Dia da Memória
15 de Novembro de 2009
Neste dia de reflexão para com as vítimas nas estradas de Portugal urge repensar a sinistrali-dade existente no sistema rodoviário nacional, onde a maioria das vítimas são jovens - dos 18 aos 35 anos- e isto é significativo para um País de população "envelhecida" onde a "força pro-dutiva" deverá ter como "motor" a Juventude, com toda a sua pujança e plenitude de capaci-dades.
Andar na estrada é "andar" no fio da navalha"!
Para o dia da Memória penso em todas as vítimas, sem excepção, mas indubitavelmente, jamais poderei ou poderemos esquecer - nós Bombeiros V. de Esposende, seus dirigentes, Corpo Activo e Comando e seus familiares - o Pedro Sousa, o Pedro Torres e o Paulo Lachado!
Estes bombeiros atingidos inopinadamente pela tragédia ficarão no "Panteão dos heróis" nos nossos corações e a minha e nossa tristeza, alonga-se profundamente, nos seus companheiros e companheiras da nossa Associação, uns dirigentes, outros Comando, outros bombeiros/as que partilharam a amizade e o companheirismo durante muitos anos.
A população esposendenses mostrou uma grande solidariedade e esteve presente e profun-damente sentida, nas cerimónias fúnebres.
Um pormenor sugestivo: Dizia-me um familiar de uma das vítimas - que ia ao meu lado, em plena conversa, no autocarro que o Pedrinho se tinha que morrer por "força do destino" foi melhor assim, morrer em serviço dos Bombeiros, do que morrer num acidente particular porque, dizia ela, que o Pedrinho e os outros tiveram um funeral de uma grandeza nunca vista! Eles mereceram essa enorme solidariedade.
Essas cerimónias fúnebres foram de uma grandeza de solidariedade inesquecível!
Reconheceu o esforço e o acompanhamento extraordinário dos Bombeiros de Esposende perante tamanha tragédia.
A solidariedade, perante este quadro trágico, foi uma realidade que, pessoalmente, nunca tinha visto, numa dimensão tão grande!
No Dia da Memória ficará na minha mente que os VERDADEIROS HERÓIS VOLUNTÁRIOS, ja-mais serão esquecidos.
Eu, para eles e seus familiares e amigos mais íntimos, apenas poderei oferecer estas palavri-nhas de conforto e de profunda solidariedade.
Nada mais tenho para oferecer porque a mágoa é enorme e afaga-me "as palavras"...
Carlos M.L.Barros
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