Município de Esposende no workshop internacional de Arqueologia Fluvial
O Município de Esposende esteve
presente no Workshop Internacional de "Arqueologia Fluvial: estudos,
metodologias e boas práticas na produção de conhecimento" que decorreu em
Alcácer do Sal entre 8 e 10 de abril. O Serviço de Património Cultural do Município
de Esposende está a desenvolver um importante projeto de Arqueologia
Subaquática, cuja investigação incide sobre o
naufrágio quinhentista de Belinho e a Carta Arqueológica
Subaquática de Esposende.
O projeto "Um Mergulho na História", financiado pelo Orçamento Participativo de Portugal, foi oficialmente apresentado no âmbito deste Workshop Internacional.
Contando com um painel de
investigadores e cientistas nacionais e estrangeiros com experiência na área da
Arqueologia Fluvial, o emblemático projeto de investigação do Naufrágio
Quinhentista de Belinho 1 foi um dos exemplos referenciados na apresentação da
área das tecnologias aplicadas à arqueologia subaquática.
Neste âmbito destaca-se que, em
2020, realizou-se a missão “Visual Inspections of Submerged Environments with
Archaeological Potential” na zona da Barca do Lago. O objetivo dessa missão foi
identificar e registar eventuais materiais antrópicos existentes neste icónico e
importante local. Esta foi uma ação integrada no projeto de Arqueologia
Subaquática que o Serviço de Património Cultural do Município de Esposende está
a desenvolver, tendo o Laboratório de Sistemas e Tecnologia Subaquática da Faculdade
de Engenharia da Universidade do Porto como um dos parceiros.
Importa realçar que, até finais do século
XIX – inícios do século XX, a Barca do Lago era um importante local de travessia
do rio Cávado. Esta prática remontará ao período Pré-Romano quando, ao chegar
ao rio, pessoas e bens o transpunham na base do Castro do Outeiro dos Picoutos,
situado na margem de Fonte Boa.
Na Época Romana, a ambas as margens
convergia a “Via Veteris”, uma das inúmeras estradas que vincou as paisagens do
Império Romano. Posteriormente, entre o Período Medieval e a Época
Contemporânea, a famosa “Barca por Deus” ou “Barca Grande de Carga da Passagem
da Barca do Lago” também auxiliou os peregrinos do Caminho de Santiago.
Atualmente designada como “Estrada
Real”, decalca o antigo traçado da via romana, dirigindo-se para a base da
arriba que se estende, com algumas interrupções, até à foz do rio Minho. A
construção da Ponte D. Luís Filipe, em 1892, concorreu para que a travessia
fluvial fosse mais segura, abandonando-se paulatinamente a travessia com
embarcações e ditando a gradual perda de protagonismo desta prática.
Esta iniciativa contribui para as
metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU,
nomeadamente “Cidades e comunidades sustentáveis”, com a consolidação dos esforços
para proteger e salvaguardar o património cultural.
Para mais informações poderá contactar através
do e-mail arqueologia@cm-esposende.pt ou do telefone 253 960
179.
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