Esposende participou no Colóquio Internacional “Pequenas Cidades e Saúde”
O Município de Esposende participou no Colóquio Internacional “Pequenas Cidades e Saúde (da Idade Média à Época Contemporânea): assistência médica, instituições sanitárias e políticas urbanas de higiene”, evento que decorreu online, entre 6 a 8 de maio, numa organização do Instituto de Estudos Medievais, Centro de Humanidades e Instituto de História Contemporânea (unidades de investigação da NOVA FCSH), Câmara Municipal de Castelo de Vide e Rede das Pequenas Cidades.
Este evento
procura desenvolver a investigação científica sobre as pequenas cidades, numa
perspetiva multidisciplinar, promovendo o trabalho conjunto entre
investigadores e organismos locais, nacionais e supranacionais.
A representar
o Município esteve a arquivista do Município, Marília Capitão, que apresentou a
comunicação “Hospital da Misericórdia de Esposende: motivações para a sua
construção. Séculos XIX a inícios do século XX”, que pretendeu divulgar como a
localidade de Esposende, através das suas principais instituições e dos seus benfeitores,
na sua maioria “torna-viagem”, respondeu aos frequentes surtos epidémicos que
assolaram a localidade, entre o século XIX e inícios do século XX, e que
culminou com a construção de um edifício hospitalar, projetado pelo arquiteto
Miguel Ventura Terra.
Também sobre
Esposende, foi apresentada a comunicação “As ‘estrumações infeciosas’ e a
resistência dos esposendenses à regulamentação municipal, nos inícios de
novecentos”, pela bolseira de investigação da Fundação para Ciência e
Tecnologia, Ana Isabel Lopes (CITCEM/FLUP). Esta comunicação mostrou como a
prática de recolha de sargaço e de mexoalho permitiu, desde a Idade Média,
fertilizar os terrenos arenosos da costa do noroeste português. Todavia, o
manuseamento e a comercialização do sargaço e do mexoalho, associados a
precárias condições de sanitarismo, permitiram que a população do concelho de
Esposende, assim como outras comunidades piscatórias nortenhas, se vissem sob
um surto de tifo exantemático, nos finais de Oitocentos.
A escolha da
temática deste ano esteve condicionada pela atual situação sanitária, que
condicionou também a realização do evento exclusivamente em formato virtual. O
colóquio pretendeu avaliar como e em que grau as sociedades e as autoridades,
quer as centrais quer as locais, conseguiram ou não promover, nas pequenas
cidades, a preocupação pela saúde coletiva, através do recrutamento de pessoal
médico; a fundação ou investimento continuado em estabelecimentos hospitalares
e instituições de assistência; e as regulamentações de higiene ou de proteção
contra as epidemias, desde a idade média até à época contemporânea.
Estas
comunicações constituem mais um contributo para a divulgação da memória local,
valorizando o património documental do concelho, em consonância com as metas
dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que constam da Agenda 2030
da Organização das Nações Unidas (ONU).
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