domingo, 28 de fevereiro de 2021

 CANTINHO DOS LOBOS DO MAR

por Carlos Barros

Fuga da “beijuda….” 

    O 3º Grupo de Combate dos “Mais de Nova Sintra” foi garantir a segurança da estrada Tite-Enxudé, um acesso  de extrema importância, uma vez que o cais do Enxudé,  garantia o acesso, por via marítima e fluvial, à cidade de Bissau, através da utilização de pequenas embarcações para o transporte de tropas, material de guerra e outras mercadorias..

     No seu abrigo, o Barros entretinha-se a comer  castanhas de caju oferecidas por um grupo de crianças que, geralmente, recebiam sopa quentinha vinda da cozinha de Tite, que era pedida pelo furriel Barros.      

  Sobrava sempre sopa já que, a maioria dos soldados, não a comia e, deste modo, “matava-se a fome” aquelas gentis e simpáticas crianças que, com os seus sorrisos, alegravam o ambiente.

   De repente, ouviu-se uma gritaria tremenda:

  -Socorro, socorro, ele vem atrás de mim, gritava uma jovem beijuda africana que fugia de um pretendente ao casamento…

  -Furriel, ajude-me. Ajude-me…

  O Barros não se queria envolver numa situação complicada e que não lhe dizia respeito e respondeu à jovem para fugir para a mata densa que eu iria despistar o intruso…

 Passados momentos, numa correria louca apareceu o africano, suando por todos os poros da pele e perguntou ao Barros  se tinha visto a beijuda?

  Respondeu-lhe que sim e  que ela tinha fugido por aquele caminho, totalmente oposto ao percurso seguido pela jovem africana…

  Naturalmente que os dois jamais se encontrariam e até ao final do dia, nunca mais soube do desfecho daquela “intriga” não palaciana mas, “Tabancaciana”…

  Acontece-me  cada uma, desabafou o furriel Barros para um soldado que o acompanhava na segurança…

 Para esquecer  isto, o Barros convidou o amigo para beberem  uma cerveja fresquinha que estava, entro de um balde com água perto do unemog…

 Tite, 1972

 Ex-furriel Barros                   

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