Reabertura das Unidades de Saúde
Por forma a
esclarecer a comunidade sobre a reabertura das Unidades de Saúde do concelho
que ainda se mantêm encerradas por força das obrigatórias alterações
decorrentes da pandemia por Covid-19, o Presidente da Câmara Municipal de
Esposende convocou os Presidentes de Junta e os líderes de todos os partidos
políticos com assento na Assembleia Municipal para uma reunião com o diretor do
Agrupamento de Centros de Saúde do Cávado III Barcelos/Esposende (ACES),
Fernando Ferreira.
Na passada terça-feira,
dia 7 de julho, reabriu a Unidade de Saúde de Fão, depois de terem sido
implementados todos os meios necessários que permitem dar cumprimento às orientações
da Direção Geral de Saúde e, assim, salvaguardar a segurança de utentes e dos
profissionais de saúde, estando também já assegurada a abertura em horário
integral do Centro de Saúde de Esposende, entre as 8h00 e as 20h00.
Como nota
prévia, o Presidente da Câmara Municipal, Benjamim Pereira, agradeceu a
presença de todos e, em especial, a disponibilidade do Diretor Executivo do
ACES no sentido de contribuir, na primeira pessoa, para clarificar todas as
questões sobre o assunto.
Referindo
que as populações merecem todo o empenho do Município neste contexto, Benjamim
Pereira transmitiu que a Câmara Municipal não tem qualquer intervenção ou
responsabilidade sobre o encerramento e/ou reaberturas destes equipamentos de
saúde, assumindo, contudo, total disponibilidade do Município para, dentro das
suas capacidades e competências e tal como tem vindo a suceder, colaborar no
que for possível no sentido de garantir o bem-estar, a saúde e a segurança das
populações.
Dando a
palavra ao Diretor do ACES Cávado, Fernando Ferreira, foi, por este,
apresentada uma informação geral da forma como decorreu todo o processo de reorganização
da gestão dos Centros e Unidades de Saúde desde que teve início a situação de
pandemia por COVID-19, tendo sido obrigado a efetuar uma reorganização interna
profunda no sentido de permitir a melhor prestação de serviços à população, mas
sempre na perspetiva de garantir a sua segurança e a dos seus profissionais.
Referiu que,
de entre os maiores constrangimentos, salienta-se a escassez de recursos
humanos e a necessidade de sua contratação, pois os novos procedimentos exigiam
uma disponibilidade não existente. Aliás, e a par da necessidade de se
salvaguardar a identificação de pequenas intervenções a concretizar nas
instalações e a aquisição de sinalética, a reabertura de todos os equipamentos,
explicou, tem como principal problema a necessidade de contratação, algo que
está a cargo da Administração Regional de Saúde do Norte.
A reabertura
das Unidades assenta, pois, em exigentes critérios de saúde pública que visam garantir
a prestação segura e permanente de serviços de saúde primários à população, afiançando
que tudo está a ser feito para que seja possível que tal ocorra no mais curto
prazo possível. Foi referido, aliás, que se trabalhará afincadamente com o
objetivo de se possibilitar a reabertura das Unidades até ao início de agosto,
assim estejam cumpridas todas essas condições. Relativamente à Unidade de Saúde
de Apúlia, está já a ser realizada a avaliação das intervenções necessárias e quanto
à Unidade de Saúde de Forjães, está em estudo uma reabertura a tempo parcial,
pois, mais uma vez, a escassez de profissionais de saúde não permitirá a
reabertura, nesta fase próxima, em tempo integral. A Unidade de Belinho está
também a ser alvo de avaliação, sendo certo que a insuficiente equipa de
profissionais constitui o mais relevante impedimento à reabertura.
Reconhecendo
os constrangimentos que se vivem nesta fase, Fernando Ferreira apelou à
compreensão de toda a população, ao apoio dos presentes e, sobretudo, das Juntas
de Freguesia e da Câmara Municipal, reiterando que o ACES e a Administração
Regional de Saúde estão a desenvolver todos os esforços para que a situação se
resolva no mais curto prazo possível.
Perante
questões como a dificuldade de os utentes acederem a consultas presenciais, foi
referida a necessidade de se reinventarem as formas de acompanhamento em
matéria de saúde, privilegiando-se o atendimento telefónico ou por vídeo
conferência, pois pretende-se que a população possa minimizar ao máximo a ida
aos Centros e Unidades de Saúde, reduzindo-se, assim, o risco de contágio da
COVID. Mas, reafirmou, sem se colocar em causa a prestação dos cuidados
necessários. Por outro lado, referiu também alguns indicadores relativos a esta
fase de pandemia, em que o ACES nunca deixou de acompanhar, mesmo que à distância,
toda a comunidade mais vulnerável, sobretudo por via telefónica, mas, ainda, realizando
vários domicílios durante o pico da pandemia.
Já na fase
de conclusão da reunião, o Presidente da Câmara, Benjamim Pereira, referiu que
a COVID-19 não terminou e terá que haver muito bom senso em todo este processo
de reabertura das Unidades de Saúde e, sobretudo, que será da maior relevância
que não se use a Saúde para se fazer política, desinformando a população e
transformando processos que devem ser conduzidos com rigor em meros casos
políticos. Aliás, criticou o aproveitamento político deste caso por parte de
alguns e referiu que, dada a proximidade às populações das respetivas
freguesias, os presidentes de Junta, tal como os líderes partidários, se constituem
como mensageiros da informação, real e verdadeira, sobre este processo, o qual
continua a suscitar discussão, e que importa transmitir a verdade toda a
comunidade para que não subsistam dúvidas e não se lancem especulações.
A este
propósito, Benjamim Pereira salientou “é muito importante ter-se confirmado que
são completamente falsas as alegações em como eu havia mentido perante a
Assembleia Municipal acerca da reabertura da Unidade de Saúde de Fão, alegações
essas que resultam apenas e somente de uma vontade de denegrir o meu nome e a
minha conduta e atuação neste assunto”.
Reiterou que
a Câmara Municipal estará completamente disponível para contribuir em tudo o
necessário para que a reabertura se concretize no menor prazo possível, mas
sempre dentro dos limites da legalidade. Há sempre procedimentos
administrativos a cumprir e, claro, também importa não esquecer que as instalações
são da responsabilidade do ACES.
Relativamente
às ações a empreender no imediato, aproveitou para salientar que as Juntas, a
própria Câmara, a Cruz Vermelha de Marinhas e as IPSS poderão seguramente
colaborar na realização do transporte de todos os que de tal necessitem,
minimizando-se, dessa forma, os transtornos enquanto toda a situação não se
estabiliza.
Concluiu
agradecendo a disponibilidade de todos e finalizando com a promessa,
corroborada pelo Diretor do ACES, em como as Unidades não serão encerradas
nesta fase, estando temporariamente inativas até que estejam reunidas todas as
condições para a sua reabertura.