Outras Páginas

quinta-feira, 13 de maio de 2021

“Pequenas Cidades e Saúde”

 



Esposende participou no Colóquio Internacional “Pequenas Cidades e Saúde” 

O Município de Esposende participou no Colóquio Internacional “Pequenas Cidades e Saúde (da Idade Média à Época Contemporânea): assistência médica, instituições sanitárias e políticas urbanas de higiene”, evento que decorreu online, entre 6 a 8 de maio, numa organização do Instituto de Estudos Medievais, Centro de Humanidades e Instituto de História Contemporânea (unidades de investigação da NOVA FCSH), Câmara Municipal de Castelo de Vide e Rede das Pequenas Cidades.

 

Este evento procura desenvolver a investigação científica sobre as pequenas cidades, numa perspetiva multidisciplinar, promovendo o trabalho conjunto entre investigadores e organismos locais, nacionais e supranacionais.

 

A representar o Município esteve a arquivista do Município, Marília Capitão, que apresentou a comunicação “Hospital da Misericórdia de Esposende: motivações para a sua construção. Séculos XIX a inícios do século XX”, que pretendeu divulgar como a localidade de Esposende, através das suas principais instituições e dos seus benfeitores, na sua maioria “torna-viagem”, respondeu aos frequentes surtos epidémicos que assolaram a localidade, entre o século XIX e inícios do século XX, e que culminou com a construção de um edifício hospitalar, projetado pelo arquiteto Miguel Ventura Terra.

 

Também sobre Esposende, foi apresentada a comunicação “As ‘estrumações infeciosas’ e a resistência dos esposendenses à regulamentação municipal, nos inícios de novecentos”, pela bolseira de investigação da Fundação para Ciência e Tecnologia, Ana Isabel Lopes (CITCEM/FLUP). Esta comunicação mostrou como a prática de recolha de sargaço e de mexoalho permitiu, desde a Idade Média, fertilizar os terrenos arenosos da costa do noroeste português. Todavia, o manuseamento e a comercialização do sargaço e do mexoalho, associados a precárias condições de sanitarismo, permitiram que a população do concelho de Esposende, assim como outras comunidades piscatórias nortenhas, se vissem sob um surto de tifo exantemático, nos finais de Oitocentos.

 

A escolha da temática deste ano esteve condicionada pela atual situação sanitária, que condicionou também a realização do evento exclusivamente em formato virtual. O colóquio pretendeu avaliar como e em que grau as sociedades e as autoridades, quer as centrais quer as locais, conseguiram ou não promover, nas pequenas cidades, a preocupação pela saúde coletiva, através do recrutamento de pessoal médico; a fundação ou investimento continuado em estabelecimentos hospitalares e instituições de assistência; e as regulamentações de higiene ou de proteção contra as epidemias, desde a idade média até à época contemporânea.

 

Estas comunicações constituem mais um contributo para a divulgação da memória local, valorizando o património documental do concelho, em consonância com as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que constam da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). 

Nenhum comentário:

Postar um comentário