Campanha “Novembro
Branco” no Município de Esposende
O
Município de Esposende promoveu hoje o 3.º Encontro sobre Violência Doméstica, assinalando
o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres,
iniciativa inserida na campanha “Novembro Branco” que tem o objetivo de alertar
e sensibilizar a comunidade para este flagelo social.
Neste Encontro
sobre Violência Doméstica procurou alargar-se a reflexão sobre os paradigmas e
práticas de intervenção atuais, no âmbito da Violência Doméstica, refletindo
sobre o fenómeno da violência contra as mulheres que abrange vítimas de todas
as condições e estratos sociais e económicos.
Um dos
objetivos da autarquia de Esposende visa a promoção da reflexão e preparação
dos diferentes agentes para uma intervenção concertada. Por isso, o debate que
ontem decorreu teve, entre o público, muitos jovens, professores, educadores,
técnicos de intervenção social, dirigentes das IPSS e associações.
De resto,
a vereadora com o pelouro da Coesão Social, Engenheira Raquel Vale, destacou a
ação que o Município de Esposende está a desenvolver, nomeadamente desde 2011,
altura em que foi criado o “Espaço Bem me Querem”, para atendimento a vítimas
de violência.
“O
Município está a desenvolver um trabalho de base. Desde a criação do Espaço Bem
me Querem já foram atendidas 620 pessoas que deram origem a 94 processos. Em
74% dos casos, o agressor era o marido ou o companheiro e, em 39% dos casos,
existiam crianças expostas à violência que era praticada e que tiveram de ser
encaminhadas para a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens”, sustentou a
vereadora Raquel Vale, lembrando, ainda, as “135 ações desenvolvidas em escolas
e as cinco ações de formação que procuraram alargar o debate em torno da
violência sobre mulheres”.
Como
convidadas para este 3.º Encontro sobre Violência Doméstica, participaram
Helena Granjeia e Rita Braga da Cruz. A primeira oradora, docente no Instituto
Superior da Maia, abordou a questão do assédio persistente, ou stalking, que só
em 2015 passou a ser considerado crime, mas que apresenta números que merecem
reflexão: uma em cada cinco pessoas já foi alvo de stalking em Portugal.
Por seu
turno, a segunda oradora, da Associação Portuguesa de Mulheres Juristas abordou
as consequências jurídicas penais e sociais do crime de violência doméstica,
lembrando que ainda há quem julgue que este tipo de atitude não é
criminalizado.
No âmbito
do “Novembro Branco”, o Município de Esposende já apresentou o livro “Vidas Suspensas”,
da jornalista Rita Montez, uma edição da Associação Portuguesa de Mulheres
Juristas, com o apoio da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género e,
em parceria com a Associação Esposende Solidário - AgirE, promoveu um debate
sobre violência doméstica.
A
campanha “Novembro Branco” aprofunda a campanha do Município de Esposende, na ação
de combate ao flagelo social indo de encontro às diretrizes do V Plano Nacional
de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género (2014-2017), que
aponta para a difusão de “uma cultura de igualdade e não-violência, assumindo o
objetivo de tornar Portugal um país livre de violência de género, incluindo a
violência doméstica, onde mulheres e homens, independentemente da sua origem
étnica, idade, condição socioeconómica, deficiência, religião, orientação
sexual ou identidade de género possam aspirar, em igualdade, a viver numa
sociedade livre de violência e de discriminação”.