BENJAMIM PEREIRA CONVOCA ENTIDADES
PARA DEBATER A BARRA
Tratando-se de uma preocupação permanente do
Executivo Municipal, realizou-se na passada quinta feira, pelas 10 horas, na Câmara
Municipal de Esposende, uma reunião onde foram debatidas todas as medidas já
assumidas e seus resultados, obras em curso, assim como foram ponderadas as
ações futuras a desencadear na embocadura do Rio Cávado.
“O que
pretendemos é a estabilização do sistema dunar que forma a restinga, assim como
a melhoria das condições de navegabilidade no rio e na Barra em particular, que
colocam em perigo todos aqueles que nele navegam. No momento e condições atuais
da restinga, acresce assegurar a defesa da população e seus bens nesta zona
mais exposta à ação do mar”, vincou o presidente da Câmara Municipal de
Esposende, Benjamim Pereira, que até disponibiliza recursos da autarquia para
“patrocinar o avanço imediato de uma solução com caracter definitivo para este
local”.
Para tal,
o Município de Esposende vai criar um grupo de trabalho para acompanhar as obras
de proteção assim como o plano de intervenção e monitorização da orla costeira,
constituído pelas entidades presentes na reunião, nomeadamente: representantes
do Município, da Proteção Civil, das corporações de bombeiros, da Autoridade
Marítima, dos pescadores, das juntas de freguesia, da APA e do ICNF, mas também
da comunidade científica.
O atual
estado de conservação da restinga constitui enorme preocupação para o Município
de Esposende que, por sua iniciativa, elaborou e apresentou nesta mesma reunião
um Plano de Contingência para Galgamentos Costeiros que visa prevenir situações
de risco e definir procedimentos de proteção de pessoas e bens, em caso de
catástrofe.
“A
destruição da restinga faz com que a ondulação chegue já junto à avenida
marginal. As medidas de autoproteção contemplam a intervenção, em último
recurso, de engenharia pesada, para colocação de barreiras junto à marginal”,
disse o responsável pela Proteção Civil de Esposende, Carlos do Carmo.
De resto,
Benjamim Pereira assegurou que “o município não apoiará soluções experimentais
que continuem a consumir recursos financeiros e que não resolvam o problema”.
Porque, enfatizou, “no dia em que acontecer uma catástrofe em Esposende, a obra
avançará de imediato e serão ultrapassados os obstáculos que agora vêm sendo
colocados, só que aí será tarde demais para alguns.” A atual situação da Barra
de Esposende é um enorme problema para o desenvolvimento do concelho, um risco
enorme para os pescadores e agora também para a própria cidade de Esposende.
Cabe-me alertar as entidades responsáveis, e trabalhar com elas no sentido de
encontrar soluções” adiantou Benjamim Pereira.
O presidente
do conselho de administração da Polis Litoral Norte, Pimenta Machado explicou
as razões que fizeram com que não tivesse resultado a solução anteriormente
adotada, apontando como principal problema “o incumprimento da especificidade
dos geocilindros, por parte do fornecedor”. “Vários aspetos fragilizaram a
situação que ali foi desenvolvida”, adiantou Pimenta Machado que anunciou, para
março, o arranque das obras de recomposição da restinga, a dragagem da Barra
com deposição das areias nas praias adjacentes, assim como a reconstrução do
molhe longitudinal ao rio. De resto, a intervenção prevista para a praia da
Bonança, em Fão, também arrancará em março.
“Os pescadores vão continuar a ir ao mar, seja
qual for a situação da embocadura. E nós, autoridades de salvamento, também
continuaremos a ir em seu auxílio. É bom que todos tenham consciência que as
vidas vão estar em risco”, alertou o comandante Raúl Risso, capitão de Fragata
e responsável máximo pela capitania de Viana do Castelo.