sexta-feira, 24 de agosto de 2012

João Cepa lamenta falta de empenho da Administração Central na resolução dos problemas do Rio Cávado


Apresentação do catálogo da exposição “Esposende: a barra, o porto e a navegabilidade do Cávado – projectos e memórias”

João Cepa lamenta falta de empenho da Administração Central na resolução dos problemas do Rio Cávado

Após a inauguração, em Abril passado, da Exposição “Esposende: A barra, o Porto e a Navegabilidade do Cávado – Projectos e Memórias”, que está patente no Museu Municipal de Esposende, foi apresentado, ontem, 23 de Agosto, o respectivo catálogo.

Coube ao Comissário Científico da Exposição, organizada pela Câmara Municipal de Esposende, a apresentação da publicação, que dá a conhecer os vários projectos que foram desenvolvidos, ao longo dos últimos 250 anos, sobre a barra, o porto e a navegabilidade do Rio Cávado.

Albino Penteado Neiva lamentou que Esposende se debata ainda com os problemas da barra e da navegabilidade e afirmou que, ao longo dos anos, “não houve coragem” para encontrar uma solução. Manifestou, contudo, a esperança de “que um dia possamos assistir a um momento histórico para resolver o problema da barra”.

Na mesma linha foi a intervenção do Presidente da Câmara Municipal, que apontou a poluição, o assoreamento e a barra como os grandes problemas do Cávado.

João Cepa revelou que não teve eco o desafio que em tempos lançou para que fossem feitas análises regularmente, nos limites de cada concelho banhado pelo Cávado, no sentido de determinar os maiores focos de poluição, responsabilizando os respectivos municípios e poluidores.

Relativamente ao assoreamento, o Autarca voltou a defender a concessão da dragagem do rio a privados, com a comercialização controlada dos inertes, como a solução para resolver o problema, mas que é inviabilizada devido à Lei da Água, que proíbe essa comercialização e que obriga a que os inertes sejam depositados nas praias ou em alto mar, o que torna estas soluções impraticáveis do ponto de vista financeiro.

Para o facto de os problemas da barra continuarem por resolver o Presidente da Câmara Municipal apresentou duas razões: o reduzido peso eleitoral do concelho no contexto nacional e a proximidade de Esposende com os portos de Viana do Castelo e de Vila do Conde e, mais recentemente, da Póvoa de Varzim.

João Cepa apontou aos estudos e os projectos realizados no passado e retratados quer na exposição quer no catálogo, como um bom ponto de partida para estudar uma solução para os problemas que persistem no Cávado, mas considerou que tal não sucederá porque em Portugal “há um lobby fortíssimo de produção de estudos e não há interesse em perder a oportunidade de fazer novos estudos”.

O Autarca lamentou, por outro lado, a oportunidade perdida de conseguir um financiamento comunitário de cerca de 2 milhões de euros para efectuar uma intervenção de desassoreamento e de requalificação das Docas de Pesca e de Recreio, por incapacidade do IPTM (Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos) em executar o projecto necessário para o efeito.

“É pena que este Município nunca tenha conseguido recursos financeiros próprios para fazer estas intervenções”, lamentou o Presidente da Câmara Municipal, acrescentando estar convencido de que “só por essa via se poderá fazer alguma coisa pelo e no rio Cávado”. Assumindo-se um pouco cansado de “remar contra a maré”, João Cepa manifestou, no entanto, a esperança de que, no futuro, Esposende possa ver resolvidos os problemas do Rio Cávado.

Agradeceu ao autor do catálogo o “excelente trabalho” realizado, dizendo que “fazia falta uma compilação dos estudos e projectos efectuados relativamente à barra”. João Cepa garantiu que enviará “exemplares a alguns membros do Governo e responsáveis de organismos do Estado para ver se, pelo menos, ficam mais bem informados e esclarecidos para esta necessidade imperiosa de se fazer um conjunto de intervenções no Rio Cávado”.


Refira-se que o catálogo da exposição “Esposende: a barra, o porto e a navegabilidade do Cávado – projectos e memórias” está disponível no Museu Municipal, onde a exposição pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 14h00 às 17h30 e ao domingo, entre as 14h30 e as 18h00.

Serviço de Comunicação e Imagem da CME

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