafirmou a aposta do Município na área da Cultura, considerando-a um investimento com relevância e repercussões positivas a vários níveis, nomeadamente económico.
Benjamim Pereira falava, esta manhã, na sessão inaugural do polo de exposição da 4.ª Bienal Internacional de Artes de Gaia, que o Centro de Informação Turística de Esposende acolhe até 30 de junho. A mostra integra trabalhos de oito artistas plásticos, quatro dos quais do concelho de Esposende, nomeadamente Jorge Braga, Dulce Atilano, Cláudio Alves e Diógenes Martins, a que se juntam Adias Machado (Riba de Ave), Mutes (Arcos de Valdevez), Luiz Morgadinho (Lisboa) e Rosa Vaz (Braga).
O autarca
expressou a satisfação do Município em receber esta exposição descentralizada
da Bienal de Gaia, uma grandiosa manifestação cultural, de elevado nível e
prestígio. Expressou, por isso, total disponibilidade de Esposende para se
associar, até em maior escala, a este evento cultural na sua próxima edição, em
2023.
Referindo-se
ao facto de esta ser “uma Bienal de causas, que ajuda a mudar mentalidades, a
agitar consciências e a fazer as pessoas pensarem”, como assinalou o Diretor do
evento, Agostinho Santos, Benjamim Pereira afirmou que Esposende está em sintonia
com esta estratégia, razão pela qual aposta no desenvolvimento de projetos de
intervenção social através da arte, de que é exemplo o “AMAReMAR”.
Atendendo a
que Esposende tem uma raiz cultural muito forte, o Município tem tido uma
preocupação muito grande com as questões culturais, afiançou o autarca,
citando, a título de exemplo o programa CREARTE, que visa a dinamização teatral
no concelho, bem como o Coro de Pequenos Cantores, o Coro Ars Vocalis e o Coro
Sénior, todos com uma forte dinâmica, ainda que, por força da situação
pandémica, estejam com a atividade suspensa. Referiu também a assinalável
produção literária municipal, quer através da reedição de obras de autores
locais, como é o caso de Manuel de Boaventura, quer da edição de novas obras,
destacando, ainda, o investimento em espaços privilegiados de promoção da
cultura, como é exemplo a Casa das Marinhas. Revelou, a propósito, que está a
ser ultimado o processo de aquisição do imóvel que será a futura Casa-Museu do
escritor Manuel de Boaventura, patrono da Biblioteca Municipal, edifício que
está a ser alvo de obras de requalificação e onde ficará alojado o espólio
bibliográfico do historiador esposendense Franklim Neiva Soares. A este
investimento na cultura soma-se, igualmente, o futuro Arquivo Municipal, que
será instalado no antigo posto da GNR de Esposende, que, para o efeito, está a
sofrer obras de requalificação.
“São muitos
milhões de euros investidos”, afirmou o Presidente Benjamim Pereira, referindo
ainda a adesão de Esposende ao conceito das Smarts Cities, que juntou a
vertente da Arte às componentes da Sustentabilidade, Território e Pessoas, e ao
abrigo do qual Esposende conta já com a instalação de três manifestações
artísticas de reputados artistas.
Contudo,
garantiu Benjamim Pereira, o investimento não se esgota nestes projetos,
perspetivando-se a criação do Museu do Sargaço, em Apúlia, sendo também
intenção do Município a instalação de uma Galeria de Arte no concelho, concretamente
em Fão. Ainda em matéria de projetos, a autarquia pretende também criar o Museu
da Gravura, o qual poderá vir a ser uma realidade na freguesia de Gemeses.
“Podemos criar
condições para tornar Esposende ainda mais ativo e atrativo”, afirmou,
assinalando que se trata de “investir e não de gastar, até porque a cultura
traz um retorno muito grande, tanto em termos sociais e humanos, como no plano
económico”. Deixou, de resto, claro que o Município está perfeitamente alinhado
com uma estratégia de desenvolvimento que coloca as pessoas em primeiro lugar,
razão pela qual nem todos os investimentos se enquadram nesta postura.
Concluiu,
agradecendo a todos quantos tornaram possível a realização deste polo de
exposição da Bienal de Gaia em Esposende e reiterou a disponibilidade do
Município para manter esta cooperação, bem como para outros eventuais desafios.
Na qualidade
de comissário da exposição, Jorge Braga expressou a sua satisfação pela
realização deste evento em Esposende, que possibilitará dar a conhecer o
trabalho de um conjunto de artistas, nomeadamente do concelho. Frisou que a sua
preocupação foi garantir a qualidade das obras, ressalvando que, além do leque
de artistas presentes nesta mostra, há muitos outros com qualidade. Manifestou,
por isso, a esperança de que outros possam participar em próximas edições.
Por sua vez, o
Diretor da Bienal Internacional de Artes de Gaia, Agostinho Santos, manifestou
a sua satisfação e orgulho pela realização desta extensão do certame em
Esposende, “terra de mar”. Sublinhou que esta manifestação cultural, a mais
jovem do país, possui uma marca distintiva – as causas sociais, procurando
alertar e sensibilizar a sociedade para um conjunto de problemáticas.
Aproveitou para convidar os presentes a visitar o certame patente na antiga
fiação de Crestuma, em Lever, Vila Nova de Gaia, e agradeceu a colaboração do
Município e do artista Jorge Braga na concretização deste polo em Esposende.
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