Património em debate
no Fórum da Educação de Esposende
“Esposende é um Município que acarinha a
Educação, por ser motor de desenvolvimento individual e coletivo. Este Fórum da
Educação reúne todos os agentes que intervêm no processo educativo, promovendo
uma reflexão em torno da Educação e do Património”, afirmou a vereadora com o
pelouro da Educação no Município de Esposende, Angélica Cruz, na cerimónia de
abertura do fórum.
Este evento, que o Município de Esposende
promove desde 2005, decorre até ao dia 3 de junho e pretende reunir contributos
sobre “Educação e Património”. Na sessão de abertura, o Delegado de Educação
Regional do Norte, José Mesquita, destacou a pertinência da temática escolhida
para o fórum, alertando para a mudança em curso “no paradigma em relação à
escola que queremos”. “É necessário desformatar a escola exclusiva do
conhecimento para que passe a ser de competências, atender a aspetos tão
fulcrais como a inclusão, o trabalho em rede, a flexibilização e ter em
consideração a Escola a Tempo Inteiro”.
Na cerimónia de abertura Helena Pinto, da
Faculdade de Letras da Universidade do Porto, alertou para a influência que o
património incute na interculturalidade e no conhecimento do outro, lembrando a
importância do passado na complementaridade da educação.
João Terras, historiador de arte, apresentou o
projeto desenvolvido junto de alunos do primeiro ciclo de Esposende que, a
partir de obras de arte, desenvolveram réplicas em argila, uma vez que este
material confere toda a elasticidade, conseguindo, através desta estratégia,
uma abordagem cultural do passado.
As atividades associadas ao Fórum da Educação”,
prosseguem na segunda-feira, dia 28 de maio. Assim, na Biblioteca Municipal
Manuel de Boaventura, pelas 21H30, realiza-se a tertúlia “O património dos
afetos num tempo sem tempo”, com a participação de Teresa Freire, da Escola de
Psicologia da Universidade do Minho e a moderação de Cristina Nogueira,
Presidente da Federação das Associações de Pais e Encarregados de Educação do
Concelho de Esposende. Na atual sociedade de consumo, a vida não pode ser
apenas trabalho e luta. É necessário reservar espaço e tempo para os afetos.
Esse “património” tem de ser preservado e, como alguém disse, “ser professor é
uma profissão de afetos”.
Esta mobilização da sociedade civil em torno da
defesa e salvaguarda da educação e do património tem, cada vez mais, que
envolver as escolas, as crianças e os jovens, projetando a construção de uma
consciência coletiva esclarecida.