quinta-feira, 14 de abril de 2022

Arqueologia Fluvial

 


Município de Esposende no workshop internacional de Arqueologia Fluvial 

O Município de Esposende esteve presente no Workshop Internacional de "Arqueologia Fluvial: estudos, metodologias e boas práticas na produção de conhecimento" que decorreu em Alcácer do Sal entre 8 e 10 de abril. O Serviço de Património Cultural do Município de Esposende está a desenvolver um importante projeto de Arqueologia Subaquática, cuja investigação incide sobre o naufrágio quinhentista de Belinho e a Carta Arqueológica Subaquática de Esposende.

O projeto "Um Mergulho na História", financiado pelo Orçamento Participativo de Portugal, foi oficialmente apresentado no âmbito deste Workshop Internacional.

Contando com um painel de investigadores e cientistas nacionais e estrangeiros com experiência na área da Arqueologia Fluvial, o emblemático projeto de investigação do Naufrágio Quinhentista de Belinho 1 foi um dos exemplos referenciados na apresentação da área das tecnologias aplicadas à arqueologia subaquática.

Neste âmbito destaca-se que, em 2020, realizou-se a missão “Visual Inspections of Submerged Environments with Archaeological Potential” na zona da Barca do Lago. O objetivo dessa missão foi identificar e registar eventuais materiais antrópicos existentes neste icónico e importante local. Esta foi uma ação integrada no projeto de Arqueologia Subaquática que o Serviço de Património Cultural do Município de Esposende está a desenvolver, tendo o Laboratório de Sistemas e Tecnologia Subaquática da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto como um dos parceiros.

Importa realçar que, até finais do século XIX – inícios do século XX, a Barca do Lago era um importante local de travessia do rio Cávado. Esta prática remontará ao período Pré-Romano quando, ao chegar ao rio, pessoas e bens o transpunham na base do Castro do Outeiro dos Picoutos, situado na margem de Fonte Boa.

Na Época Romana, a ambas as margens convergia a “Via Veteris”, uma das inúmeras estradas que vincou as paisagens do Império Romano. Posteriormente, entre o Período Medieval e a Época Contemporânea, a famosa “Barca por Deus” ou “Barca Grande de Carga da Passagem da Barca do Lago” também auxiliou os peregrinos do Caminho de Santiago.

Atualmente designada como “Estrada Real”, decalca o antigo traçado da via romana, dirigindo-se para a base da arriba que se estende, com algumas interrupções, até à foz do rio Minho. A construção da Ponte D. Luís Filipe, em 1892, concorreu para que a travessia fluvial fosse mais segura, abandonando-se paulatinamente a travessia com embarcações e ditando a gradual perda de protagonismo desta prática.

Esta iniciativa contribui para as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU, nomeadamente “Cidades e comunidades sustentáveis”, com a consolidação dos esforços para proteger e salvaguardar o património cultural.

Para mais informações poderá contactar através do e-mail arqueologia@cm-esposende.pt ou do telefone 253 960 179.

 

 

 

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