O portugués Paulo
Gonçalves partirá em Abu Dhabi com o número 1 na sua Honda CRF450 Rally, marca
que o distingue como atual Campeão do Mundo de Ralis Todo-o-Terreno.
Paulo Gonçalves
teve pouco tempo para desfrutar do seu título de Campeão do Mundo, feito que
conseguiu depois de ganhar o Rali de Marrocos no passado mês de Outubro. Depois
do olhar atento de uma multidão de meios de comunicação, o piloto português
preparou com a equipa a sua participação no Dakar 2014, onde teve um abandono
prematuro no decorrer da quinta etapa.
- Em Outubro
sagraste-te Campeão do Mundo. Como foram estes quase seis meses desde o título
até esta primeira prova do novo Mundial?
Paulo Gonçalves
- Durante estes
seis meses temos dado continuidade ao trabalho feito durante toda a temporada
passada. Depois de me sagrar Campeão do Mundo, pouco tempo tive para desfrutar,
continuei de imediato a trabalhar porque tínhamos o Dakar. Infelizmente, para
mim, essa prova foi bastante curta. Depois de regressar da América do Sul pude
descansar duas semanas para depois voltar ao trabalho. O campeonato começa
agora e tenho em mim uma responsabilidade muito grande. Queremos estar ao
melhor nível e fazer tudo bem para podermos estar em condições de defender o
número um.
- Nas placas da
tua Honda CRF450 Rally tens exatamente isso, o número 1. Levar esse número faz
com que sintas ainda mais pressão?
Paulo Gonçalves –
Pressão há quando estamos para ganhar o campeonato e, dependendo das decisões
que se tomem, possamos perdê-lo. Agora isso já está feito e a partir desta
semana o objetivo passa por tentar ganhá-lo outra vez. De qualquer forma não nos
podemos esquecer que o campeonato é longo, não é uma semana de prova mas sim
cerca de seis meses e há que ser muito competitivo e regular. Há que ser rápido
nas provas, sem cometer erros, e esperar que não surjam problemas para podermos
voltar a ganhar o número um.
- Como enfrentas
esta primeira prova?
Paulo Gonçalves –
É a primeira prova, é
uma boa oportunidade para ver como estão os meus adversários.O objetivo é pontuar o máximo possível. Ver como está
tudo a todos os níveis e daqui para a frente tentar melhorar o mais que
possível.
- Que características
têm o Abu Dhabi e o Qatar, sendo estas duas primeiras provas do Mundial
praticamente seguidas?
Paulo Gonçalves –
O Abu Dhabi é uma
prova muito diferente das restantes provas do calendário do Mundial. 90% da
corrida é em areia, com muitas dunas, dunas essas gigantes, enormes. Por vezes
vamos durante largos quilómetros em cima delas e sem darmos conta que estamos
em cima de uma duna. É uma prova muito especial. Por outro lado, o Qatar é uma
mistura do Abu Dhabi com o resto dos locais por onde passará o Campeonato do
Mundo.
- Terás os teus
companheiros Joan Barreda e Hélder Rodrigues presentes nesta prova. Uma grande
equipa!
Paulo Gonçalves – Sim. Acredito que
todos estamos cá para tentar levar a Honda CRF450 Rally ao primeiro
lugar. Todos iremos
lutar ao máximo para o conseguir. O meu objetivo é terminar o mais à
frente possível, fazer com que o número um consiga um bom resultado. Mas se
qualquer um dos meus colegas de equipa também o conseguirem ficarei igualmente
satisfeito.
- O Dakar
encerrou a temporada passada. Agora enfrentas um novo ano esquecendo aquilo que
aconteceu no passado mês de Janeiro.
Paulo Gonçalves
– Sim, claro. Há
que ser positivo. O que aconteceu no Dakar já passou, ficou para trás. Às vezes
acontecem coisas raras como esta em que não podemos fazer muito mais que virar
a página. Há que pensar positivo e esquecer o que foi menos bom, lutando sempre
por melhor e melhorar.
- Para concluir. No
passado mês de Dezembro estiveste, pela primeira vez, na Gala de entrega de
prémios da FIM em Monte Carlo, como todos os Campeões do Mundo. Como foi a
experiência?
Paulo Gonçalves – Foi algo muito
impressionante para mim. Tive a oportunidade de encontrar alguns dos meus
ídolos, como o Cyril Neveu, que ganhou com a Honda em 1982, 1986 y 1987, e também,
entre outros, o Campeão do Mundo de MotoGP Marc Márquez, que é um piloto muito
talentoso.
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