Município de Esposende avança com Plano de Sustentabilidade
Alimentar nas escolas
O Município
de Esposende procedeu à apresentação do Plano de Sustentabilidade Alimentar –
Geração S, que se propõe contribuir para a promoção da saúde e do bem-estar da
comunidade escolar. Esta estratégia foi dada a conhecer na Conferência
Sustentabilidade Alimentar, que decorreu no Centro de Educação Ambiental de
Esposende, na presença dos vários parceiros associados ao projeto e de diversos
agentes com responsabilidades nesta matéria.
Tendo por
base as diretivas da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável
2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU, este
Plano assenta num conceito de economia circular e é orientado para o consumo de
produtos locais, nomeadamente hortícolas e pescado.
O projeto
tem quatro linhas orientadoras: Cantinas Escolares Sustentáveis, que fomentem
hábitos alimentares saudáveis; ECOalimenta, tendo em vista o combate ao
desperdício alimentar, a redução, reutilização, recuperação e reciclagem na
área alimentar; AgroKids, que se traduz no desenvolvimento de hortas escolares
para cultivo e consumo de produtos locais; e ReEduca, que se traduz em
atividades pedagógicas que assegurem a consciencialização para a educação para
a sustentabilidade alimentar.
Inovador,
pioneiro, audaz, ambicioso, foram alguns dos adjetivos usados pelos diversos
intervenientes para classificar este Plano que o Município vai implementar, já
no presente ano letivo, nas escolas do concelho, e que se insere numa
estratégia de promoção da saúde, visando a melhoria da qualidade de vida da
população. Sublinhando que, tal como em várias outras áreas, Esposende tem
liderado projetos inovadores, e lembrando o muito trabalho já desenvolvido pelo
Município ao nível da promoção da alimentação saudável e do ambiente, a
Vice-presidente da Câmara Municipal, Alexandra Roeger, referiu que, neste
domínio, é possível ir mais além, fazer ainda mais e melhor e fazer diferente.
Afirmou, assim, o empenho do Município nesta área, numa ótica de
desenvolvimento do território e da melhoria das condições de vida dos
munícipes.
A sessão
iniciou-se com a assinatura de um protocolo entre o Município e a SONAE MC, com
vista à implementação de hortas escolares. Seguiu-se a apresentação de um filme
explicativo do Plano de Sustentabilidade Alimentar – Geração S, onde são
realçados os benefícios e mais-valias deste projeto. Rui Lima, Nutricionista da
Direção Geral de Educação, considerou que este Plano é uma micro experiência do
que o Ministério da Educação defende no que respeita a relacionar as diferentes
áreas da educação para a cidadania e considerou mesmo que “devia ser aplicado a
nível nacional”.
Seguiu-se a
apresentação dos resultados da avaliação da quantidade de sal nas sopas das
cantinas escolares, por João Silva do ISAVE – Instituto Superior de Saúde.
Foram objeto deste estudo as 25 cantinas escolares concelhias, com análise de
sopas em três dias diferentes, durante o mês de janeiro de 2019. Embora variem
de cantina para cantina, os resultados apontam para valores dentro do limite
máximo aceitável, o que significa que cumprem as normas de quantidade de sal
recomendada. Rita Pinheiro, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo
(IPVC), sublinhou que o Município de Esposende tem apostado na questão da
alimentação saudável nas escolas e defendeu que, para resultados mais eficazes
ao nível da mudança de hábitos, nomeadamente na redução do sal, é importante
ReEducar, tanto dentro como fora da escola, ao nível das famílias.
Com a
presença dos vários parceiros afetos ao Plano de Sustentabilidade Alimentar –
Geração S, proporcionou-se um momento de partilha, no Laboratório de Ideias,
onde foram abordadas as vertentes do projeto e a sua aplicabilidade. Sob a
moderação da Vice-presidente da Câmara Municipal, Alexandra Roeger,
participaram neste debate Fernando Ferreira, Diretor ACES Cávado III –
Barcelos/Esposende, Rita Pinheiro, do Instituto Politécnico de Viana de
Castelo, Mafalda Duarte, do ISAVE – Instituto Superior de Saúde, Chefe Mário
Rodrigues, Hugo Silva, da Movelife, José Ruivo, da Noocity, Hernani Zão, que
produziu o filme de apresentação do Plano, Andreia Domingues, da SONAE MC, e
Helena Cardoso, da DOCAPESCA. Todos enalteceram a mais-valia do projeto e felicitaram
o Município pela “ousadia” e pela aposta na sustentabilidade alimentar das
escolas, considerando que os ganhos são abrangentes e transversais à sociedade.
Considerando as respetivas áreas de atuação, todos os oradores foram convidados
a pronunciar-se sobre o projeto e todos se manifestaram expetantes e otimistas
quanto aos resultados, tendo, de entre as conclusões mais relevantes, sido
também apontada a pertinência de se fomentar a participação de toda a
comunidade, aumentando o seu nível de informação e formação. A comunicação,
nesse contexto, será, pois, uma das apostas, assim como a necessidade de se
promover um debate mais alargado no que diz respeito às atuais diretivas e
legislação em vigor em matéria de reaproveitamento alimentar.
O encerramento
dos trabalhos esteve a cargo do Secretário Executivo da Comunidade
Intermunicipal do Cávado, Luís Macedo, que saudou o Município de Esposende por
esta aposta “É um projeto denso, consistente e vai ter consequências muito
sérias não só ao nível concelhio, mas do território”, afirmou, realçando que,
para além da questão da sustentabilidade alimentar, a Câmara Municipal está
também a dar o exemplo ao nível da promoção da economia, ao envolver os
produtores locais neste projeto, dinamizando a agricultura e a pesca. “É um
projeto ambicioso com objetivos muito nobres”, rematou.