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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Vacinação da Covid-19

 

Município de Esposende exige que processo de vacinação da Covid-19 decorra no concelho

 

O Presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira, exige que o processo de vacinação da Covid-19 se realize no concelho. Em missiva enviada à Ministra da Saúde, além da exigência de exoneração do diretor do ACES Cávado III, Benjamim Pereira reitera “total disponibilidade para criar todas as condições que forem exigidas com vista à instalação, de imediato, do Centro, ou Centros de Vacinação a instalar em Esposende“.

Benjamim Pereira exigiu hoje, à Ministra da Saúde, a exoneração e retirada imediata de funções do atual Diretor do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Cávado III Barcelos/Esposende, Fernando Ferreira. Em causa está o processo de vacinação que está a ser implementado no município de Esposende, sob a orientação do ACES Cávado III.

Segundo Benjamim Pereira, o Município de Esposende sempre reivindicou que o processo de vacinação se realizasse em Esposende, disponibilizando-se para proporcionar as condições necessárias, nomeadamente equipamentos de frio para a conservação da vacina, instalações e toda a logística associada. Porém, a resposta do diretor do ACES Cávado III foi perentória, negando essa possibilidade e “argumentando que não era possível transportar a vacina, que seria difícil deslocar pessoal e que, por último, estava definido no Plano de Vacinação que apenas poderia haver um Centro de Vacinação por ACES e que, dada a dimensão e população de Barcelos face a Esposende, teria que ser em Barcelos”.

Nesta reunião, realizada no passado dia 1 de fevereiro, e na qual participaram os presidentes das Juntas de Freguesia de Esposende, Benjamim Pereira voltaria a reivindicar a realização da vacinação em Esposende, “considerando aquilo que me pareciam os riscos agravados para os idosos, no transporte e mesmo depois, durante a permanência antes e depois do ato de vacinação propriamente dito”.

A posição foi intransigente, com Fernando Ferreira a reiterar “que não seria possível e que só, talvez numa segunda fase, numa massificação da vacinação, pudesse vir a ser possível. Perante este posicionamento inflexível, e no sentido de minimizar ao máximo os evidentes constrangimentos causados por esta estratégia, anuímos todos ao pedido que nos foi formulado no sentido de procedermos ao transporte das pessoas de Esposende até Barcelos”.

Aqui começa o que, segundo Benjamim Pereira, será uma “jogado política”, com a publicação de um comunicado do Partido Socialista local, acusando o presidente da Câmara de “ter aceitado esta situação e de não ter defendido a população de Esposende, pelo que que iriam solicitar a intervenção da tutela no sentido de a população ser vacinada em Esposende”.

No dia 3 de fevereiro de manhã, o presidente da Câmara Municipal de Esposende voltou a estabelecer contacto com o diretor do ACES Cávado III, “no sentido de o informar sobre o comunicado e saber se estava ou não prevista alguma alteração na dita Estratégia Nacional de Vacinação. Reiterou que não, que noutros ACES também só haveria um Centro de Vacinação, mas que, contudo, a estratégia nacional estava sempre em afinações e podia mudar a qualquer momento. Percebi logo aí que estava a ser preparada uma alteração de planos e que iria satisfazer o pedido da estrutura do PS local, embora me custasse a entender como iria contornar uma orientação que ele mesmo me tinha dito ser de âmbito nacional”, relembra Benjamim Pereira.

Apesar destes indícios, e confiando mesmo assim na informação do diretor do ACES Cávado III, mas tentando que houvesse uma alteração do Plano Nacional de Vacinação, Benjamim Pereira levou à reunião de Câmara da passada quinta-feira, uma moção que foi aprovada e que visa reforçar junto da Ministra da Saúde, “a necessidade de alterar essa regra, permitindo que Esposende pudesse ter o seu Centro de Vacinação”. Nesse mesmo dia, nova comunicação do PS local dá como certa a vacinação da população em Esposende.

Através do contacto com outros autarcas, Benjamim Pereira fica a saber pelos seus homólogos que “estão previstos Centros de Vacinação em vários municípios do mesmo ACES” e que “nunca lhes tinha sido negado tal e, muito pelo contrário, tinham tido a melhor aceitação por parte dos respetivos diretores”, posição reiterada pela CIM Cávado, que se havia feito representar numa reunião com a ARS.

Nesse mesmo dia 4 (quinta-feira), Benjamim Pereira foi contactado pelo Secretário de Estado, Eduardo Pinheiro que garantiu que “nunca foi definido que fosse apenas um centro de vacinação por ACES, mas sim pelo menos um, e que ter a vacinação em Esposende só dependia da vontade do município. Estas informações deitam por terra tudo aquilo que me havia sido dito pelo Diretor do ACES, Dr. Fernando Ferreira e expõem uma verdade que julgávamos impensável quando estamos a lidar com a vida das pessoas de Esposende”, denuncia Benjamim Pereira. 

O presidente da Câmara Municipal de Esposende entende que as razões apontadas para a não abertura do Centro de Vacinação em Esposende mostraram-se completamente falsas e denuncia toda a falsidade da informação que lhe foi transmitida, colocando em causa a segurança da população e sujeitando pessoas idosas ou diminuídas a riscos de vida. Benjamim Pereira denuncia as constantes fugas de informação que fundamentam os comunicados do PS local e que “conformam uma deslealdade e uma partidarização inaceitável deste processo, significando um desrespeito pela população de Esposende e pelos órgãos legitimamente eleitos que a representam”.

Face a estes pressupostos, o presidente da Câmara Municipal de Esposende assume a “quebra de confiança gerada pelas ações do Diretor do ACES”, exteriorizando o sentimento de injustiça experimentado num processo que se quer “equitativo entre municípios”, tendo como consequência o “prejuízo da relação de confiança institucional que deve presidir à defesa dos interesses das populações”.

Por fim, Benjamim Pereira repudia a atuação dos dirigentes do Partido Socialista de Esposende, que acusa de usar “matéria de natureza tão sensível, para fazer política e daí retirar dividendos. É talvez o fundo do poço da atuação política, quando chegam ao ponto de colocar em causa a vida daqueles que deveriam proteger”, denuncia o autarca.

Lembre-se que o município de Esposende tem tido, ao longo de todo este contexto de pandemia, uma postura colaborativa com todas as instituições que têm solicitado apoio. Diretamente ao ACES, o Município de Esposende cedeu uma viatura, forneceu EPI’s, câmaras para teleconsulta, comparticipou nas obras no centro de Saúde de Esposende, dispensou apoio logístico e de transporte para as enfermeiras que vacinaram os utentes dos Lares, para além das obras em várias unidades de saúde e de muitos outros apoios prestados à Autoridade Local de Saúde.

Esposende, 5 de fevereiro de 2021

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