Município evoca centenário da I Grande Guerra com exposição “Esposende nas Trincheiras”
Na presença do Presidente da Câmara Municipal, Benjamim Pereira, hoje, à hora e dia do Armistício, e em que se assinalam simbolicamente os 97 anos do fim da I Grande Guerra, o Município de Esposende abriu a Exposição “Esposende nas Trincheiras”, que vai estar patente ao público, na Sala dos Azulejos do Museu Municipal, até 2 de outubro de 2016.
A mostra insere-se no programa evocativo do centenário da I Grande Guerra, que o Município está a promover, com o intuito de lembrar a memória de todos os esposendenses que estiveram envolvidos no conflito, particularmente aqueles que morreram em combate.
A exposição resulta da adaptação do livro “Soldados com rosto”, da autoria do investigador esposendense Manuel Albino Penteado Neiva, editado em novembro de 2014, e desenvolve-se em torno dos protagonistas do concelho que, entre 1914 e 1918, estiveram envolvidos nos cenários de guerra em Moçambique, Angola e França.
Complementarmente a esta exposição, na Sala de Serviço Educativo do Museu Municipal, é possível ver, até 8 de dezembro, a mostra “A Guerra não se fez só com Balas”, promovida pelo Ministério da Defesa Nacional e Exército Português. Adaptada da obra de José Manuel Alves dos Santos, esta exposição apresenta pormenores do quotidiano dos combatentes nos três teatros de operações em que os portugueses participaram e foi instalada com recurso ao vasto património fotográfico do Arquivo Histórico Militar, bem como a peças originais da época que foram preservadas pelo Exército Português. Já no exterior do Museu Municipal, no Largo Fonseca Lima, está patente uma peça de artilharia de época, um Obús 11,4 cm, apelidado de “Bonifácio”, sendo que, neste local, no próximo sábado, 14 de novembro, estará montada uma torre de escalada do Exército Português para a prática da "Escalada Desportiva" e "Rappel em Parede Fixa".
Na sessão de abertura da exposição, o Presidente da Câmara Municipal salientou a importância de lembrar o primeiro conflito à escala mundial, como forma de evocar a memória dos combatentes, mas também de tirar lições para o futuro, lembrando que hoje o mundo assiste a conflitos com repercussões terríveis para as populações, apontando, a título de exemplo, o que se passa na Síria ou na Ucrânia.
Saudou a colaboração, mais uma vez, do investigador esposendense, Manuel Albino Penteado Neiva, Comissário Científico da Exposição “Esposende nas Trincheiras”, realçando a mais-valia do seu trabalho, bem como de outros investigadores, para o conhecimento da história do concelho. Destacou, por outro lado, a importância de evocar estes momentos da História, como forma de sensibilizar os jovens para a importância de construir a Paz. Aproveitando a circunstância, exortou-os a ponderarem a possibilidade de seguirem a carreira militar.
Agradeceu, na pessoa do Tenente-Coronel José Ferreira, 2.º Comandante da Escola dos Serviços do Exército, da Póvoa de Varzim, a disponibilidade e a colaboração da instituição militar para trazer a público esta parte da história mundial, e manifestou a abertura do Município para o desenvolvimento de outras parcerias. O Autarca deixou, ainda, agradecimentos, aos alunos da Escola Secundária Henrique Medina e à docente Celeste Vieira, responsável pelo desenvolvimento de um projeto sobre a Escola dos Serviços do Exército, da Póvoa de Varzim, que marcaram presença na abertura da exposição, bem como aos técnicos municipais envolvidos na sua organização.
Aludindo à política cultural do Município, o Presidente Benjamim Pereira deu nota do relevante trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nas mais variadas áreas, nomeadamente no plano literário, referindo que, no próximo sábado, terá lugar a apresentação de mais um livro, desta feita uma publicação sobre as Artes de Pesca utilizadas no Rio Cávado.
Aludindo ao Dia do Armistício, 11 de novembro de 1918, que marcou o fim simbólico da I Grande Guerra, o Comissário Científico da exposição, Manuel Albino Penteado Neiva, lembrou que o sofrimento não acabara então para milhares de portugueses, assinalando que “o Distrito de Braga foi dos mais martirizados neste conflito”, no qual participaram mais de 200 combatentes, 14 dos quais de Esposende, exaltando estes, que chamou de “heróis da guerra”. A rematar o seu discurso, a escritora Bernardete Costa surpreendeu a assistência com a declamação emotiva de um poema, da autoria de Cândido Ferreira, “honrando os nossos mortos, que não morreram mas estão vivos no nosso país”, afirmou Penteado Neiva.
Em representação da Escola dos Serviços do Exército Português, o Tenente-Coronel José Ferreira saudou a parceria estabelecida com o Município, para assinalar os 100 anos da I Grande Guerra, assinalando que a exposição “A Guerra não se fez só com Balas” permite dar a conhecer a componente de apoio logístico deste conflito. Afirmou a disponibilidade da Escola dos Serviços para abrir as portas da instituição à comunidade, bem como para o desenvolvimento de atividades, como foi o caso da colaboração com o Município de Esposende e com a Escola Secundária Henrique Medina.
Ambas as exposições patentes no Museu Municipal poderão ser visitadas, gratuitamente, de terça a sexta-feira, entre as 10h00 e as 13h00 e das 14h00 às 17h00, e ao sábado, domingo e feriados, das 14h00 às 17h00. As visitas de grupo carecem de inscrição prévia, através do email museu.municipal@cm-esposende.pt.