Município de Esposende oferece giestas
para manter a tradição dos Maios
À semelhança de anos anteriores, e com o intuito de
manter viva a tradição dos Maios, a Câmara Municipal de Esposende vai
disponibilizar, gratuitamente, à população giestas floridas, que poderão ser
levantadas no edifício dos Paços do Concelho, amanhã, durante o horário de
expediente.
As giestas a disponibilizar resultam da limpeza das
faixas de gestão de combustíveis, efetuada no âmbito do Plano Municipal de
Defesa da Floresta Contra Incêndios, numa ação que, além da preservação dos
espaços florestais, visa promover a sua adequada gestão.
Ao disponibilizar gratuitamente as giestas, o Município
está a contribuir para que a comunidade possa cumprir a tradição, que refere
que na noite de 30 de para 1 de Maio, todas as entradas das habitações devem
ser protegidas das entidades malignas com um ramalhete de flores de Maio. Reza
a lenda que esta tradição remonta ao tempo do Menino Jesus, ao episódio da Fuga
para o Egipto, em que recolhida a mãe e filho na proteção de uma habitação, um
traidor marca com sangue de cordeiro a ombreira da mesma, denunciando a
presença do menino. Para o salvar, os habitantes marcaram da mesma maneira
todas as ombreiras da aldeia, impedindo assim a denúncia. Com o tempo, do
sangue do cordeiro deu lugar à utilização dos “Maios” floridos, perpetuando a
memória daquele episódio. Outras explicações pagãs remetem para a celebração da
primavera, e acolhimento da época das flores e abundantes colheitas, a crença
popular que este ato afasta o agoiro, mau-olhado e energias malignas.
No concelho de Esposende existem diferentes espécies de
codeços e giestas frequentemente utilizados para a tradição dos Maios. São
plantas que desempenham importantes funções ecológicas, sendo que, para além da
vantagem de uma elevada diversidade biológica, com especial destaque para a
componente florística, fixam o azoto atmosférico e protegem o solo da erosão.
De notar que as manchas deste tipo de plantas autóctones
estão a diminuir significativamente, sendo cada vez mais substituídas por
invasoras lenhosas, especialmente acácias, pelo que o Município terá uma
atitude atenta no controlo destas espécies.