Esposende, cidade inteligente
Tendo como
palco o Forte de S. João Baptista, “uma edificação do passado a servir de berço
à preparação do futuro”, nas palavras do Presidente da Câmara Municipal,
Benjamim Pereira, o Município de Esposende realizou ontem, dia 5 de setembro, a
apresentação do projeto “Esposende SmartCity”.
Assente nos
pilares Sustentabilidade, Pessoas, Território e Arte, e tendo como grande
propósito a qualidade de vida das populações, o projeto desenvolve-se em cinco
eixos: Cidade Analítica, Cidade Resiliente, Cidade Preditiva, Cidade de
Conhecimento e Educação e, ainda, Território Criativo, vetores que se
relacionam intrinsecamente com o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas.
O Presidente
da Câmara Municipal assinalou a relevância e o alcance da “cidade inteligente”,
materializada na aplicação da tecnologia em projetos estruturantes em áreas
decisivas como ambiente, mobilidade, energia, cultura e património e reabilitação
urbana.
“Se queremos
ser uma cidade atrativa, um território inclusivo, temos que criar as condições
para satisfazer as necessidades dos nossos cidadãos, de forma rápida, fiável e
expedita, dentro das potencialidades deste mundo novo em que vivemos”, afirmou,
notando que Esposende possui já um conjunto de informação muito relevante para
o desenvolvimento do trabalho que se perspetiva. A título exemplificativo,
explicou que a gestão inteligente permitirá melhorar um conjunto de áreas de
intervenção, como a rede de iluminação pública, os consumos/fugas de água, a
recolha de resíduos ou a gestão das redes de rega. O sistema de informação
possibilitará também conhecer as dinâmicas dos turistas e visitantes e avaliar
a qualidade do Ar, Ruído e Índice Ultravioleta e contempla a potenciação do sistema
de informação geográfica (SIG) que possibilitará uma melhor gestão das
operações no terreno. “Esposende cidade inteligente” perspetiva também uma rede
wi-fi abrangente ao território e uma rede alargada de carregamento elétrico de
viaturas. Contudo, o seu âmbito é muito mais vasto e abrangente, incidindo
sobre todas as áreas de intervenção do município.
Benjamim
Pereira reconhece que ao posicionar-se como SmartCity, Esposende inicia “uma
caminhada interminável, na medida em que o desenvolvimento tecnológico
acompanhará sempre o desenvolvimento da humanidade”. Em todo o processo é,
contudo, fundamental, segundo o autarca, “a afirmação deste território de forma
diferenciada, através da experienciação e contacto com a arte como prioridade
para Esposende”. A terminar, expressou agradecimentos a todos os que estiverem
envolvidos na concretização do projeto.
O dstgroup
suporta a implementação do projeto na sua componente tecnológica, de
sensorização e arte através da solução Mosaic e da zet_gallery. Na sua
intervenção, o Presidente do Conselho de Administração da dstgroup, José
Teixeira, destacou a integração das artes no projeto Esposende SmartCity e
enalteceu as virtualidades da componente cultural no processo de desenvolvimento
dos territórios.
A instalação
artística ambiental, da autoria de Pedro Tudela e Miguel Carvalhais, ontem
inaugurada na zona ribeirinha, junto ao Forte de S. João Baptista, foi apontada
por José Teixeira como “uma obra que liga as artes e a música e que gera uma
sensação de bem-estar”. Defendendo que a arte é serviço público, o presidente
do dstgroup saudou o Município de Esposende por esta aposta.
O Diretor do
Instituto de Bio Sustentabilidade da Universidade do Minho, Tiago Miranda,
afirmou que Esposende se diferencia de outros projetos de cidades inteligentes,
na medida em que se apoia nos pilares da Sustentabilidade, das Pessoas, do
Território e da Arte, notando que é também inovador porque envolve equipas
multidisciplinares tanto do Município como da iniciativa privada e da Academia.
Clarificou, a propósito que o Instituto de Bio Sustentabilidade da Universidade
do Minho contribuirá no âmbito do eixo Cidade Resiliente, no que concerne aos
desafios relacionados com a nova economia do mar, a proteção ambiental, a
preservação da biodiversidade, a resiliência das infraestruturas costeiras e a
adaptação às alterações climáticas. Adiantou, ainda, que atuará também no eixo
Território Criativo, através de iniciativas artísticas promotoras de princípios
de sustentabilidade ambiental.
A sessão de
apresentação do Esposende SmartCity concluiu com a inauguração da instalação
artística ambiental “octo _ _ _ _” , da autoria de Pedro Tudela e Miguel
Carvalhais. Coube a Pedro Tudela fazer a apresentação da obra, composta por
oito módulos de ferro pintados a negro (zona exterior) e vermelho (no
interior), e que incorpora as componentes sonora e visual. O artista explicou
que “cada módulo tem uma presença física - matéria, volume, cor, densidade,
luz, temperatura - mas também uma presença sonora - emanando som, destacando-se
a relação da instalação com o meio natural em que se insere.
Para mais
informações sobre o projeto, poderá ser consultado o site www.municipio.esposende.pt.