Município de Esposende apresenta exposição
e lança livro sobre o Castro de
S. Lourenço
no Dia Internacional dos Monumentos e Sítios
A marcar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que se comemora a 18 de abril, o Município de Esposende deu início ao programa comemorativo dos 30 anos de intervenções arqueológicas no concelho, com a inauguração da exposição “Mar de Histórias” e o lançamento do 1.º volume “Memórias Arqueológicas do Castro de S. Lourenço", no Centro Interpretativo do S. Lourenço, em Vila Chã.
Sendo o mar e o rio elementos marcantes na História de Esposende, a exposição pretende dar a conhecer e partilhar a relação do Homem com o mar e com os rios Cávado e Neiva, desde a Pré-História à Época Moderna. Resulta do trabalho de diversos investigadores, dezenas de achadores e centenas de voluntários nacionais e estrangeiros, que ao longo dos últimos 30 anos se entregaram a este Património, tornando este sítio arqueológico numa das mais importantes escolas de Arqueologia.
O livro, da autoria de Carlos Brochado de Almeida e de Ana Paula Almeida, assinala, por sua vez, os trinta anos de intervenções arqueológicas no Castro de S. Lourenço, dividindo-se em três capítulos: “O passado arqueológico do planalto de Vila Chã”, “Uma história com 25 anos (1985 – 2010)” e “Intervenções arqueológicas”.
Considerando o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios “extremamente oportuno” para o lançamento desta publicação, o Presidente da Câmara Municipal, Benjamim Pereira, afirmou que a Arqueologia é uma das “pérolas” do concelho, um território onde existem muitas evidências arqueológicas, a que se somam os recentes achados arqueológicos da Praia de Belinho, que colocaram Esposende no “roteiro da arqueologia internacional”.
A propósito dos 30 anos das escavações arqueológicas no Castro de S. Lourenço, o Autarca elogiou o empenho de todos quantos estiveram envolvidos na defesa e preservação deste património, incluindo no agradecimento desde os técnicos aos vários responsáveis autárquicos. Expressou um agradecimento especial a Carlos Brochado de Almeida, diretor das escavações do Castro, e a Albino Penteado Neiva, “pela memória que têm deixado para o futuro”.
O livro "Memórias Arqueológicas do Castro de S. Lourenço” é “uma obra excecional, das melhores publicações lançadas pelo Município, quer em termos de conteúdo, de agradável leitura e fácil apreensão, quer do ponto de vista estético”, afirmou Benjamim Pereira, felicitando todos quanto colaboraram nesta edição. De igual modo, considerou “excecional e de muito valor” a exposição “Mar de Histórias”.
Reafirmando a aposta do Município na valorização da Cultura, o Presidente Benjamim Pereira lembrou o reforço em 30% da dotação orçamental para esta área, onde emergem novos projetos, como é o caso do CREARTE, direcionado para o crescimento da arte teatral no concelho. O Autarca deixou a garantia da edição do 2.º volume sobre as escavações arqueológicas do Castro e a promessa de valorização da envolvente deste sítio arqueológico, cuja mais valia se estende ao setor do turismo.
Sem falsas modéstias, o Autarca afirmou que “Esposende está hoje num patamar de desenvolvimento diferente do de outros municípios”, na medida em que apresenta “resultados financeiros excecionais” e a sua gestão assenta na sustentabilidade e responsabilidade.
A apresentação do livro e dos autores esteve a cargo de Albino Penteado Neiva, historiador esposendense, à época Vereador da Cultura da Câmara Municipal, que recordou a história de três décadas de escavações do Castro, trazendo à memória os que, de um ou de outro modo, estiveram envolvidos nesse processo, nomeadamente muitos jovens arqueológos que, no Castro de S. Lourenço, obtiveram formação técnica. Penteado Neiva salientou o apoio e a importância que o Município sempre conferiu à arqueologia e ao Castro de S. Lourenço, que se transformou numa “referência nacional e numa verdadeira escola de arqueologia”.
O autor Carlos Brochado de Almeida deu nota dos objetivos que sempre estiveram subjacentes às escavações e que passavam pela recuperação, valorização e divulgação do património do Castro. O Centro Interpretativo de S. Lourenço, em funcionamento desde agosto de 2011, enquadra-se no objetivo da musealização, referiu, destacando o excelente trabalho que vem sendo desenvolvido pelos Serviços Educativos. Sobre o livro, Brochado de Almeida disse que “é a primeira grande publicação sobre o Castro” e expressou o desejo de que outras possam surgir, “porque há outras valências que é necessário divulgar”.
Aproveitou a oportunidade para lembrar a necessidade de criar, na envolvente do Castro, um espaço para albergar os achados arqueológicos, bem como uma zona de apoio para as equipas de arqueologia.
Na hora dos agradecimentos, Brochado de Almeida, lembrou todos quantos, ao longo destes 30 anos, colaboraram de forma gratuita nas várias campanhas de escavações, agradeceu a todos quantos contribuíram para esta edição, destacando particularmente os autores do design e dos desenhos. Referiu ainda que o livro é dedicado a João Manuel Viana Antunes, já falecido, e que esteve desde a primeira hora ligado às escavações e que foi um dos autores dos livros infantis sobre o Castro e impulsionador da animação cultural naquele espaço.