Decorreu ontem, na Biblioteca Municipal Manuel de Boaventura, a sessão de lançamento de mais uma edição do Boletim Cultural de Esposende, a publicação mais identitária do Município de Esposende e que se enquadra numa ação continuada do conhecimento e, consequentemente, do desenvolvimento do concelho.
Trata-se do terceiro número da terceira série, iniciada em 2020, que integra dez trabalhos de 14 autores, e cuja diversidade temática configura investigação relevante sobre o território concelhio e contribui para o conhecimento da história local. A publicação segue a matriz gráfica dos números anteriores, sendo a capa ilustrada com o painel de azulejos instalado no mercado municipal, designado “Entre Mar e Moinho”, da autoria do artista plástico Juan Domingues.
Os dois artigos iniciais falam de Casas, casas habitadas e que, por si só, constituem um mundo de significados. O primeiro é referente ao atual edifício da Biblioteca Municipal e o outro resgata da memória o poeta Eugénio de Andrade e dos seus ilustres amigos, que habitualmente passavam férias na Casa da Barca, em Gemeses, num lugar imortalizado pelo poeta, chamado “Barca do Lago”.
Os dois textos seguintes versam o Território do concelho; o de Joel Capitão, escrito a partir da Dissertação de Mestrado Integrado em Arquitetura (Universidade de Coimbra, Paisagem, Plano e Arquitetura. O caso de Ofir) dá a conhecer, de forma pormenorizada e intencional, a construção de Ofir como zona exclusiva de veraneio; o de Ana Carolina Gil tem por base a sua tese de mestrado em arquitetura da Universidade do Porto.
Referência depois para as vivências, nomeadamente relativas ao teatro amador no concelho e ao associativismo comercial e industrial de Esposende.
Outros textos registam aspetos menos conhecidos da história local, relacionados com a vida marítima, as intervenções arqueológicas efetuadas num passado recente no Forte de S. João Baptista também são dadas a conhecer nesta publicação, que, na rubrica “Página solta”, alude às “Tascas de Esposende”, onde se resgatam aspetos da memória coletiva recente, nem texto subjetivo de presenças e vivências.
Em representação do Município esteve presente na sessão de lançamento o Vereador da Cultura, Rui Losa, que realçou a importância do Boletim Cultural enquanto instrumento que possibilita um melhor conhecimento do passado e, consequentemente, do presente da história local. Notando que “é a cultura que nos dá identidade”, Rui Losa afirmou que esta publicação, cuja primeira edição remonta ao ano de 1982, “representa o melhor do que somos enquanto comunidade”. Agradeceu, por isso, aos autores que colaboraram nesta edição, pelo seu contributo para a preservação da história de Esposende, e aos demais envolvidos nesta edição.
Os autores presentes tiveram oportunidade de, sucintamente, explanar os estudos apresentados, despertando a curiosidade dos presentes para a sua leitura integral. O Boletim Cultural de Esposende, 3.ª série, n.º 3, estará, em breve, disponível para aquisição na Biblioteca Municipal.